Use este identificador para citar o ir al link de este elemento: http://hdl.handle.net/1843/58782
Tipo: Tese
Título: Mães de anjos e guerreiras : a representação da maternidade de mães de crianças com microcefalia em postagens no Facebook
Autor(es): Vívian Tatiene Nunes Campos
primer Tutor: Laura Guimarães Corrêa
primer miembro del tribunal : Maria Aparecida Moura
Segundo miembro del tribunal: Vanessa Veiga de Oliveira
Tercer miembro del tribunal: Tamires Ferreira Coêlho
Cuarto miembro del tribunal: Márcia Maria da Cruz
Resumen: Esta pesquisa teve como objetivo compreender, a partir de perspectiva interseccional, de que forma as mães de crianças com microcefalia representaram sua experiência por meio de postagens em uma página do Facebook criada e gerenciada por elas mesmas. O objeto empírico da investigação é a página da União de Mães de Anjos (UMA) de Pernambuco. Como arcabouço teórico e conceitual, a pesquisa baseou-se na comunicação praxiológica; na transversalidade entre comunicação e saúde; e na interseccionalidade. O conceito de experiência, a partir de Dewey (1980) e Collins (2019a), e o de representação, de acordo com as reflexões de Hall (2016) e Borges (2012), foram acionados para a observação e análise do material. As reflexões sobre concepções históricas sobre a maternidade e o cuidado foram essenciais para a pesquisa. Enquanto autoras do feminismo hegemônico podem retratar a maternidade como um fator de limitação e opressão, e têm na defesa ao direito ao aborto uma de suas mais importantes reivindicações, autoras feministas negras complexificam essa questão, destacando outras problemáticas e camadas sobre os direitos reprodutivos e especificidades da maternidade no entrecruzamento de raça, gênero e classe. Na reflexão sobre a experiência dessas mulheres, que são, em sua maioria, negras, em idade fértil, empobrecidas e nordestinas, consideramos ainda outros eixos de opressão, trazendo discussões sobre deficiência e capacitismo, bem como sobre o racismo ambiental. No processo de construção metodológica, adotamos como referência a análise de conteúdo, a partir da proposta de Bardin (2002), para apreender nosso corpus, que foi também atravessada pela perspectiva interseccional. Como resultado da pesquisa, observamos nos enquadramentos uma ressignificação da experiência com o sofrimento, configurando a maternidade enquanto uma missão divina, destinada a mães que são escolhidas, as mães de anjos. Os dados mostraram que o grupo evitou retratar as mães enquanto pessoas vulneráveis, abandonadas pelos companheiros, o que poderia reforçar o estereótipo social de vitimização e mais estigmatização. As mães de crianças de microcefalia assumem um papel político pela organização, apoio mútuo e reivindicação de seus direitos ao poder público. O grupo num contexto político-religioso conservador, buscou representar as mulheres enquanto mães de anjos e guerreiras, em razão da particularidade do cuidado de crianças com microcefalia e do enfrentamento da sobrecarga física e emocional relacionada a esse trabalho e a essa função, entendidos por elas como missão.
Abstract: This research aimed to understand, from an intersectional perspective, how mothers of children with microcephaly represented their experience through posts on a Facebook page created and managed by themselves. The empirical object of the investigation is the page União de Mães de Anjos (UMA) of Pernambuco. As a theoretical and conceptual framework, the research was based on praxiological communication; the transversality between communication and health; and intersectionality. The concept of experience, from Dewey (1980) and Collins (2019a), and that of representation, according to the reflections of Hall (2016) and Borges (2012), were used for the observation and analysis of the material. Reflections on historical conceptions of motherhood and care were essential for the research. While hegemonic feminist authors may portray motherhood as a limiting and oppressive factor, and have the defense of the right to abortion as one of their most important claims, black feminist authors complicate this issue, highlighting other issues and layers of reproductive rights and specificities of motherhood at the crossroads of race, gender and class. In reflecting on the experience of these women, who are mostly black, of childbearing age, impoverished and from the Northeast, we also consider other axes of oppression, bringing discussions about disability and ableism, as well as about environmental racism. In the process of methodological construction, we adopted content analysis as a reference, based on Bardin's proposal (2002), to apprehend our corpus, which was also crossed by the intersectional perspective. As a result of the research, we observed in the framings a resignification of the experience with suffering, configuring motherhood as a divine mission, destined to mothers who are chosen, the mothers of angels. Data showed that the group avoided portraying mothers as vulnerable people, abandoned by their partners, which could reinforce the social stereotype of victimization and further stigmatization. Mothers of children with microcephaly assume a political role through organization, mutual support and claiming their rights to public authorities. The group, in a conservative political-religious context, sought to represent women as mothers of angels and warriors, due to the particularity of caring for children with microcephaly and coping with the physical and emotional overload related to this work and this function, understood by them as a mission.
Asunto: Comunicação - Teses
Maternidade - Teses
Interseccionalidade (Sociologia) - Teses
Zika virus - Teses
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Institución: UFMG
Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Curso: Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
Tipo de acceso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/58782
Fecha del documento: 14-jul-2023
Aparece en las colecciones:Teses de Doutorado



Los elementos en el repositorio están protegidos por copyright, con todos los derechos reservados, salvo cuando es indicado lo contrario.