Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/59019
Type: Dissertação
Title: Associação entre Diabetes Mellitus Gestacional e práticas obstétricas, por características sociodemográficas, em maternidades de Belo Horizonte, Minas Gerais
Other Titles: Association between gestational diabetes mellitus and obstetric practices, by sociodemographic characteristics, in maternity hospitals in Belo Horizonte Belo Horizonte, Minas Gerais
Authors: Vivian Andrezza Alves Andrade
First Advisor: Alexandra Dias Moreira
Abstract: Introdução: A assistência ao parto tem passado por transformações ao longo dos anos, e a incorporação de diversas tecnologias à prática obstétrica contribuiu para que a mulher deixasse de ser protagonista do processo parturitivo em muitas das circunstâncias. Dados populacionais demonstram que menos de 5% das gestantes brasileiras tiveram experiência de parto sem intervenções e que há uma baixa prevalência de práticas obstétricas recomendadas durante a assistência ao trabalho de parto e uma alta prevalência de práticas obstétricas não recomendadas. Existem estudos que relacionam a presença de comorbidades, como a diabetes mellitus gestacional (DMG), a um elevado número de práticas obstétricas não recomendadas. Dessa forma, estudar a associação entre DMG e as práticas obstétricas em diferentes grupos etários e contextos socioeconômicos torna-se importante, na medida em que há poucos estudos sobre DMG no Brasil e aqueles sobre intervenções obstétricas são limitados, considerando que avaliam poucas intervenções ou não as associam a doenças crônicas, em especial à DMG. Objetivo: Estimar a associação entre diagnóstico de DMG e práticas obstétricas, com base nas características sociodemográficas das gestantes, em maternidades de Belo Horizonte, Minas Gerais. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, desenvolvido com dados da pesquisa “Nascer em Belo Horizonte: Inquérito sobre parto e Nascimento”, envolvendo 1.088 mulheres. Foram realizados dois tipos de análise: PCA (Análise de Componentes Principais) e Cluster. Para avaliar a coexistência entre presença de DMG, plano de saúde e idade materna acima dos 35 anos (exposição) e a presença de intervenções obstétricas (desfechos), criou-se um score em tercis do padrão encontrado e utilizouse o teste qui-quadrado. Para a segregação de grupos correlacionados, utilizou-se a análise de clusters, para gerar grupos que unissem informações sobre a presença ou não da DMG em diferentes médias de idade. A diferença de médias de idade entre os grupos foi avaliada por meio do teste t. As associações entre o diagnóstico de DMG (exposição) e cada prática obstétrica (desfechos) foram com base nos testes quiquadrado de Pearson ou Exato de Fisher, por clusters de idade materna, considerando a significância de 5%. Resultados: A análise de PCA mostrou que o padrão foi composto pelas variáveis posse de plano de saúde, idade materna avançada e presença de DMG, e esse padrão foi associado às seguintes práticas obstétricas durante o trabalho de parto: posição deitada, enema, ausência de deambulação, utilização de acesso intravenoso, não oferecimento de dieta e via de nascimento cesariana. Foram encontradas maiores proporções dessas práticas no terceiro tercil do padrão obtido pela análise de componentes principais (p < 0,05). Os resultados apontaram associações estatisticamente significativas entre ter DMG e as seguintes práticas obstétricas, no cluster de mulheres mais jovens: maior proporção de analgesia durante o parto (50%) em comparação com mulheres sem DMG do mesmo cluster (26,13%) e uso de fórceps ou vácuo extrator (23,08%) em comparação com mulheres sem DMG (4,85%). No cluster de mulheres mais velhas que apresentaram DMG houve associação estatisticamente significativa para oferecimento de dieta (16,67%) em comparação com mulheres sem DMG do mesmo cluster (13,61%) e maior uso de antibiótico durante o trabalho de parto (24,14%) em comparação com mulheres sem DMG do mesmo cluster (9,05%). No cluster de mulheres mais jovens, aquelas com diabetes, em comparação com mulheres sem DMG, deambularam mais durante o trabalho de parto (93,33%), fizeram mais uso de CTG (cardiotocografia) (12,50%), amamentaram menos na primeira hora de vida do recém-nascido (40,00%), tiveram menor contato pele a pele com o bebê (52,00%), fizeram maior uso de métodos não farmacológicos para alívio da dor (96,00%), apresentaram maior uso de medicamento intravaginal para indução do parto (37,50%) e apresentaram mais episódios de infecção urinária (68,00%). Conclusão: Demonstrou-se que a presença do diagnóstico de DMG pode ser apontada como potencial fator de risco para o uso de práticas obstétricas não recomendadas e que essa relação também é potencializada ao se considerar idade elevada, bem como posse de plano de saúde.
Abstract: Introduction: Childbirth care has undergone transformations over the years and the incorporation of various technologies into obstetric practice has contributed to the fact that women are no longer the protagonists of the parturition process, in many circumstances. Population data show that less than 5% of Brazilian pregnant women have experienced childbirth without interventions and that there is a low prevalence of recommended obstetric practices during labor care and a high prevalence of nonrecommended obstetric practices. In this context, there are studies that relate the presence of comorbidities, such as gestational diabetes mellitus (GDM), to a high number of obstetric practices. Thus, studying the association between GDM and obstetric practices in different age groups and sociodemographic contexts becomes important, since, to our knowledge, there are few studies on GDM in Brazil and studies on obstetric interventions are limited, evaluating few interventions or they do not associate chronic diseases, especially GDM. Objective: To estimate the association between GDM diagnosis and obstetric practices, based on the sociodemographic characteristics of pregnant women, in maternity hospitals in Belo Horizonte, Minas Gerais. Methods: This is a cross-sectional study, based on data from the survey “Nascer em Belo Horizonte: Inquérito sobre parto e Nascimento”, involving 1,088 women. Two types of analysis were performed: PCA (Principal Component Analysis) and Cluster. To assess the coexistence between the presence of GDM, health insurance and maternal age over 35 years (exposure) and the presence of obstetric interventions (outcomes), a tertile score of the pattern found was created and the chi square test was used. For the segregation of correlated groups, cluster analysis was used to generate groups that gathered information on the presence or absence of GDM at different age averages. The difference in averages ages between the groups was evaluated using the t test. The associations between the diagnosis of GDM (exposure) and each obstetric practice (outcomes) were based on Pearson's chi-square or Fisher's exact tests, by maternal age clusters, considering a significance of 5%. Results: PCA analysis showed that the pattern was composed of the variables possession of health insurance, advanced maternal age, education, economic class and presence of GDM with the following obstetric practices during labor: lying position, enema, absence of ambulation, use of intravenous access, no diet and cesarean delivery. Higher proportions of these practices were also found in the third tertile of the pattern obtained by the analysis of principal components (p<0.05). The results showed statistically significant associations in the cluster of younger women with GDM in: greater proportion of analgesia during childbirth (50%) compared to non-diabetic women from the same cluster (26.13%) and use of forceps or vacuum extractor (23 .08%) compared to non-diabetic patients (4.85%). In the cluster of older women, who had GDM, there was a statistically significant association for offering some diet (16.67%) when compared to non-diabetic women from the same cluster (13.61%) and greater use of antibiotics during labor (24 .14%) compared to non-diabetic women in the same cluster (9.05%). In the cluster of younger women, it was observed that, when compared to non-diabetic women: they walked more during labor (93.33%), made more use of CTG (cardiotocography) (12.50%), breastfed less in the first hour of the baby´s life (40.00%), had less skin-to-skin contact with the baby (52.00%), made greater use of non-pharmacological methods for pain relief (96.00%), used more intravaginal medication for labor induction (37.50%) and had more episodes of urinary tract infection (68.00%). Conclusion: : It was demonstrated that the presence of the diagnosis of GDM can be a potential risk factor for the use of non-recommended obstetric practices, and this relationship is also enhanced when considering high age, as well as having a health insurance plan.
Subject: Diabetes Gestacional
Parto Humanizado
Enfermagem Obstétrica
Saúde Materno-Infantil
Parto
Dissertação Acadêmica
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/59019
Issue Date: 27-Oct-2022
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
DISSERTACAO VIVIAN ANDREZZA ALVES ANDRADE REPOSITÓRIO _set.pdf2.1 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.