Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/61183
Type: Tese
Title: Evolução clínica de pacientes com febre amarela: avaliação de fatores de risco relacionados a mortalidade e indicação de tratamentos alternativos
Authors: Carolina Lins Rodrigues Vieira
First Advisor: Wanessa Trindade Clemente
First Co-advisor: Braulio Roberto Goncalves Marinho Couto
Abstract: A febre amarela (FA) é uma doença causada por um vírus RNA pertencente à família Flaviviridae. No Brasil, o vírus persiste no ambiente através de ciclos silvestres, que envolvem animais, tanto primatas não-humanos, como mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. (MINAS GERAIS, 2017a). O epicentro da maior epidemia já registrada no país, entre os anos de 2016 e 2019, foi a região sudeste, particularmente os estados de Minas Gerais e São Paulo, quando foram notificados 3.242 casos suspeitos de FA em Minas Gerais (TABNET, 2022). Ainda há uma lacuna de conhecimento sobre os fatores de risco associados a óbito, a despeito da existência de algumas publicações sobre o tema. A elevação de transaminases é classicamente associada a maior mortalidade, contudo, estudos recentes apontam que idade, bilirrubina, creatinina e RNI possam ser marcadores de gravidade (TUBOI et al., 2007; ÁVILA et al., 2020; RIBEIRO et al., 2019). O objetivo desse estudo é caracterizar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com FA admitidos em hospital de referência, em 2017 e 2018. Além disso, visa também determinar os fatores de risco associados ao desfecho insuficiência hepática aguda e mortalidade nesses pacientes. Esse estudo avaliou a evolução clínico laboratorial de 229 pacientes com diagnóstico de febre amarela, hospitalizados em hospital de referência em Minas Gerais. Desse total, 197 (86%) eram do sexo masculino, com aproximadamente 46 anos. A mediana do tempo entre o início dos sintomas e a internação foi de quatro dias, e do tempo de internação, seis dias. A mortalidade global foi de 20,5% (n=47). Apesar de uma elevação significativa de transaminases, com ALT e AST de 1.167 e 1.138 UI/L, respectivamente, parâmetros como bilirrubina total apresentaram elevação discreta (1,2 mg/dL). Na análise multivariada, alterações nos valores de LDH e lactato nas primeiras 24 horas de internação, e leucometria e AST avaliados após 36 a 48 horas associaram-se a maior risco de óbito. Utilizando esses marcadores laboratoriais em modelo matemático, calculou-se a probabilidade em percentual de um paciente evoluir a óbito, após determinado tempo de evolução da doença. Dessa forma, acredita-se que esses marcadores possam ser auxiliares na seleção de pacientes para alocação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Finalmente, estabelecer os critérios de gravidade pode ser útil na seleção de pacientes em evolução para insuficiência hepática irreversível, que poderão se beneficiar de intervenções terapêuticas ou do transplante hepático como medida salvadora.
Abstract: Yellow fever (YF) is a disease caused by an RNA virus belonging to the Flaviviridae family. In Brazil, the virus is naturally present in the environment, in a cycle that involves mosquitoes of the genera Haemagogus and Sabethes infecting different primates including humans. (MINAS GERAIS, 2017a). The epicenter of the largest epidemic ever recorded in the country was between 2016 and 2019, in the South East region, particularly the states of Minas Gerais and São Paulo, when 3,242 cases of YF were reported in Minas Gerais (TABNET, 2022). There is still a lack of knowledge about the risk factors that can lead to death, despite the existence of a few publications on the matter. Elevation of transaminases is classically associated with higher mortality, however, recent studies indicate that age, bilirubin, creatinine and INR may be markers of severity (TUBOI et al., 2007; ÁVILA et al., 2020; RIBEIRO et al., 2019). The aim of this study is to characterize the clinical-epidemiological profile of patients with YF admitted to the referral hospital during de YF outbreak in 2017 and 2018. In addition, it also aims to determine the risk factors associated with fulminant hepatitis and mortality in these patients. This study analyzed the clinical profiles and laboratory data of 229 patients who were diagnosed with yellow fever, admitted to a reference hospital. Of this total, 197 (86%) were male, and their ages were about 46. The median time between the onset of symptoms and hospitalization was four days, and the median hospital stay length was six days. Overall mortality was 20.5% (n=47). Despite a significant increase in liver enzymes, with ALT and AST levels of 1,167 and 1,138 IU/L, respectively, parameters such as total bilirubin showed a slight increase (1.2 mg/dL). In the multivariate analysis, changes in lactate dehydrogenase (LDH) and lactate values in the first 24 hours of hospitalization, and leukocytes and AST evaluated after 36 to 48 hours are associated with a higher death risk. These laboratory markers were used in a mathematical model, and it was possible to calculate the percentage probability of the death of a patient, during the manifestation of the disease. Thus, it is concluded that these markers can be helpful in the selection of patients for allocation to the Intensive Care Unit (ICU) and other interventions such as plasmapheresis. Finally, establishing severity criteria could be useful in selecting patients undergoing fulminant hepatitis who may benefit from liver transplantation as a lifesaving measure.
Subject: Febre Amarela
Fatores de Risco
Insuficiência Hepática/mortalidade
Transplante de Fígado
Mortalidade
Dissertação Acadêmica
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Cirurgia e à Oftalmologia
Rights: Acesso Restrito
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/61183
Issue Date: 28-Jun-2023
metadata.dc.description.embargo: 28-Jun-2025
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