Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/59605
Type: Dissertação
Title: Enteroparasitos em cães da cidade de Porteirinha, Norte de Minas Gerais, e associação com a sintomatologia clínica da Leishmaniose Visceral Canina
Authors: Allan de Jesus Mendonça Severino
First Advisor: Stefan Michael Geiger
First Referee: Lilian Lacerda Bueno
Second Referee: Weslen Fabrício Pires Teixeira
metadata.dc.contributor.referee5: Thiago de Castro Gomes
Abstract: Os cães são animais de companhia presentes em diferentes espaços compartilhados com seres humanos, no entanto, o contato próximo pode facilitar a transmissão de zoonoses, como a leishmaniose visceral canina (LVC). Além disso, cães podem hospedar diversos outros endo- e ectoparasitos que podem afetar, dentro de um cenário de saúde única, o peridomicílio, parques e praças públicas. Diante disso, esse trabalho teve como objetivo verificar a ocorrência de enteroparasitos em cães domésticos soropositivos e soronegativos para LVC e associar os helmintos intestinais com a sintomatologia clínica da leishmaniose visceral canina. Um total de 47 cães soropositivos e 24 cães soronegativos para LVC foram incluídos no estudo. Para os cães soropositivos foram realizados exame clínico, hemograma, eutanásia, necropsia e coleta de fezes. Para os cães soronegativos, apenas a coleta de material fecal. Os 47 cães soropositivos para LVC foram agrupados em estadiamentos baixo (40,4%), médio (34,04%) e grave (25,5%) conforme os sinais clínicos apresentados. Entre os sinais clínicos mais frequentes nos grupos foram observados alopecia, caquexia, onicogrifose e linfadenopatia generalizada. O grupo de cães monoinfectados por L. infantum apresentaram anemias dos tipos macrocítica hipocrômica e normocítica normocrômica, enquanto o grupo dos coinfectados por helmintos intestinais, apresentaram macrocítica hipocrômica (p= 0.0455) e microcítica hipocrômica (p= 0.01963). Pelos métodos coproparasitológicos, os cães soropositivos apresentaram frequência de 41,8% para Ancylostoma sp., 27,9% para Giardia sp., 9,3% para Dipylidium caninum, 4,6% para Toxocara canis e 4,6% para Sarcocystis sp.. Nos cães com LVC resultou uma correlação positiva entre o número de fêmeas de ancilostomídeos recuperados durante a necropsia e carga parasitária determinada nas fezes e indicada por ovos por grama de fezes (OPG) (odds ratio: 1.3258). Para os cães soronegativos, a frequência de enteroparasitos nas amostras fecais foi de 29,1% para Ancylostoma sp., 16,6% para Giardia sp., 12,5% para Cystoisospora sp., 4,16% para Spirometra e 4,16% para Sarcocystis sp.. Nos animais soropositivos para LVC, a presença e a quantidade de helmintos intestinais aumentou a chance do desenvolvimento de sinais clínicos médios e graves para a LVC (odds ratio: 3.3621 e 2.7969). Em relação a carga parasitária de Leishmania na medula óssea dos cães soropositivos para LVC, os cães do estadiamento grave apresentaram a maior mediana (12,92 cp/μl) comparado aos cães do estadiamento médio (3,20 cp/μl) e baixo (0,68 cp/ μl). Quanto aos parasitos intestinais, Ancylostoma sp. e Dipylidium caninum, foram as espécies mais prevalentes nos cães eutanasiados. Por fim, mapas sobre a distribuição de cães testados por sorologia e casos positivos para LVC e para parasitos intestinais da zona urbana de Porteirinha, demonstraram uma sobreposição e distribuição semelhante. Diante dos resultados obtidos, concluímos que a coinfecção por helmintos intestinais é um fator agravante para o desenvolvimento da leishmaniose visceral em cães, o que refletiu nos exames clínicos e nas alterações hematológicas dos animais. Em relação à saúde única no município, a ampla presença de parasitos intestinais com potencial zoonótico em cães com tutores chama atenção e requer medidas de controle com tratamentos periódicos dos animais, para evitar a contaminação de ambientes externos às residências.
Abstract: Dogs are our pets and are present in different spaces shared with human beings. However, close or intimate contact can facilitate the transmission of zoonoses, such as canine visceral leishmaniasis (CVL). Furthermore, dogs can serve as hosts for many endo- and ectoparasites, which, within a one health scenario, may affect the close neighborhood, as well as public spaces like parks and others. Therefore, this study aimed to investigate the occurrence of enteroparasites in seropositive and seronegative, domestic dogs for CVL and search for associations between intestinal helminth infections and clinical symptoms of CVL. A total of 47 seropositive dogs and 24 seronegative dogs for CVL were included in the study. For seropositive dogs, clinical examination, blood counts, euthanasia, necropsy, and collection of fecal samples were done. For seronegative dogs, the collection of only one fecal sample was done. The 47 seropositive dogs were classified into light (40.4%), medium (34.04%) and severe (25.5%) clinical degrees for CVL, according to the clinical signs presented. Among the frequently registered clinical signs were alopecia, cachexia, onychogryphosis and generalized lymphadenopathy. The group of those monoinfected by L. infantum presented anemia of the macrocytic hypochromic and normocytic normochromic types, while the group of those coinfected with intestinal helminths presented macrocytic hypochromic (p= 0.0455) and microcytic hypochromic anemia (p= 0.01963). According to coproparasitological methods, seropositive dogs showed a frequency of 41.8% for Ancylostoma sp., 27.9% for Giardia sp., 9.3% for Dipylidium caninum, 4.6% for Toxocara canis and 4.6% for Sarcocystis sp.. In dogs with CVL there was a positive correlation between the recovery of adult female hookworms and the measured parasite load in fecal samples, as defined as eggs per gram of feces (EPG) (odds ratio: 1.3258). For seronegative dogs, the frequency of intestinal parasites was 29.1% for Ancylostoma sp., 16.6% for Giardia sp., 12.5% for Cystoisospora sp., 4.16% for Spirometra and 4.16% for Sarcocystis sp.. Besides that, dogs with VL, the presence and the number of intestinal helminths increased the risk for the development of medium or severe clinical signs for CVL (odds ratio: 3.3621 and 2.7969, respectively). Concerning the Leishmania parasite load in the bone marrow of dogs seropositive for CVL, dogs with severe, clinical staging had the highest median parasite load (12.92 cp/μl), compared to dogs with medium staging (3.20 cp/μl) and low, clinical staging (0. 68 cp/μl). Regarding intestinal parasites, Ancylostoma sp. and Dipylidium caninum, were the most frequent parasites in euthanized dogs. Finally, mapping of serological testing of dogs and distribution of seropositive LVC cases and of the distribution of intestinal parasites in the urban area of Porteirinha showed overlapping and a similarity in distribution. In view of the results obtained, we concluded that co-infection with intestinal helminths is an aggravating factor for the development of visceral leishmaniasis in dogs, which was reflected by increased clinical signs of CVL and hematological alterations in coinfected animals. In regard to the scenario of One Health in the municipality, the elevated frequency of intestinal parasites with zoonotic potential in dogs from pet owners calls attention and points to the necessity of control measures with periodic treatment of domestic animals, in order to avoid contamination of peridomiciliary spaces, public parks and nearby environments.
Subject: Parasitologia
Cães
Leishmaniose Visceral
Enteropatias
Parasitárias
Ancylostoma
Coinfecção
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: ICB - DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Parasitologia
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/59605
Issue Date: 14-Jul-2023
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado

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