Costs in the treatment of schizophrenia in adults receiving atypical antipsychotics: an 11-year cohort in Brazil

Abstract

Antecedentes: A esquizofrenia está associada a um fardo económico significativo. No Brasil, medicamentos antipsicóticos e serviços ambulatoriais e hospitalares são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde para pacientes com esquizofrenia. Entretanto, há poucos estudos que capturem o custo do manejo desses pacientes no SUS brasileiro. Isto é importante para avaliar diferentes abordagens de gestão dentro dos sistemas universais de saúde. Objetivo: Descrever os custos associados ao tratamento da esquizofrenia em adultos que receberam antipsicóticos atípicos no Brasil de 2000 a 2010 por meio de dados do mundo real. Métodos: Integramos três bancos de dados nacionais para pacientes adultos com esquizofrenia recebendo um ou mais antipsicóticos atípicos. Apenas foram avaliados os custos médicos diretos, uma vez que a perspectiva é um pagador público. Um modelo de regressão log-linear multivariado foi realizado para avaliar associações entre custos e variáveis clínicas e demográficas. Resultados: Foram identificados 174.310 pacientes com esquizofrenia com custos anuais médios (± DP) de US$ 1.811,92 ± 284,39 por paciente. Os antipsicóticos atípicos representaram 79,7% do custo total, com um custo médio (± DP) anual por paciente de US$ 1.578,74 ± 240,40. Os custos anuais médios (± DP) por paciente de internação psiquiátrica foram de US$ 2.482,90 ± 302,92 e os cuidados psiquiátricos ambulatoriais foram de US$ 862,96 ± 160,18. A olanzapina foi utilizada por 47,7% dos pacientes e representou 62,8% do custo total dos antipsicóticos atípicos. Os pacientes que usaram clozapina tiveram o maior custo médio anual por paciente em atendimento psiquiátrico ambulatorial e internação psiquiátrica. Conclusões: Os antipsicóticos atípicos foram responsáveis pela maior parte dos custos do tratamento da esquizofrenia, e os custos de internação psiquiátrica foram os maiores custos médios anuais por paciente. Como resultado, as autoridades devem garantir a boa qualidade do uso de antipsicóticos atípicos e encorajar cuidados psiquiátricos ambulatoriais em vez de hospitalização psiquiátrica, sempre que possível.