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http://hdl.handle.net/1843/80655
Type: | Tese |
Title: | Manejo da obesidade infantil no contexto da Atenção Primária à Saúde: uma abordagem baseada na intervenção intensiva de múltiplos componentes |
Authors: | Mariana Zogbi Jardim |
First Advisor: | Larissa Loures Mendes |
First Co-advisor: | Milene Cristine Pessoa |
Abstract: | Introdução: A obesidade e uma doença produzida socialmente e que o ambiente contribui sobremaneira para o aumento da sua prevalência, isso tem implicado cada vez mais na saúde pública. Mundialmente, mais de um bilhão de pessoas vivem com obesidade, dessas, 39 milhões são crianças. Considerando os múltiplos fatores associados ao estado nutricional, abordagens com múltiplos componentes favorecem uma maior propensão de impactar nas escolhas alimentares, no comportamento e, por fim, na alteração do estado nutricional. Dentre diversas causas, a obesidade está relacionada à transição no consumo de alimentos in natura e minimamente processados para alimentos ultraprocessados (AUP). A redução do consumo desses alimentos pode ser eficaz para o manejo da obesidade infantil. Ressalta-se que intervenções realizadas no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) sejam ideais à prática de ações de promoção da saúde, de prevenção e tratamento da obesidade infantil. Objetivo: Desenvolver e avaliar uma intervenção intensiva pautada em múltiplos componentes para o tratamento da obesidade infantil em crianças entre 6 e 10 anos no âmbito da APS, em Betim, Minas Gerais. Artigo 1: Identificar potencialidades e fragilidades do manejo da obesidade infantil, na perspectiva dos profissionais da APS do município de Betim-MG. Métodos artigo 1: Pesquisa descritiva e qualitativa em que foram realizados três grupos focais em formato de videoconferência. Os participantes receberam um formulário on-line com perguntas sobre características sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade) e da atuação profissional (profissão, tipo de contrato, jornada de trabalho e tempo de atuação). Foi utilizado roteiro de condução por dois pesquisadores treinados, com dez questões. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas utilizando-se da Análise de Conteúdo. Resultados artigo 1: Participaram 14 profissionais, 78,5% do sexo feminino, com mediana de idade de 38 anos, a maioria profissionais de educação física (42,8%). Foram identificadas sete categorias e oito subcategorias no manejo da obesidade infantil e consideradas 60 fragilidades e 20 potencialidades. A subcategoria “Processos de trabalho” apareceu em maior número de vezes como fragilidade (n=30). Quanto às potencialidades, “Escola: espaço de promoção da saúde” foi vista como uma importante categoria (n=9), por ser um local de promoção da alimentação adequada e saudável. Conclusão artigo 1: Sob a perspectiva dos profissionais da APS, a escola foi considerada potencialmente efetiva para o manejo da obesidade infantil. Objetivo artigo 2: Avaliar o efeito de uma intervenção controlada, de múltiplos componentes, no estado nutricional e no consumo de AUP de crianças com obesidade atendidas na APS. Métodos artigo 2: Ensaio clínico randomizado, realizado com uma amostra de crianças com obesidade, atendidas nas UBS de Betim, Minas Gerais, Brasil. Uma amostra de 20 unidades foi aleatoriamente sorteada e considerada suficiente e representativa das 37 UBS do município. Após sorteio das UBS, essas foram alocadas, de forma aleatória, entre UBS controle e UBS intervenção. Foram incluídas crianças com obesidade (escore z ≥ +2 para IMC/Idade) entre 6 a 10 anos de idade. O tamanho amostral calculado para cada grupo foi de 39 e, considerando 20% de perdas o tamanho amostral final estimado foi de no mínimo 47 participantes para o grupo controle (GC) e 47 para o grupo intervenção (GI). Inicialmente, para composição das crianças entre GC e GI, a alocação ficou a critério da categorização prévia da UBS de referência da criança, as crianças que pertenciam a uma UBS de referência que era controle foram alocadas no GC, enquanto que as crianças em que a UBS de referência era intervenção foram alocadas no GI. Para o GI, as atividades mensais foram compostas por quatro contatos semanais (1 vez por semana) (≥26h de contato) e compuseram 5 consultas individuais. As crianças do GC foram acompanhadas de forma semelhante às crianças do GI, observando as atividades para que o tempo de contato entre os grupos seguisse o recomendado (até 9h de contato). Foram coletados dados sociodemográficos e de avaliação nutricional e consumo de AUP, composto por um questionário com 11 grupos de alimentos. Foram realizadas análises descritivas e para o efeito da intervenção foi realizada análise de intenção de tratar comparando-se as médias de consumo do número de AUP, IMC/Idade (escore z) e IMC (kg/m²) entre e intra GC e GI após intervenção. Resultados artigo 2: Para o consumo de AUP, a análise de intenção de tratar mostrou eficácia da intervenção quando comparados com o GC, apresentando na análise entre grupo, diminuição estatisticamente significativa para GI na consulta 3 [IC95%: -0,95 (-1,87; -0,04)], consulta 4 [IC95%: -1,35 (-2,215; -0,49)] e 5 [IC95%: -0,94 (-1,83; -0,05)]. Em relação ao IMC e IMC/idade (escore z), não houve diferenças estatisticamente significantes nas análises entre e intragrupos (p>0,05). Conclusão artigo 2: Este estudo mostrou que uma intervenção com múltiplos componentes reduziu o consumo de AUP e apesar de não ter mostrado redução do IMC/idade de crianças que vivem com obesidade contribuiu para a sua manutenção, e consequentemente deve ser considerada nas linhas de cuidado para o manejo da obesidade infantil na Atenção Primária à Saúde. |
Abstract: | Obesity is a socially produced disease and that the environment contributes greatly to the increase in its prevalence, and this has increasingly implicated in public health. Globally, over one billion people are living with obesity, including 39 million children. Given the numerous factors associated with nutritional status, multi-component approaches are more likely to impact food choices, behavior, and, ultimately, nutritional status. Among the various causes, obesity is closely linked to the shift from fresh and minimally processed foods to ultraprocessed foods (UPF). Reducing the consumption of these foods can be an effective strategy in managing childhood obesity. It is important to note that interventions implemented within the framework of Primary Health Care (PHC) are ideal for promoting health, as well as preventing and treating childhood obesity. Objective: To develop and evaluate an intensive multi-component intervention for the treatment of childhood obesity in children aged 6 to 10, within the context of PHC in Betim, Minas Gerais. Article 1: To identify the strengths and weaknesses in managing childhood obesity from the perspective of PHC professionals in Betim, Minas Gerais. Methods Article 1: A descriptive, qualitative study was conducted using three focus groups via videoconference. Participants were asked to complete an online form with questions regarding sociodemographic characteristics (gender, age, education level) and professional activity (profession, type of contract, working hours, and years of service). Two trained researchers used a ten-question script for the interviews. The interviews were recorded, transcribed, and analyzed using content analysis. Results Article 1: Fourteen professionals participated, 78.5% of whom were female, with a median age of 38. Most were physical education professionals (42.8%). Seven categories and eight subcategories were identified in the management of childhood obesity, with 60 weaknesses and 20 strengths reported. The subcategory "Work processes" was the most frequently cited weakness (n=30). As for strengths, the category "School: a space for health promotion" was highly regarded (n=9), as schools were seen as key venues for promoting healthy eating habits. Conclusion Article 1: PHC professionals considered schools to be potentially effective spaces for managing childhood obesity. Objective Article 2: To evaluate the effect of a controlled, multi-component intervention on the nutritional status and UPF consumption of children with obesity receiving PHC services. Methods Article 2: A randomized clinical trial was conducted with a sample of children with obesity attending PHC units (UBS) in Betim, Minas Gerais, Brazil. A sample of 20 UBS was randomly selected, deemed sufficient and representative of the 37 UBS in the municipality. The UBS were randomly assigned to either the control or intervention groups. Children with obesity (z-score ≥ +2 for BMI/age) aged 6 to 10 years were included. The sample size for each group was calculated as 39, with an estimated final sample size of at least 47 participants for both the control group (CG) and the intervention group (IG), accounting for a 20% dropout rate. Children were allocated to the CG or IG based on their reference UBS. Children from control UBS were assigned to the CG, while those from intervention UBS were assigned to the IG. For the IG, monthly activities included four weekly sessions (≥26 hours of contact) and five individual consultations. Children in the CG were monitored similarly to ensure comparable contact time (up to 9 hours of contact). Sociodemographic data, nutritional assessments, and UPF food consumption were collected using a questionnaire covering 11 food groups. Descriptive analyses were performed, and an intention-to-treat analysis was conducted to compare mean UPF consumption, BMI/age (z-score), and BMI (kg/m²) between and within the CG and IG after the intervention. Results Article 2: The intention-to-treat analysis showed that the intervention was effective in reducing UPF consumption in the IG compared to the CG, with a statistically significant decrease in consultation 3 [95%CI: -0.95 (-1.87; -0.04)], consultation 4 [95%CI: -1.35 (-2.215; -0.49)], and consultation 5 [95%CI: -0.94 (-1.83; -0.05)]. 12 However, no statistically significant differences were observed in BMI or BMI/age (z-score) between or within the groups (p>0.05). Conclusion Article 2: The study demonstrated that the multi-component intervention effectively reduced UPF consumption. While there was no significant reduction in BMI/age among children with obesity, the intervention contributed to maintaining their BMI, which should be considered in future strategies for managing childhood obesity within PHC settings. |
Subject: | Obesidade Infantil Atenção Primária à Saúde Estado Nutricional Comportamento Sedentário Ingestão de alimentos Dissertação Acadêmica |
language: | por |
metadata.dc.publisher.country: | Brasil |
Publisher: | Universidade Federal de Minas Gerais |
Publisher Initials: | UFMG |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Saúde da Criança e do Adolescente |
Rights: | Acesso Restrito |
metadata.dc.rights.uri: | http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/pt/ |
URI: | http://hdl.handle.net/1843/80655 |
Issue Date: | 25-Oct-2024 |
metadata.dc.description.embargo: | 25-Oct-2026 |
Appears in Collections: | Teses de Doutorado |
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