Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/76587
Type: Dissertação
Title: A mortalidade materna no contexto da COVID-19 em Minas Gerais, Brasil
Authors: Livia Maria Gomes Lopes
First Advisor: Flávia Bulegon Pilecco
First Co-advisor: Deborah Carvalho Malta
metadata.dc.contributor.advisor-co2: http://lattes.cnpq.br/3261263738543724
First Referee: Mariana Santos Felisbino Mendes
Second Referee: Carmen Simone Grilo Diniz
Abstract: Introdução: A pandemia de COVID-19 impactou negativamente os indicadores de mortalidade materna no Brasil. Riscos diferenciais na mortalidade materna podem ser observados segundo fatores socioeconômicos e demográficos. Objetivo: Investigar as mudanças na Razão de Mortalidade Materna (RMM) durante a pandemia de COVID-19 segundo características sociodemográficas, de atenção obstétrica e regionais em Minas Gerais, Brasil e a correlação da RMM com indicadores socioeconômicos da macrorregião de residência. Métodos: Estudo ecológico de séries temporais com dados provenientes do Sistema de Informações sobre Mortalidade. A RMM em 2010-2019 e 2020-2021 foi comparada segundo idade, escolaridade, raça/cor, número de consultas pré-natal, trimestre de início do pré-natal e macrorregião de saúde. Avaliou-se a correlação entre RMM e variáveis socioeconômicas (Produto Interno Bruto per capita, Índice Brasileiro de Privação e percentual de jovens com até o ensino fundamental incompleto) da macrorregião utilizando o coeficiente de Pearson. Adicionalmente, descrevemos o percentual de incremento de óbitos maternos após investigação dos óbitos de mulheres em idade fértil e como isso alterou a distribuição de causas de mortes maternas, nos dois períodos. Resultados: Foram avaliadas 1.488 declarações de óbito. A RMM aumentou 62,5% na pandemia, especialmente nas mulheres na faixa etária de 20 a 34 anos (64,5%), com menor escolaridade (134,9%), da raça/cor branca (77,7%), com menor número de consultas de pré-natal (102,2%), que iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre (58,1%) e residentes na macrorregião Noroeste (241%). Contudo, as RMM foram superiores em mulheres de 35 anos ou mais (125,1 por 100 mil nascidos vivos), pretas (90,5), com menor escolaridade (151,5), menor número de consultas de pré-natal (181,2) e residentes na macrorregião Nordeste (122,3). A RMM aumentou com o aumento do Índice Brasileiro de Privação (R=0,73;p=0,0029) e reduziu com o aumento da escolaridade (R=0,68; p=0,0079) em 2010-2019. Não encontramos correlações entre os indicadores socioeconômicos e RMM durante a pandemia. Em 2020-2021 predominaram as causas indiretas de óbitos maternos (54,5%), em função da COVID-19, responsável por 40,2% do total de causas de óbitos. O percentual de óbitos de mulheres em idade fértil investigados foi de 94% (2010-2019) e 92,8% (2020-2021) e o incremento de óbitos maternos após a investigação foi de 35,7% (2010-2019) e 70,6% (2020-2021). Conclusão: Os óbitos por COVID-19 provocaram importante elevação da RMM. Grupos com menor RMM experimentaram maior alteração da RMM no período da pandemia. Em novas crises sanitárias, o reconhecimento de gestantes e puérperas como grupo de risco diante de epidemias relacionadas a infecções respiratórias, o monitoramento contínuo dos casos e óbitos na população obstétrica e priorização nas campanhas de vacinação, estão entre medidas que poderão reduzir mortes maternas.
Abstract: Introduction: The COVID-19 pandemic negatively impacted maternal mortality indicators in Brazil. Differential risks in maternal mortality can be observed according to socioeconomic and demographic factors. Objective: Investigate changes in the Maternal Mortality Ratio (MMR) during the COVID-19 pandemic according to sociodemographic, obstetric care and regional characteristics in Minas Gerais, Brazil and the correlation of MMR with socioeconomic indicators of the macro-region of residence. Methods: Ecological time-series study with data from the Mortality Information System. The MMR in 2010-2019 and 2020-2021 was compared according to age, education, race/color, number of prenatal consultations, trimester of prenatal care initiation and health macro-region. The correlation between MMR and socioeconomic variables (Gross Domestic Product per capita, Brazilian Deprivation Index and percentage of young people with incomplete primary education) of the macro-region was evaluated using the Pearson coefficient. Additionally, we describe the percentage increase in maternal deaths after investigating the deaths of women of childbearing age and how this changed the distribution of causes of maternal deaths in both periods. Results: 1,488 death certificates were evaluated. The MMR increased by 62.5% during the pandemic, especially in women aged 20 to 34 years (64.5%), with lower education (134.9%), white race/color (77.7%), with fewer prenatal consultations (102.2%), who started prenatal care in the first trimester (58.1%) and residents in the Northwest macro-region (241%). However, the MMR were higher in women aged 35 years or older (125.1 per 100,000 live births), black women (90.5), with lower education (151.5), fewer prenatal consultations (181 .2) and residents in the Northeast macro-region (122.3). The MMR increased with the increase in the Brazilian Deprivation Index (R=0.73; p=0.0029) and reduced with the increase in education (R=0.68; p=0.0079) in 2010-2019. We did not find correlations between socioeconomic indicators and MMR during the pandemic. In 2020-2021, indirect causes of maternal deaths predominated (54.5%), due to COVID-19, responsible for 40.2% of the total causes of deaths. The percentage of deaths of women of childbearing age investigated was 94% (2010-2019) and 92.8% (2020-2021) and the increase in maternal deaths after the investigation was 35.7% (2010-2019) and 70.6% (2020-2021). Conclusions: Deaths from COVID-19 caused a significant increase in the MMR. Groups with lower MMR experienced greater changes in MMR during the pandemic period. In new health crises, recognizing pregnant and postpartum women as a risk group in the face of epidemics related to respiratory infections, continuous monitoring of cases and deaths in the obstetric population, and prioritization in vaccination campaigns are among the measures that could reduce maternal deaths.
Subject: Mortalidade Materna
COVID-19
Pandemias
Disparidades nos Níveis de Saúde
Estudos de Séries Temporais
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
Rights: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/76587
Issue Date: 13-Mar-2024
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
A mortalidade materna no contexto da COVID-19 em Minas Gerais, Brasil.pdf1.86 MBAdobe PDFView/Open


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons