Associação do ambiente alimentar de varejo com a depressão em adultos de Belo Horizonte-MG: um recorte do projeto CUME
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Universidade Federal de Minas Gerais
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Tipo
Dissertação de mestrado
Título alternativo
Association of retail food environment with depression in adults from Belo Horizonte-MG: an analysis from the CUME project
Primeiro orientador
Membros da banca
Larissa Loures Mendes
Olivia Souza Honório
Olivia Souza Honório
Resumo
Introdução: A depressão é uma das principais causas de incapacidade global e está associada
a padrões alimentares não saudáveis. As transformações nos ambientes alimentares de varejo
(AAV) têm favorecido a maior disponibilidade de alimentos ultraprocessados, enquanto a
presença de estabelecimentos que oferecem alimentos in natura e/ou minimamente
processados permanece limitada, especialmente em áreas urbanas. Esse contexto pode
influenciar negativamente a saúde mental, todavia, a relação entre AAV e depressão ainda é
pouco explorada. Objetivo: Este estudo avaliou a associação entre AAV e depressão em
adultos de Belo Horizonte-MG, Brasil. Métodos: Trata-se de estudo transversal com 2.577
egressos do ensino superior público residentes em Belo Horizonte, – amostra proveniente da
Coorte de Universidades Mineiras (CUME). A partir de questionários autorreferidos na linha
de base do CUME, as variáveis sociodemográficas, comportamentais e de saúde foram
coletadas. As variáveis do AAV foram analisadas por meio da contagem, proporção,
densidade e razão das densidades de estabelecimentos que comercializam alimentos nos
setores censitários do município, os quais foram agrupados em: (a) in natura e/ou
minimamente processados; (b) mistos e (c) ultraprocessados, conforme metodologia
CAISAN. Foram também utilizadas informações referentes a locais privados para prática
atividade física e o Índice de Vulnerabilidade da Saúde (IVS). Foram realizadas análises de
regressão logística por Equações de Estimativas Generalizadas (GEE), com ajuste por
reamostragem bootstrap (1.000 repetições) para garantir a robustez das estimativas. Os efeitos
estimados em odds ratio (OR) com intervalo de confiança (IC95%) foram calculados no
software estatístico STATA (versão Stata/MP 14.2). Resultados: A maior proporção de
estabelecimentos in natura e/ou minimamente processados (OR 0,20; IC95% 0,10–0,73) e
razão da densidade de in natura/ultraprocessados (OR 0,52; IC95% 0,28–0,97) estiveram
inversamente associadas à depressão. Dentre os comércios com predomínio de
ultraprocessados, estabelecimentos do tipo delivery (OR 1,11, IC95% 1,01–1,22) e loja de
doces (OR 1,14, IC95% 1,00–1,30) estiveram associados a maiores chances de depressão.
Padarias, estabelecimentos comerciais com padrão misto de alimentos, também demonstraram
chances aumentadas para depressão (OR 1,12, IC95% 1,01–1,24). Conclusão: O AAV
apresenta características que podem exercer tanto um papel protetor quanto de risco sobre a
depressão, dependendo da predominância de estabelecimentos que comercializam alimentos
in natura ou ultraprocessados. Os resultados destacam a importância de políticas públicas que
promovam o acesso a alimentos in natura e mitiguem a presença de ultraprocessados em
ambientes urbanos. Recomenda-se que pesquisas futuras considerem estudos longitudinais
com outros recortes populacionais, sobretudo com perfis geográficos e socioeconômicos
heterogêneos, para aprofundar a compreensão da relação entre o ambiente alimentar e a saúde
mental.
Abstract
Introduction: Depression is a leading cause of global disability and is associated with
unhealthy dietary patterns. Transformations in retail food environments (RFE) have led to an
increased availability of ultra-processed foods, while the presence of establishments offering
unprocessed/minimally processed foods remains limited, especially in urban areas. This
context may negatively influence mental health; however, the relationship between RFE and
depression is still underexplored. Objective: This study evaluated the association between
RFE and depression in adults from Belo Horizonte-MG, Brazil. Methods: This is a
cross-sectional study involving 2,577 public higher education graduates residing in Belo
Horizonte, sourced from the Cohort of Universities of Minas Gerais (CUME).
Sociodemographic, behavioral, and health variables were collected from self-reported
baseline questionnaires of the CUME. RFE variables were analyzed through the count,
proportion, density, and density ratio of food-selling establishments in census tracts of the
municipality, which were categorized as: (a) unprocessed/minimally processed; (b) mixed;
and (c) ultra-processed, according to the CAISAN methodology. Information on private
locations for physical activity and the Health Vulnerability Index (HVI) was also used.
Logistic regression analyses using Generalized Estimating Equations (GEE) were conducted,
with bootstrap resampling adjustment (1,000 repetitions) to ensure the robustness of
estimates. The estimated effects in odds ratios (OR) with confidence intervals (CI95%) were
calculated using STATA statistical software (version Stata/MP 14.2). Results: A higher
proportion of unprocessed and/or minimally processed establishments (OR 0.20; CI95%
0.10–0.73) and the density ratio of unprocessed/ultra-processed (OR 0.52; CI95% 0.28–0.97)
were inversely associated with depression. Among establishments with a predominance of
ultra-processed foods, delivery-type establishments (OR 1.11, CI95% 1.01–1.22) and candy
stores (OR 1.14, CI95% 1.00–1.30) were associated with higher odds of depression. Bakeries,
commercial establishments with a mixed food pattern, also showed increased odds of
depression (OR 1.12, CI95% 1.01–1.24). Conclusion: The RFE has characteristics that can
have both protective and risk roles on depression, depending on the predominance of
establishments selling unprocessed or ultra-processed foods. The results highlight the
importance of public policies that promote access to unprocessed foods and mitigate the
presence of ultra-processed foods in urban environments. Future research is recommended to
consider longitudinal studies with other population segments, particularly with heterogeneous
geographic and socioeconomic profiles, to deepen the understanding of the relationship
between food environments and mental health.
Assunto
Alimentos in natura, Alimento Processado, Espaço Social Alimentar, Depressão, Comercialização de produtos
Palavras-chave
alimentos in natura, alimentos ultraprocessados, ambiente alimentar, depressão, varejo de alimentos
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