Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/69491
Type: Tese
Title: Fatores psicossociais, satisfação com o trabalho e adoecimento de professores no Brasil e em Portugal
Authors: Nayara Ribeiro Gomes
First Advisor: Adriane Mesquita de Medeiros
First Co-advisor: Barbara Antunes Rezende
First Referee: Amélia Augusta de Lima Friche
Second Referee: Stela Maris Aguiar Lemos
Third Referee: Iara Barreto Bassi
metadata.dc.contributor.referee4: Tânia Maria de Araújo
metadata.dc.contributor.referee5: Aline Mansueto Mourão
Abstract: INTRODUÇÂO: O trabalho docente é considerado como uma das profissões mais estressantes e pode resultar em licenças médicas, readaptações funcionais e absenteísmo, acarretando prejuízos no desempenho da atividade docente. Os fatores psicossociais do trabalho referem-se às interações entre o ambiente, as condições, a organização, gestão e conteúdo e as características individuais dos trabalhadores. Estes fatores podem causar danos à saúde e repercutir no desempenho e satisfação com o trabalho. Portanto, reconhecer as causas e agravos em saúde na população de professores representa um avanço relevante para que se possa ter uma visão mais ampla da situação-problema e de suas relações com o trabalho. OBJETIVOS: 1) Investigar associações entre o adoecimento de professores da educação básica e os fatores psicossociais do trabalho. 2) Analisar o impacto negativo do trabalho na saúde física e mental autopercebido por professores brasileiros e portugueses e a associação com os fatores sociodemográficos e relacionados ao trabalho. 3) Identificar grupos de professores que percebem o impacto negativo do trabalho na saúde física e mental no Brasil (BRA) e em Portugal (POR) com base em suas características comuns. MÉTODOS: A metodologia está dividida em duas etapas. A primeira tratou-se de um estudo de revisão sistemática (artigo 1) e a segunda (artigos 2 e 3) estudo do tipo observacional, transversal, quantitativo, com dados de professores brasileiros e portugueses do ensino fundamental - anos finais (6º ao 9º ano) participantes do inquérito internacional Teaching and Learning Internacional Survey – TALIS no ano de 2018. Foram excluídos: professores que também atuavam como diretores, professores substitutos, em licença de longa duração e aqueles que lecionavam exclusivamente para adultos. As variáveis respostas foram a autopercepção do impacto do trabalho na saúde física e mental. Para a análise dos dados, as respostas foram agrupadas em duas opções dicotômicas: pouco/nada ou muito/bastante. Foram analisadas variáveis sociodemográficas, fatores psicossociais, estresse e satisfação com o trabalho. Realizou-se análises descritivas e análise de regressão logística uni e multivariada para cada desfecho e país e foi adotado o nível de significância de 5%. Posteriormente, foi realizada uma análise de agrupamentos associados a adesão de clusters por meio do machine learning (ML) referentes as variáveis: características sociodemográficas, ocupacionais, fatores psicossociais do trabalho, satisfação com o trabalho e impacto negativo do trabalho na saúde física e mental. RESULTADOS: A revisão sistemática de literatura identificou que transtornos mentais comuns, dor musculoesquelética e Síndrome de Burnout são associados significativamente ao baixo apoio social, carga elevada de trabalho, alta demanda no trabalho, baixo controle no trabalho, clima organizacional, ambiguidade de papéis, condições estressantes de trabalho, desequilíbrio esforço-recompensa, baixo apoio da família, demandas relacionais (professor-pais-alunos), intimidação e a segurança no trabalho. Os resultados do estudo observacional contaram com a participação de 5.680 professores brasileiros e portugueses. Seiscentos e sete professores brasileiros (27,3%) e 2.061 professores portugueses (59,5%) relataram perceber muito ou bastante impacto do trabalho na saúde física. Em relação à saúde mental, 598 professores brasileiros (27,0%) e 2.247 professores portugueses (64,9%) perceberam muito ou bastante impacto atribuído ao trabalho. Os fatores associados a esses impactos, para ambos os desfechos incluem: ser mulher, ter idade entre 40-59 anos, ter mais de 11 anos de carreira, não ter tempo para a vida pessoal, insatisfação com o trabalho, com o salário e recompensas recebidas, sentir-se estressado, falta de apoio dos colegas e a desvalorização do trabalho pela sociedade. Em relação aos clusters encontrados, foi identificado um grupo de professores que percebem o impacto negativo do trabalho na saúde física e mental tanto para BRA quanto para POR. Nos dois países, as características dos professores são semelhantes com exceção, da idade e tempo total de carreira. Portanto, esses docentes são caracterizados tempo de docência na escola ≤5 anos, não participa ativamente das decisões da escola, não compartilha responsabilidades nas questões escolares, não compartilhar ideias sobre o ensino, não recebe incentivo da escola a conduzir novas iniciativas, não tem boa relação entre professor e aluno, não recebe apoio dos colegas, não acredita que a profissão é valorizada, refere insatisfação geral com o trabalho, com o salário e com as recompensas recebidas e não ter tempo para a vida pessoal. No BRA os professores tem idade até 39 anos e tempo total de carreira ≤ 10 anos. CONCLUSÕES: Os achados dos estudos identificaram associações entre o adoecimento dos professores e os fatores psicossociais relacionados a organização do trabalho. Os resultados destacaram os fatores associados a esses impactos incluindo características sociodemográficas como gênero e idade, bem como aspectos relacionados ao ambiente de trabalho, tempo para a vida pessoal, satisfação com o trabalho e remuneração, estresse e apoio social dos colegas. Espera-se que os resultados encontrados possam contribuir para o direcionamento de melhorias, medidas e ações específicas relacionadas a organização e aos fatores relacionados ao trabalho e a elaboração de práticas voltadas para professores na intenção de auxiliar a prevenir os prejuízos à saúde destes trabalhadores.
Abstract: INTRODUCTION: Teaching profession is considered one of the most stressful occupations and can result in medical leaves, functional adaptations, and absenteeism, leading to impairments in teaching performance. Psychosocial factors at work refer to interactions between the environment, conditions, organization, management, content, and individual characteristics of workers. These factors can cause health damage and impact performance and job satisfaction. Therefore, recognizing the causes and health issues in the teacher population represents a significant advancement to gain a broader understanding of the problem situation and its relationship with work. OBJECTIVES: 1) to investigate associations between the illness of basic education teachers and psychosocial factors at work. 2) to analyze the negative impact of work on self-perceived physical and mental health among Brazilian and Portuguese teachers and the association with sociodemographic and work-related factors. 3) to identify groups of teachers who perceive the negative impact of work on physical and mental health in Brazil (BRA) and Portugal (POR) based on their common characteristics. METHODS: The methodology is divided into two stages. The first stage consisted of a systematic review study (Article 1), and the second stage (Articles 2 and 3) was an observational, cross-sectional, quantitative study, using data from Brazilian and Portuguese teachers in the final years of elementary education (6th to 9th grade) who participated in the international survey Teaching and Learning International Survey - TALIS in the year 2018. Teachers who also served as principals, substitute teachers, on long-term leave, and those exclusively teaching adults were excluded. The response variables were self-perceived impact of work on physical and mental health. For data analysis, responses were grouped into two dichotomous options: little/none or much/quite a lot. Sociodemographic variables, psychosocial factors, stress, and job satisfaction were analyzed. Descriptive analyses and univariate and multivariate logistic regression analysis were performed for each outcome and country, adopting a significance level of 5%. Subsequently, cluster analysis associated with cluster adherence was performed using machine learning (ML) for variables such as sociodemographic characteristics, occupational factors, psychosocial work factors, job satisfaction, and negative impact of work on physical and mental health. RESULTS: The systematic literature review identified that common mental disorders, musculoskeletal pain, and Burnout Syndrome are significantly associated with low social support, high workload, high job demand, low job control, organizational climate, role ambiguity, stressful work conditions, effort-reward imbalance, low family support, relational demands (teacher-parent-student), bullying, and job security. The results of the observational study involved 5,680 Brazilian and Portuguese teachers. Six hundred and seven Brazilian teachers (27.3%) and 2,061 Portuguese teachers (59.5%) reported perceiving much or quite a lot of impact of work on physical health. Regarding mental health, 598 Brazilian teachers (27.0%) and 2,247 Portuguese teachers (64.9%) perceived much or quite a lot of impact attributed to work. Factors associated with these impacts, for both outcomes, include being female, aged 40-59 years, having more than 11 years of career, lacking time for personal life, dissatisfaction with work, salary, and rewards received, feeling stressed, lack of support from colleagues, and undervaluation of work by society. Regarding the clusters found, a group of teachers was identified who perceive the negative impact of work on physical and mental health for both BRA and POR. In both countries, teachers characteristics are similar except for age and total career time. Therefore, these teachers are characterized by teaching experience in the school ≤5 years, not actively participating in school decisions, not sharing responsibilities in school matters, not sharing ideas about teaching, not receiving school encouragement to lead new initiatives, not having a good relationship between teacher and student, not receiving support from colleagues, not believing that the profession is valued, expressing overall dissatisfaction with work, salary, and rewards received, and lacking time for personal life. In BRA, teachers are aged up to 39 years and have a total career time of ≤ 10 years. CONCLUSIONS: The findings of the studies identified associations between the illness of teachers and psychosocial factors related to work organization. The results highlighted factors associated with these impacts including sociodemographic characteristics such as gender and age, as well as aspects related to the work environment, time for personal life, job satisfaction and compensation, stress, and social support from colleagues. It is hoped that the results found can contribute to directing improvements, measures, and specific actions related to organization and work-related factors, and to the development of practices aimed at teachers in order to help prevent health impairments in these workers.
Subject: Docentes
Doenças Profissionais
Riscos Ocupacionais
Satisfação no Emprego
Saúde Ocupacional
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ciências Fonoaudiológicas
Rights: Acesso Restrito
URI: http://hdl.handle.net/1843/69491
Issue Date: 23-Aug-2023
metadata.dc.description.embargo: 23-Aug-2025
Appears in Collections:Teses de Doutorado

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