Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/72582
Tipo: Dissertação
Título: Efeitos comportamentais do estresse por separação maternal são sexo-dependentes e distintos na pré-puberdade e no início da vida adulta
Título(s) alternativo(s): Behavioral effects of maternal separation stress are sex-specific and distinct in prepuberty and early adulthood
Autor(es): Bruna Lopes Resende
Primeiro Orientador: Bruno Rezende de Souza
Primeiro membro da banca : Marco Antônio Peliky Fontes
Segundo membro da banca: Antônio Carlos Pinheiro de Oliveira
Resumo: Interações complexas entre o organismo, seu ambiente e sua ontogênese formam a base para os padrões comportamentais observados na vida adulta, e tanto o comportamento cotidiano quanto distúrbios comportamentais observados ao longo da vida podem decorrer de processos desenvolvimentais. Essa perspectiva é consoante com dados que mostram que a maioria dos transtornos psiquiátricos aparece antes da vida adulta, com um aumento da incidência de transtornos de humor, de ansiedade, alimentares e esquizofrenia durante a adolescência. Dentre os fatores de risco para a emergência desses transtornos está a exposição ao estresse no início da vida. É neste período que processos como a neurogênese, sinaptogênese e a poda sináptica acontecem em maior intensidade, sendo a poda sináptica um dos processos mais relevantes para o refinamento da comunicação neuronal. A hipótese deste estudo é de que a interação do estresse no início da vida com processos neurodesenvolvimentais leva a diferentes estratégias comportamentais em camundongos adolescentes e adultos. Para testar nossa hipótese, camundongos machos e fêmeas foram submetidos ao estresse por separação maternal durante as duas primeiras semanas de vida e, a partir do dia pós-natal P28 ou P58, todos os animais passaram por uma bateria de testes comportamentais para avaliação de comportamento motor/exploratório e tipo-ansioso. Neste estudo, observamos que, durante a adolescência, camundongos machos expostos ao estresse por separação maternal apresentaram uma hiperlocomoção no teste de campo aberto, além de um aumento na latência para a primeira entrada no compartimento escuro na caixa claro/escuro; enquanto fêmeas perderam a preferência por estímulos sociais característica da adolescência. No teste de análise de variância, o fator “exposição ao estresse” foi relacionado a menos tempo no compartimento escuro na caixa claro/escuro; a menos entradas no braço fechado, no centro e menos cruzamentos entre regiões no labirinto em cruz elevado. Ainda, o fator “sexo” em si é relacionado a uma diferença comportamental basal na caixa claro/escuro. Quando os mesmos testes foram realizados em animais adultos, a única alteração a permanecer foi a influência do fator “estresse” no labirinto em cruz elevado. No nosso trabalho, observamos uma mudança de resposta ao estresse na infância através da passagem da adolescência para a vida adulta e, com isso, enfatizamos a importância do estudo de diferentes fases desenvolvimentais e ressaltamos a significância de considerar experiências particulares a períodos formativos específicos ao discutir o bem-estar social e a saúde ao longo da vida.
Abstract: Complex interactions among the organism, its environment, and its ontogenesis form the foundation for behavioral patterns observed in adulthood. Both everyday behavior and behavioral disorders can result from developmental processes. This perspective aligns with data indicating that most psychiatric disorders emerge before adulthood, with higher incidence of mood, anxiety, and eating disorders, as well as schizophrenia, during adolescence. Notably, early-life stress exposure is a risk factor for the onset of these disorders. During this period, processes such as neurogenesis, synaptogenesis, and synaptic pruning occur more intensely, with synaptic pruning being one of the most relevant means for refining neuronal communication. The hypothesis of this study is that early-life stress interacts with neurodevelopmental processes and leads to different behavioral outcomes in adolescent and adult mice. To test this hypothesis, male and female mice were subjected to maternal separation stress during the first two weeks of life. From postnatal day P28 or P58, all animals underwent a battery of behavioral tests for assessment of motor/exploratory and anxiety-like behaviors. In this study, we observed that during adolescence, male mice exposed to maternal separation exhibit hyperlocomotion in the open field test, along with an increased latency to first explore the dark compartment in the light/dark box; while females lost the preference for social stimuli characteristic to the adolescence. According to the analysis of variance, the “stress exposure” factor was associated with less time in the dark compartment in the light/dark box, fewer entries into the closed arms and center of the elevated plus maze, as well as fewer crossing between regions. Further, the “sex” factor itself was related to a basal behavioral difference in the light/dark box. When the same tests were performed in adult mice, the only remaining alteration was the influence of exposure to stress in the elevated plus maze. In our study, we observed a shift in early-life stress response from adolescence to adulthood, thus emphasizing the relevance of studying different developmental phases, and highlighting the significance of considering experiences that are particular to formative periods when discussing social well-being and health.
Assunto: Fisiologia
Crescimento e Desenvolvimento
Adolescente
Criança
Pesquisa Comportamental
Estresse Psicológico
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: ICB - DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E BIOFÍSICA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas - Fisiologia e Farmacologia
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/72582
Data do documento: 5-Fev-2024
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