Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/78007
Type: Dissertação
Title: Avaliação da administração da vacina de febre amarela em pacientes com alergia a proteína do ovo em hospital de referência
Other Titles: Evaluation of yellow fever vaccine administration in patients with egg protein allergy at a referral hospital
Authors: Fernanda Tormin Tanos Lopes
First Advisor: Roberta Maia de Castro Romanelli
First Co-advisor: Wilson Rocha Filho
First Referee: Lilian Martins Oliveira Diniz
Second Referee: Luciana Araújo Oliveira Cunha
Abstract: Introdução: A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa febril aguda transmitida por vetores artrópodes, causada por um vírus do gênero Flavivírus pertencente à família Flaviviridae. Cerca de 50% dos pacientes com complicações hemorrágicas de febre amarela falecem, sem tratamento específico disponível. A vacina é contraindicada para pessoas com alergia grave ao ovo, devido ao risco de anafilaxia. As evidências sobre a administração e segurança da vacina de febre amarela em pacientes com alergia a ovo são limitadas. Para vacinar crianças que não receberam a vacina contra febre amarela durante a epidemia de 2017-2018 no Brasil, foi criado um esquema vacinal em serviço de referência, incluindo crianças com alergia ao ovo. Objetivos: Descrever a utilização da vacina de FA e seus eventos adversos em crianças com alergia à proteína do ovo na ausência de protocolos complexos de triagem e dessensibilização. Métodos: Estudo transversal, analítico, de natureza quantitativa, em hospital pediátrico terciário no período de fevereiro de 2018 a janeiro de 2020.Pacientes encaminhados para a Clínica de Alergia Alimentar para vacinação supervisionada contra FA foram incluídos no estudo. O diagnóstico de alergia a proteína do ovo foi definido pela história clínica reprodutível associada ou não à evidência de sensibilização alérgica às proteínas do ovo (teste de puntura e/ou IgE sérica). Aqueles com histórico de reação anafilática foram submetidos a um teste de puntura com a vacina pura. Se teste positivo, vacina aplicada em duas doses de 0,25 ml subcutânea (SC), com 30 minutos de intervalo e se teste negativo ou história não compatível com alergia alimentar dose única de 0,5 ml SC da vacina de FA, seguido por observação por 1 a 2 horas após a vacinação. O desfecho primário foi definido como reação vacinal e as variáveis preditoras analisadas foram características clínicas/laboratoriais de sexo, idade, histórico e gravidade da alergia a ovo, IgE Ovo, IgE Clara, IgE Albumina, IgE Ovomucoide e teste de puntura vacinal. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética da FHEMIG e da UFMG. Resultados: Avaliadas 435 crianças alérgicas ao ovo; 82 (19%) foram classificadas como provavelmente não alérgicas e 353 (81%) como provavelmente alérgicas a ovo, das quais 114/353 (32,3%) consideradas com alergia grave a ovo (anafilaxia a ovo). Apenas 21/114 (18,4%) receberam dose fracionada. 414/435 (95,2%) pacientes não apresentaram reação vacinal. Dos 21 (4,8%) pacientes que apresentaram alguma reação à vacina, dez (47,62%) tiveram reação local, nove apresentaram (42,85%) reação cutânea leve distante ao local da vacina, um (4,76%) paciente apresentou reação local e cutânea distante ao sítio de vacinação e um paciente (4,76%) evoluiu com reação vacinal grave (anafilaxia) associada a manifestações cutâneas locais e a distância que foi tratada com dose única de epinefrina. Nenhuma das variáveis avaliadas apresentou associação com a presença de reação vacinal e o teste de puntura vacinal foi negativo na paciente com anafilaxia vacinal, sendo indicado vacinação em dose única de 0,5 ml SC, não sendo o exame preditor de reação vacinal. Conclusão: A vacina de febre amarela pode ser administrada de maneira segura, na ausência de protocolos complexos de dessensibilização, considerando-se a baixa prevalência de reação vacinal em pacientes com alergia confirmada ou suspeita a ovo. A presença de local equipado e profissional treinado para reconhecer e tratar possíveis reações adversas é necessária.
Abstract: Introduction: Yellow fever (YF) is an acute febrile infectious disease transmitted by arthropod vectors, caused by a virus of the Flavivirus genus belonging to the Flaviviridae family. About About 50% of patients with hemorrhagic complications from yellow fever die, with no specific treatment available. The vaccine is contraindicated for people with severe egg allergies due to the risk of anaphylaxis. The available evidence on the administration and safety of the yellow fever vaccine in patients with egg allergies is limited.. To vaccinate children who did not receive the yellow fever vaccine during the 2017-2018 epidemic in Brazil, a vaccination plan was established at a referral center, including children with egg allergies Objectives: To describe the use of the YF vaccine and its adverse events in children with egg protein allergy in the absence of complex screening and desensitization protocols. Methods: Cross-sectional, analytical, quantitative study in a tertiary pediatric hospital from February 2018 to January 2020. Patients referred to the Food Allergy Clinic for supervised vaccination against YF were included in the study. The diagnosis of egg protein allergy was defined by the reproducible clinical history associated or not with evidence of allergic sensitization to egg proteins (punch test and/or serum IgE). Those with a history of anaphylactic reaction underwent a prick test with the pure vaccine. If positive test, vaccine applied in two doses of 0.25 ml subcutaneously (SC), 30 minutes apart and if negative test or history not compatible with food allergy, single dose of 0.5 ml SC of YF vaccine, followed by observation for 1 to 2 hours after vaccination. The primary outcome was defined as vaccine reaction and the analyzed predictor variables were clinical/laboratory characteristics of sex, age, history and severity of egg allergy, IgE Egg, IgE Egg White, IgE Albumin, IgE Ovomucoid, and Vaccine Punch Test. The study was approved by the Ethics Committee of FHEMIG and UFMG. Results: 435 egg-allergic children were evaluated; 82 (19%) were classified as probably not allergic and 353 (81%) as probably allergic to egg, of which 114/353 (32.3%) were considered to have severe egg allergy (anaphylaxis to egg). Only 21/114 (18.4%) received a fractionated dose. 414/435 (95.2%) patients had no vaccine reaction. Of the 21 (4.8%) patients who had some reaction to the vaccine, ten (47.62%) had a local reaction, nine (42.85%) had mild skin reaction distant from the vaccine site, one (4.76%) patient presented local and cutaneous reaction distant to the vaccination site and one patient (4.76%) developed a severe vaccine reaction (anaphylaxis) associated with local and distant cutaneous manifestations, which was treated with a single dose of epinephrine. None of the variables evaluated were associated with the presence of a vaccine reaction and the vaccine puncture test was negative in the patient with vaccine anaphylaxis. Vaccination in a single dose of 0.5 ml SC was indicated, and the test was not a predictor of vaccine reaction. Conclusion: Yellow fever vaccine can be safely administered in the absence of complex desensitization protocols, considering the low prevalence of vaccine reaction in patients with confirmed or suspected egg allergy. The presence of an equipped place and a trained professional to recognize and treat possible adverse reactions is necessary.
Subject: Dessensibilização Imunológica
Hipersensibilidade a Ovo
Criança
Lactente
Vacina contra Febre Amarela
Vacinação
Dissertação Acadêmica
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Saúde da Criança e do Adolescente
Rights: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/78007
Issue Date: 5-Mar-2021
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
Dissertação_FernandaTormin_18_09_2024_final_PDFA.pdf4.53 MBAdobe PDFView/Open


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons