Use este identificador para citar o ir al link de este elemento: http://hdl.handle.net/1843/80298
Tipo: Dissertação
Título: Poéticas das corporeidades negras: criatividades educativas que tramam o (com)viver do bloco afro Angola Janga
Autor(es): Marcone Loiola dos Santos
primer Tutor: Natalino Neves da Silva
primer Co-tutor: Nilma Lino Gomes
primer miembro del tribunal : Emmanuel Duarte Almada
Segundo miembro del tribunal: Shirley Aparecida de Miranda
Resumen: Como o Angola Janga, enquanto sujeito coletivo, constrói corporeidades negras desde o com(viver) na cultura afro-brasileira criada-recriada no cotidiano das ações que acontecem no território da capital mineira? É esta a pergunta que a presente pesquisa se encarrega de responder. Herdeiro dos movimentos culturais afrodiaspóricos que elegeram a festa como arquivo de memórias e arma de luta contra o racismo, o bloco afro Angola Janga, no contemporâneo Carnaval de Belo Horizonte (BH), emerge com objetivos pautados no reconhecimento e na valorização das histórias e culturas africanas e afro-brasileiras, com ações pautadas na afirmação dos direitos vinculados à cultura, à memória, à cidadania e à educação das pessoas negras belo-horizontinas. Lançando mão de uma abordagem qualitativa, tendo a etnopesquisa crítica como base metodológica de criatividade do fazer acadêmico, essa pesquisa aconteceu na radicalização da categoria experiência, desde o corpo, elegendo o corpo negro do pesquisador como artificio de compreensão do corpo social e coletivo do bloco afro em questão. Através da observação participante no cotidiano dos ensaios e no cortejo de Carnaval, no biênio 2022-2023, juntamente com entrevistas narrativas realizadas com cinco engajadas pessoas integrantes do bloco, o objetivo geral desta dissertação visa compreender o Angola Janga como um corpo coletivo que é composto pelo (com)viver cotidiano das pessoas integrantes em experiências intersubjetivas que constituem corporeidades negras afrodiaspóricas na capital mineira. Para tanto, na necessidade de fazer do material escrito um elemento inerente ao contexto investigado, sem destacar os conteúdos analisados dos corpos que os mobilizam, a Metodologia Literária do Semear é elaborada e apresentada, na tessitura de uma lírica acadêmica que articula de modo dialógico diferentes linguagens escritas, visuais e sonoras. A partir disso, emerge compreensões que elegem as corporeidades negras como a força motriz, matriz, viva, criativa e dinâmica da agremiação afrocarnavalesca. Nesse sentido, o corpo social do Angola Janga era a extensão de cada corpo individual que nele se integrava, numa trama de diversas linguagens poéticas/festivo-políticas. Era um corpo coletivo pontilhado por singularidades; um corpo espectral que na vibração das criatividades internas e relacionais, irradiava-se para a cidade e também se debruçava sobre si mesmo. Desse modo, educou e reeducou a si próprio, o Carnaval e a cidade, apresentando outras experiências possíveis em meio à cartografia monológica do planejamento urbano afrancesado da capital das Minas. Com isso, os modos de construção da festa que eram agenciados no bloco transgrediram as estruturas coloniais do sentir-fazer-pensar, anunciando, valorizando e credibilizando existências e práticas historicamente subalternizadas, conformando um modo de Educação Popular Negra plasmado numa expressão contemporânea do Movimento Negro. Contudo, diante do recrudescimento das investidas capitalistas no Carnaval de BH, o Angola Janga se vê num contexto de tensão entre a regulação burocrática e capitalista do mercado cultural e a emancipação afrodiaspórica proposta nos objetivos e ações iniciais que marcaram a identidade da própria agremiação. Tal tensão atravessou as dinâmicas internas do grupo, evidenciando que mudanças podem acontecer daqui para frente, contando ou não com uma autorreflexão coletiva na busca de uma possível negociação que, de fato, preza pela emancipação criativa das corporeidades negras em meio às exigências que se impõem a partir da perspectiva de cultura enquanto um produto de mercado.
Asunto: Brasil - [Lei n. 10.639, de 09 de janeiro de 2003]
Angola Janga (Bloco carnavalesco)
Negros - Cultura
Carnaval - Belo Horizonte (MG)
Blocos carnavalescos - Belo Horizonte (MG)
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Institución: UFMG
Departamento: FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão Social
Tipo de acceso: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/80298
Fecha del documento: 28-ago-2024
Aparece en las colecciones:Dissertações de Mestrado

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