Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/78001
Tipo: Dissertação
Título: Análise da função muscular e dissipação de energia em corredoras com e sem incontinência urinária de esforço: um estudo transversal
Autor(es): Natália Cardoso Campos
Primeiro Orientador: Renan Alves Resende
Primeiro Coorientador: Sérgio Teixeira da Fonseca
metadata.dc.contributor.advisor-co2: Mariana Maia de Oliveira Sunemi
Primeiro membro da banca : Vanessa Lara de Araújo
Segundo membro da banca: Néville Ferreira Fanchini de Oliveira
Resumo: Introdução: O impacto repetitivo durante a corrida pode estar relacionado à incontinência urinária de esforço (IUE) em mulheres corredoras, cuja prevalência varia entre 47% a 62% neste público. Durante a fase de apoio da corrida, a força de reação do solo (FRS) aumenta de 3 a 4 vezes o peso corporal gerando um impacto que precisa ser absorvido e dissipado pelas articulações dos membros inferiores, diminuindo assim a demanda que chega à pelve e à coluna lombar baixa. A aplicação repetitiva de impacto na região pélvica e a incapacidade das corredoras de gerenciar essas demandas podem comprometer o mecanismo de continência urinária, resultando em sintomas de IUE. Diante disso, o objetivo deste estudo foi investigar como as corredoras dissipam a energia na cadeia cinética e se há diferenças entre as capacidades musculoesqueléticas (e.g., funções musculares) em lidar com as demandas da corrida (e.g., estresses gerados pelo impacto). Métodos: Foram incluídas mulheres de 18 a 45 anos, com pelo menos seis meses de experiência em corrida e um mínimo de 20km de treino por semana, que não tivesse realizado cirurgia ou sofrido lesão nos membros inferiores ou pelve, não estivessem grávidas, não tivessem realizado tratamento para IUE e que concordaram em realizar a avaliação ginecológica. No grupo de corredoras incontinentes (GCI), foram incluídas aquelas que relataram sintomas de IUE durante a corrida e no questionário International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form (ICIQ-SF), sendo obrigatório o sintoma de IUE durante atividades físicas. No grupo de corredoras continentes (GCC), foram incluídas aquelas sem relato de IUE e com pontuação zero no ICIQ-SF. A função dos músculos do assoalho pélvico (pressão de contração em cmH2O e a resistência em segundos) foi avaliada por meio do Peritron, e a força isométrica máxima dos rotadores laterais e mediais de quadril, flexores de tronco, flexores plantares e quadríceps (Newtons) foi medida por um dinamômetro manual portátil. Os dados cinéticos incluíram a absorção de impacto no tornozelo, joelho e quadril no plano sagital, bem como a atenuação do choque entre a tíbia e o fêmur, durante corrida em esteira instrumentada em um sistema de análise tridimensional do movimento. Os dados com distribuição normal foram analisados pelo Teste-t, enquanto os dados com distribuição não normal foram analisados pelo teste de Mann-Whitney. O nível de significância adotado foi de 0,05. Resultados: Trinta e duas corredoras foram incluídas no estudo, sendo dezesseis no GCI e dezesseis no GCC. Os grupos foram homogêneos em todas as variáveis sociodemográficas. A pressão de contração vaginal e a resistência dos músculos do assoalho pélvico, bem como os testes de força isométrica máxima dos rotadores externos e internos do quadril, flexores do tronco, flexores plantares do tornozelo e quadríceps, não mostraram diferenças estatísticas entre os grupos. Apesar de não haver diferenças na magnitude vertical da força de reação do solo que atinge a cadeia cinética, o GCI apresentou menor absorção de energia no tornozelo, menor atenuação do impacto entre a tíbia e o fêmur e maior absorção de energia no quadril durante a fase de apoio da corrida em comparação com o GCC. Conclusão: Nenhuma diferença foi observada na pressão de contração vaginal, na resistência dos músculos do assoalho pélvico ou na força máxima isométrica entre corredoras com e sem IUE. Corredoras com IUE exibiram menor absorção de energia nas articulações do tornozelo e menor atenuação de impacto entre a tíbia e o fêmur, associadas a uma maior absorção de energia no quadril durante a fase de apoio da corrida em comparação com o grupo sem IUE. Esses achados sugerem que as demandas impostas às estruturas pélvicas em corredoras com IUE são maiores do que em corredoras continentes, possivelmente resultando em sobrecarga tecidual e contribuindo para os sintomas de IUE. A IUE é uma condição multifatorial, e uma avaliação mais abrangente, levando em consideração as capacidades de absorver e atenuar o impacto, é necessária para melhor entender as relações complexas e não lineares entre as capacidades individuais, as demandas da corrida e a IUE em corredoras.
Abstract: Introduction: Repetitive impact during running may be related to stress urinary incontinence (SUI) in female runners, with a prevalence ranging from 47% to 62% in this group. During the stance phase of running, the ground reaction force (GRF) increases to 3 to 4 times the body weight, causing an impact that must be absorbed and dissipated by the lower limb joints to reduce the load transmitted to the pelvis and lower lumbar spine. The repetitive transmission of impact to the pelvic region, combined with the inability of female runners to manage these demands, can compromise urinary continence mechanisms, leading to SUI symptoms. Therefore, this study investigated how female runners dissipate energy through the kinetic chain if there are differences in the musculoskeletal capacities (e.g., muscle functions) to handle the demands of running (e.g., stresses generated by impact) Methods: This study included women aged 18 to 45 years, with at least six months of running experience and a minimum of 20 km of training per week, who had no history of surgery or injury to the lower limbs and pelvis, were not pregnant, and had not undergone and were not undergoing treatment for SUI. Participants agreed to gynecological evaluation. The group of incontinent runners (GIR) included those who reported SUI symptoms during running and in the International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form (ICIQ-SF), with mandatory SUI symptoms during physical activities. The group of continent runners (GCR) included those without SUI symptoms and with a score of zero on the ICIQ-SF. Pelvic floor muscle function (vaginal squeeze pressure in cmH2O and endurance in seconds) was assessed using the Peritron, and maximal isometric strength of the hip external and internal rotators, trunk flexors, plantar flexors, and quadriceps (Newtons) was measured using a portable handheld dynamometer. Kinetic data, including impact absorption at the ankle, knee, and hip in the sagittal plane and shock attenuation between the tibia and femur, were analyzed during treadmill running using a 3D motion analysis system. Data with a normal distribution were analyzed using the t-test, while data with a non-normal distribution were analyzed using the Mann-Whitney test. A significance level of 0.05 was set for this study. Results: Thirty-two female runners participated in the study, with sixteen in the GIR and sixteen in the GCR. Groups were homogeneous in all sociodemographic variables. Vaginal squeeze pressure and endurance of the pelvic floor muscles, as well as maximum isometric strength tests of the hip external and internal rotators, trunk flexors, ankle plantar flexors, and quadriceps, showed no statistical differences between groups. Despite no differences in the vertical magnitude of the ground reaction force reaching the kinetic chain, the GIR exhibited lower energy absorption at the ankle, lower impact attenuation between the tibia and femur, and higher energy absorption at the hip during the stance phase of running compared to the GCR. Conclusion: No differences were observed in vaginal squeeze pressure, pelvic floor muscle endurance, or isometric maximal strength between runners with and without SUI. Runners with SUI exhibited lower joint energy absorption at the ankle and reduced shock attenuation between the tibia and femur, associated with higher energy absorption at the hip during the stance phase of running compared to the group without SUI. These findings suggest that the demands placed on the pelvic structures in female runners with SUI are greater than in continent runners, possibly resulting in tissue overload and contributing to SUI symptoms. SUI is a multifactorial condition, and a more comprehensive evaluation, taking into consideration the capacities to absorb and attenuate impact, is necessary to better understand the complex and non-linear relationships between individual capabilities, running demands, and SUI in female runners.
Assunto: Corredores (Esportes)
Mulheres
Incontinência urinária por estresse
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Curso: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/78001
Data do documento: 29-Ago-2024
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