Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/61982
Tipo: Dissertação
Título: Estudo da hemorragia puerperal: seus fatores de risco e perfil epidemiológico em uma maternidade de referência
Autor(es): Raíssa Isabelle Leão Martins
Primeiro Orientador: Zilma Silveira Nogueira Reis
Primeiro Coorientador: Jussara de Souza Mayrink Novais
Primeiro membro da banca : Gabriel Costa Osanan
Segundo membro da banca: Anderson Pinheiro
Terceiro membro da banca: Patrícia Gonçalves Teixeira
Quarto membro da banca: Tábata Regina Zumpano Santos
Resumo: Introdução: A hemorragia pós-parto (HPP) é um agravo prevalente de saúde e associado a grande morbi-mortalidade. A mortalidade materna por HPP é um importante indicador de saúde de uma nação, já que evidencia desigualdades no acesso aos serviços de saúde e de políticas públicas direcionadas à saúde materna e perinatal. Objetivo: Analisar os casos de HPP ocorridos em mulheres que tiveram o parto em uma maternidade de referência e comparar os casos com e sem HPP. Secundariamente, avaliar a ocorrência de HPP por grupos de risco, a seguir da implementação de um sistema de classificação à admissão. Método: Trata-se de uma coorte retrospectiva, envolvendo um banco de dados com todos os partos ocorridos no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no período de setembro de 2019 a dezembro de 2020. A classificação do Programa Zero Morte Materna por Hemorragia (PZMMH) foi implantada nesta maternidade em setembro de 2019. A classificação em baixo, médio e alto risco para HPP foi realizada automaticamente por meio de um prontuário eletrônico denominado SISMater®. A ocorrência de HPP foi calculada e comparada entre as participantes, agrupadas de acordo com características obstétricas e clínicas e fatores de risco. Resultados: Mil novecentos e trinta e seis mulheres que deram à luz foram incluídas na análise. A prevalência de HPP foi de 6,8% (131 participantes). De acordo com a análise multivariada, a chance de HPP foi significativamente maior nas participantes que apresentaram gravidez múltipla (Rch 2,88, IC 95% 1,28 a 6,49), sangramento ativo na admissão (Rch 6,12, IC 95% 1,20 a 4,65), apresentação não cefálica (Rch 2,36, IC 95% 1,20 a 4,65), placenta retida (Rch 9,39, IC 95% 2,90 a 30,46) e descolamento prematuro da placenta (Rch 6,95, IC 95% 2,06 a 23,48). O parto vaginal foi considerado fator de proteção (Rch 0,58, IC 95% 0,34 a 0,98). Em relação à estratégia de estratificação de risco para HPP adotada na admissão da participante, não foi demonstrada relação com significância estatística entre as classificações “alto”, “médio” e “baixo” risco e a ocorrência de HPP (p=0.119). Conclusões: A principal contribuição do nosso estudo foi reforçar a magnitude da HPP em uma amostra de gestantes brasileiras numa maternidade de referência e levantar fatores de risco à admissão hospitalar. É possível que a ausência de relação entre a categoria da classificação de risco e a frequência de HPP indique algum efeito das ações do PZMM.
Abstract: Introduction: Postpartum hemorrhage (PPH) is a prevalent health problem and is associated with significant morbidity and mortality. Maternal mortality from PPH is an important indicator of a nation's health, as it highlights inequalities in access to health care, as well as a lack of public health policies towards maternal and perinatal health. Objective: To analyze the cases of PPH that occurred in women who gave birth in a reference maternity hospital and compare those who presented PPH with those who did not. . Secondly, to assess the occurrence of PPH by risk groups, following the implementation of a classification system at admission. Method: This is a retrospective cohort study, involving a database with all deliveries that took place at the Hospital das Clínicas of the Federal University of Minas Gerais (UFMG) from September 2019 to December 2020. The classification of the Zero Maternal Death due to Hemorrhage Program (ZMDHP) was implemented in this maternity hospital in September 2019. The classification into low, medium and high risk for PPH was performed automatically through an electronic medical record called SISMater®. The occurrence of PPH was calculated and compared among the participants, grouped according to obstetric and clinical characteristics and risk factors. Results: One thousand nine hundred and thirty six women who gave birth were included in the analysis. The prevalence of postpartum hemorrhage was 6,8% (167 participants). According to multivariate analysis, the odds for PPH was significantly higher in participants who presented multiple pregnancy (OR 2.88, 95% CI 1.28 to 6.49), active bleeding on admission (OR 6.12, 95% CI 1.20 to 4.65), non-cephalic presentation (OR 2.36, 95% CI 1.20 to 4.65), retained placenta (OR 9.39, 95% CI 2.90 to 30.46) and placental abruption (OR 6.95, 95% CI 2.06 to 23.48). Vaginal delivery figured out as a protective factor (OR 0.58, 95% CI 0.34 to 0.98). Regarding the risk stratification strategy adopted at the admission, there was no statistically significant relationship between the “high”, “medium” and “low” risk classifications and the occurrence of PPH (p=0.119). Conclusions: The main contribution of our study was reinforcing the magnitude of the PPH in a sample of Brazilian pregnant women in a reference maternity and rising risk factors at hospital admission. It is possible that the absence of a relationship between the risk rating category and the frequency of PPH indicates some effect of the ZMDP actions.
Assunto: Hemorragia Pós-Parto
Mortalidade Materna
Fatores de Risco
Registros Eletrônicos de Saúde
Complicações do Trabalho de Parto
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: MED - DEPARTAMENTO DE GINECOLOGIA OBSTETRÍCIA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Saúde da Mulher
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/61982
Data do documento: 24-Jun-2022
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