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Type: Dissertação
Title: Classificação de Risco para transmissão de doenças preveníveis por vacinas em crianças após pesquisa-intervenção no Estado de Minas Gerais, Brasil
Authors: Janaina Fonseca Almeida Souza
First Advisor: Fernanda Penido Matozinhos
Abstract: Introdução: O Programa Nacional de Imunizações (PNI) vem se consolidando como uma das mais relevantes intervenções em saúde pública. As ações de imunização são prioritárias na Atenção Primária à Saúde (APS), porta de entrada principal da população aos serviços de saúde. O que se tem observado, especialmente a partir do ano de 2016, a despeito do sucesso do PNI e da expansão da APS, é a queda progressiva das coberturas vacinais. Para superar este desafio são necessárias estratégias mais amplas, sendo que a identificação de áreas com alto risco para transmissão de doenças imunopreveníveis pode ser uma delas. Objetivo: Analisar o impacto de uma estratégia do tipo pesquisa-intervenção na classificação de risco para transmissão de doenças preveníveis por vacinas em crianças menores de 2 anos de idade em municípios do estado de Minas Gerais, Brasil. Além disso, tem-se como objetivos específicos: analisar o índice de cobertura vacinal (ICV), homogeneidade de cobertura vacinal (HCV) e taxa de abandono (TA) nos municípios do estado, nos anos de 2021 e 2022; classificar os municípios em estratos de risco para transmissão de doenças preveníveis por vacinas antes e após uma estratégia de pesquisa-intervenção e construir mapas coropléticos para verificar a distribuição espacial da classificação de risco. Métodos: Trata-se de pesquisa-intervenção realizada de forma conjunta entre a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e o Núcleo de Estudos e Pesquisa em Vacinação da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, com um ensaio clínico comunitário, do tipo antes e depois, realizado em 212 municípios pertencentes a 8 Gerências/Superintendências Regionais de Saúde (GRS/SRS) do estado de Minas Gerais, Brasil. As informações foram extraídas do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI). O ICV foi analisado por meio do Teste de U de Mann-Whitney e a comparação das proporções da HCV, TA e classificação de risco por meio do Teste de McNemar. Resultados: Para todos os imunobiológicos analisados, houve aumento das medianas e intervalos interquartílicos (IQ), comparando-se o ano de 2022 com o ano de 2021. Observou-se que o maior percentual de aumento se deu com a vacina varicela (16,81%), seguida da vacina tríplice viral D2 (14,57%). O menor aumento percentual se deu com a vacina febre amarela (1,18%) e com a vacina rotavírus humano (5,71%). Foi possível observar, também, aumento no percentual de municípios do estudo que atingiram metas de coberturas vacinais quando comparados os anos de 2021 e 2022, para todos os imunobiológicos analisados (exceto hepatite A, que manteve o mesmo valor nos dois anos). Para os indicadores de HCV, TA e classificação de risco, os resultados demonstram melhoria importante na comparação entre os anos analisados. Em relação à classificação de “adequada” HCV (≥ 75% a ≤ 100%), houve um aumento de 19,34% no ano de 2021 para 31,60% no ano de 2022, com significância estatística (p=0,022). No que tange à “alta” TA, somente a vacina oral de rotavírus humano apresentou redução estatisticamente significativa (p<0,001) nessa classificação (16,04% em 2021, para 6,60% em 2022). Segundo a classificação de risco para a transmissão de doenças preveníveis por vacinas, no ano de 2021 um total de 80,66% dos 212 municípios foram classificados como “alto e muito alto risco”. No ano de 2022, após a intervenção nos municípios, observou-se redução para 68,40% dos 212 municípios classificados como “alto e muito alto risco”, também estatisticamente significativo (p=0,039). Por fim, os resultados demonstraram, também, redução do número de crianças vivendo em municípios em “alto ou muito alto risco” para transmissão de doenças preveníveis por vacina no estado de Minas Gerais. Conclusão: A utilização da classificação de risco demonstrou ser efetiva para realizar o delineamento do cenário e a priorização de locais para intervenção, sendo aplicável à realidade singular de cada município. Além disso, esta metodologia possibilitou a análise de resultados e do cenário de vacinação no estado após a implementação de um projeto de pesquisa-intervenção. O aumento da cobertura vacinal implica em adaptação de estratégias mais amplas e melhorias para a saúde pública e práticas de enfermagem, uma vez que a imunização tem um papel importante na prevenção de doenças evitáveis e, consequentemente, na redução da morbimortalidade infantil. Nesse sentido, reforça-se a relevância do trabalho do profissional enfermeiro na APS e nos espaços de gestão envolvidos com a imunização. O monitoramento dos indicadores, junto à metodologia da pesquisa-intervenção, foi importante aliado na retomada do trabalho da imunização para alcance de altas e homogêneas coberturas vacinais no estado.
Subject: Cobertura Vacinal
Serviços de Vigilância Epidemiológica
Monitoramento Epidemiológico
Gestão de Riscos
Criança
Enfermagem
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: ENF - DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL E SAÚDE PÚBLICA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Rights: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/62561
Issue Date: 17-Nov-2023
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