Relationship between cardiofemoral index and fetal blood pH in fetuses with Rh alloimmunization

Abstract

Introdução: A aloimunização é a principal causa de anemia fetal e neonatal. Infelizmente, apesar da descoberta da imunoglobulina anti-Rh na década de 60, sua incidência ainda é inaceitavelmente alta no Brasil. O Centro de Medicina Fetal da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é um centro de referência para aloimunização. A anemia fetal é um resultado comum da aloimunização e é uma causa importante de insuficiência cardíaca congestiva fetal resultando em dilatação cardíaca. O aumento do Índice Cardiofemoral (CFI) reflete a dilatação cardíaca no processo de agravamento da anemia fetal, o que é demonstrado pela correlação inversa entre este índice e a concentração de hemoglobina fetal. Estudos também mostraram uma correlação entre anemia fetal e gasometria fetal: à medida que a anemia fetal piora, o pH sanguíneo fetal diminui. Objetivo: Este estudo tem como objetivo determinar a relação entre o índice cardiofemoral e a gasometria fetal em fetos com aloimunização e, Bencke, avaliar se um método não invasivo (CFI) pode predizer acidemia fetal. Pacientes e Métodos: Foi realizado um estudo transversal em 51 gestantes aloimunizadas entre 25 e 34 semanas de gestação, acompanhadas no Centro de Medicina Fetal da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Essas pacientes, cujos fetos apresentavam evidências clínicas de anemia, tinham indicação formal de cordocentese para determinação do nível de hemoglobina no sangue fetal. As 51 pacientes foram submetidas a um total de 68 cordocenteses. Antes da cordocentese, foram obtidas medidas cardíacas do Diâmetro Externo Biventricular (DVBO) em corte de quatro câmaras no final da diástole, usando ultrassom em tempo real e avaliação no modo M. Posteriormente, foi obtido o comprimento do fêmur fetal e calculado o IFC pela divisão do DVBO pelo comprimento do fêmur em cada caso. Para os exames de ultrassom, foi utilizado um aparelho SONOACE 8800 (Medsom). A gasometria foi determinada em cada amostra de sangue obtida da cordocentese. O IFC foi associado ao pH fetal por regressão linear (p<0,05). Foi utilizada uma curva ROC para determinar o ponto de corte ideal para comparar o CFI à acidemia fetal, definido como pH<7,2 (p<0,05). Resultados: foi observada uma relação inversa entre o CFI e o pH fetal (p=0,001); Utilizando uma curva ROC, o ponto de corte ideal obtido para comparar o CFI ao pH fetal foi 0,64 (p=0,0003, sensibilidade=100%, especificidade=77%). Conclusões: Observamos uma relação inversa e significativa entre o CFI e o pH sanguíneo fetal: à medida que o CFI aumenta, o pH fetal diminui e pode ocorrer acidemia fetal (pH<7,2); o ponto de corte ideal do CFI para o rastreio da acidemia fetal é 0,64. Fetos com CFI abaixo de 0,64 não são acidêmicos, enquanto fetos com CFI igual ou maior que 0,64 apresentam risco de acidemia.