Formação de professores acerca de neurociências e educação: uma análise interventiva
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Universidade Federal de Minas Gerais
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Tipo
Tese de doutorado
Título alternativo
Primeiro orientador
Membros da banca
Renato César Cardoso
Santer Alvares de Matos
Claudio Lucio Mendes
Luciana Hoffert Castro Cruz
Janice Henriques da Silva Amaral; Juliana Carvalho Tavares
Santer Alvares de Matos
Claudio Lucio Mendes
Luciana Hoffert Castro Cruz
Janice Henriques da Silva Amaral; Juliana Carvalho Tavares
Resumo
O presente trabalho apresenta como enfoque a formação de professores de Ciências
e Biologia acerca de temas pertinentes para o processo de ensino e aprendizagem
que dialogam com a Neurociência e a Educação. Buscou-se analisar o impacto de
uma intervenção formativa na concepção de professores sobre temas presentes na
interlocução entre Neurociências e Educação. No âmbito da pesquisa, ocorreram as
etapas de desenvolvimento, aplicação e análise de uma proposta de intervenção para
a formação continuada de Professores de Ciências e Biologia, sob a perspectiva da
interlocução entre Neurociências e Educação. Foram realizadas duas aplicações para
32 e 42 participantes, respectivamente, com duração de 30 horas, distribuídas em
atividades síncronas e assíncronas. Os temas abordados foram: neuroplasticidade;
aprendizagem; memória; atenção; motivação; emoção, estratégias educacionais
baseadas em evidências, fatores fisiológicos que afetam a aprendizagem, dentre
outros. Para a coleta de dados acerca da concepção dos participantes, foram
aplicados questionários, incluindo o questionário de neuromitos, e realizado um grupo
focal. Os dados analisados indicam que, apesar do interesse em Neurociências,
apenas 12 participantes, 5 na primeira e 7 na segunda aplicação, relataram já ter
realizado formações sobre o tema. Quanto ao desempenho no questionário de
neuromitos, as duas turmas de participantes apresentaram resultados similares, antes
e após a formação. De acordo com a concepção dos participantes, a formação
apresentou pontos positivos relacionados ao material instrucional, às atividades, à
forma de acompanhamento, à avaliação e ao grau de motivação. Como pontos
negativos, foram apontados a modalidade da formação, realizada de maneira remota,
e a relação entre tempo e conteúdo. A autoavaliação média, em uma escala de 1 a 5,
em que 1 equivale a “nada satisfatório” e 5 corresponde a “muito satisfatório”, do
conhecimento acerca de temas na interlocução entre Neurociências e Educação,
utilizada como indicador de autoeficácia, foi de 1,90 para 3,83 na primeira aplicação e
de 2,21 para 3,92 na segunda aplicação, nos momentos pré e pós formação,
respectivamente. Os dados coletados demonstraram que a exposição de curta
duração dos temas pertinentes à aprendizagem, na perspectiva da interlocução entre
Neurociências e Educação, não foi suficiente para reduzir, de maneira significativa, a
incidência da crença em neuromitos entre os participantes do estudo. Entretanto, a
utilização desses conhecimentos para a escolha dos temas e estratégias
implementadas na própria proposta de formação foi percebida de forma positiva pelos
participantes. Todos os participantes demonstraram interesse em repensar o
planejamento de sua prática pedagógica à luz dos novos aprendizados. A partir dos
dados obtidos, considera-se necessário refletir e essencial propor modificações na
formação de professores para que a interlocução entre Neurociência e Educação se
torne uma pauta central nas discussões e decisões sobre os currículos de licenciatura.
Abstract
The present work focuses on the training of Science and Biology teachers regarding
relevant topics for the teaching and learning process that communicate with
Neuroscience and Education. It aimed to analyze the impact of a formative intervention
on teachers' perceptions of themes present in the dialogue between Neuroscience and
Education. Within the research, the stages of development, implementation, and
analysis of an intervention proposal for the continuing education of Science and
Biology teachers were conducted from the perspective of the interaction between
Neuroscience and Education. Two applications were carried out with 32 and 42
participants, respectively, which lasted 30 hours, divided into synchronous and
asynchronous activities. The topics addressed included neuroplasticity, learning,
memory, attention, motivation, emotion, evidence-based educational strategies and
physiological factors affecting learning, among others. To collect data on participants'
perceptions, questionnaires were administered, including a neuromyths questionnaire,
and also a focus group was conducted during the first application. The analyzed data
indicate that, despite an interest in Neuroscience, only 12 participants—5 in the first
application and 7 in the second—reported having previous training on the subject.
Regarding performance on the neuromyths questionnaire, both groups of participants
showed similar results before and after the training. According to participants'
perceptions, the training had positive aspects related to instructional materials,
activities, monitoring methods, evaluation, and motivation levels. Negative points
included the remote format of the training and the relationship between time and
content. The average self-assessment on a scale from 1 to 5—where 1 means "not
satisfactory at all" and 5 means "very satisfactory"—regarding knowledge about topics
in the intersection of Neuroscience and Education, used as an indicator of self-efficacy,
increased from 1.90 to 3.83 in the first application and from 2.21 to 3.92 in the second
application during pre- and post-training moments, respectively. The collected data
showed that short-term exposure to relevant learning topics from the perspective of
the interaction between Neuroscience and Education was not sufficient to significantly
reduce participants' belief in neuromyths. However, using this knowledge to select
themes and strategies implemented in the training proposal was positively perceived
by participants. All participants expressed interest in rethinking their pedagogical
practice planning in light of their new learnings. Based on the data obtained, it is
considered necessary to reflect and essential to propose changes in teacher training
so that the dialogue between Neuroscience and Education becomes a central issue in
discussions and decisions about undergraduate curricula.
Assunto
Neurociências, Aprendizagem, Motivação, Educação, Capacitação de Professores
Palavras-chave
Neurociências, Educação básica, Formação de professores, Ensino de Ciências, Ensino-aprendizagem,, Neuromitos
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