Natural forest regeneration on anthropized landscapes could overcome climate change effects on the endangered maned sloth (Bradypus torquatus, Illiger 1811)

Abstract

As alterações climáticas e a perda de habitat foram identificadas como as principais causas da extinção de espécies. A regeneração florestal e as áreas protegidas são essenciais para amortecer os impactos das alterações climáticas e garantir habitats de qualidade para espécies ameaçadas. Avaliamos a adequação ambiental atual e futura da preguiça-guará, Bradypus torquatus, em cenários futuros de restauração florestal e climática, utilizando modelagem de nicho ecológico. Nós comparou a adequação ambiental de duas Unidades Evolutivamente Significativas (ESUnorte e ESUsul) usando dois cenários de alterações climáticas para 2070 e três cenários potenciais de regeneração florestal. Da mesma forma, avaliamos o grau de proteção das áreas aptas resultantes dos modelos, conforme legislação brasileira: AP – Áreas Protegidas; APP – Áreas de Proteção Permanente (áreas ambientalmente sensíveis em propriedades privadas); e RL – Reservas Legais (áreas de vegetação natural em propriedades privadas). Por fim, calculamos o déficit de APP e RL em cada ESU, considerando a cobertura florestal atual. A regeneração florestal pode mitigar os efeitos deletérios das alterações climáticas, mantendo e aumentando a adequação ambiental no futuro cenários. A ESUnorte contém áreas mais adequadas (21.570 km²) do que a ESUsul (12.386 km²), com um aumento em todos os cenários futuros (até 45.648 km² de novas áreas adequadas), enquanto a ESUsul poderá ter um diminuição significativa (até 7.546 km² a menos). As áreas adequadas são em sua maioria desprotegidas (ESUnorte – 65,5% e ESUsul – 58,3%). Portanto, a PPA e a PA podem manter apenas uma pequena parcela dos recursos adequados atuais e futuros. áreas. Ambas as ESUs apresentam elevado déficit de PPA e RL, evidenciando a necessidade de atuar na recuperação da nessas áreas para realizar uma restauração em grande escala, mitigar os efeitos das mudanças climáticas e alcançar, pelo menos, um área florestal mínima para salvaguardar a espécie. Não obstante, uma conservação a longo prazo de B. torquatus beneficiarão da regeneração florestal para além desses requisitos mínimos, aliada à protecção da floresta áreas.