Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/81911
Type: Dissertação
Title: Pesquisa e quantificação de metais em quatis (nasua nasua) e em gambás (didelphis sp.) de vida livre que coabitam diferentes parques urbanos de belo horizonte - minas gerais.
Authors: Jéssica de Souza Joaquim
First Advisor: Marcelo Pires Nogueira de Carvalho
First Co-advisor: Clésia Cristina Nascentes
First Referee: Marilia Martins Melo
Second Referee: Ana Tereza Bittencourt Guimarães
metadata.dc.contributor.referee5: Benito Soto Blanco
Daniel Oliveira dos Santos
Abstract: Os metais são divididos em duas classes, os essenciais e os não essenciais ou tóxicos, sendo estes últimos capazes de se acumular na cadeia alimentar e causar danos aos organismos. Atividades antrópicas são as principais fontes de liberação de diversos metais para o meio ambiente, sendo eles tóxicos ou essenciais. Neste contexto, o estado de Minas Gerais é considerado o maior produtor de minério do Brasil, e o principal local de mineração na capital mineira é a Serra do Curral, uma importante área de conservação em Belo Horizonte. O local abriga diversas espécies de animais selvagens, entre elas os quatis (Nasua nasua) e os gambás (Didelphis sp.), que circulam entre as áreas da região. Ainda é desconhecido o impacto que os metais podem causar em ambientes urbanos, sobretudo em animais selvagens. O objetivo da presente pesquisa foi identificar e quantificar pela primeira vez a presença de metais tóxicos e essenciais em quatis (Nasua nasua), em gambás-de-orelhas-brancas (Didelphis albiventris) e em gambás-de-orelhas-pretas (Didelphis aurita) de vida livre que coabitam diferentes parques urbanos em Belo Horizonte, Minas Gerais. Para isso, foram realizadas capturas de quatis e de gambás de vida livre em seis parques urbanos de Belo Horizonte, ao longo dos anos de 2022 a 2024, abrangendo períodos secos e chuvosos. Amostras de sangue e de pelos foram analisadas por espectrometria de massas com plasma acoplado indutivamente (ICP-MS). No total foram capturados 160 quatis, dos quais foram analisadas 148 amostras de pelo e 61 amostras de sangue para a análise toxicológica. No que se refere aos gambás, 99 indivíduos foram capturados, dos quais foram analisadas 90 amostras de pelo e 13 amostras de sangue para a análise toxicológica. Os resultados das análises provenientes das amostras de quatis revelaram que as concentrações de cobre, molibdênio, manganês e ferro foram maiores no sangue de animais capturados durante o período seco, enquanto no pelo, cobre, zinco, molibdênio e selênio as maiores concentrações predominaram em animais capturados durante o período chuvoso; e concentrações de chumbo se apresentaram mais elevadas em animais capturados durante o período seco. Quatis adultos apresentaram concentrações mais elevadas de manganês e níquel no sangue, e chumbo, selênio e molibdênio no pelo. Análises entre sexos revelaram maiores concentrações de cádmio e mercúrio no pelo e no sangue das fêmeas, respectivamente, enquanto os machos apresentaram maiores concentrações de selênio e cobre no pelo e no sangue, respectivamente. Quatis com maiores pesos apresentaram concentrações mais elevadas de chumbo, selênio, manganês e arsênio nos pelos. Em relação aos gambás, o estudo mostrou que nas amostras de pelo, mercúrio e molibdênio foram mais elevados em animais capturados durante o período seco. A idade também influenciou as concentrações de metais, com adultos apresentando maiores valores de cromo, chumbo, manganês e molibdênio, enquanto infantes e jovens apresentaram maior concentração de cobre. Fêmeas apresentaram concentrações mais elevadas de zinco no pelo, e chumbo no sangue. Gambás de maior peso apresentaram maiores concentrações de arsênio no sangue, e de chumbo e ferro no pelo. Por fim, a comparação entre os locais de captura demonstrou relações entre diferentes concentrações de metais em quatis e gambás. Nos quatis, foram identificadas diferenças nos níveis de ferro, selênio e manganês no pelo, e selênio no sangue. Já nos gambás, as variações incluíram os metais cromo, arsênio, ferro, zinco, urânio, chumbo, selênio e manganês no pelo, e alumínio no sangue. Essas diferenças podem estar relacionadas à proximidade com fontes de poluição industrial ou de mineração, bem como aos distintos padrões de uso do solo e hábitos das espécies, que influenciam a exposição a áreas contaminadas. Os resultados obtidos evidenciaram padrões complexos e específicos que associam a presença de metais às condições ambientais, biológicas e geográficas analisadas, evidenciando que as espécies estudadas podem ser consideradas bioindicadores de qualidade ambiental devido à sensibilidade às variações nas concentrações de contaminação, sem que apresentem sinais clínicos sugestivos de intoxicação pelos elementos. Além disso, a quantificação de metais na fauna silvestre revelou-se uma ferramenta eficaz para avaliar os impactos de atividades minerárias e industriais nos ecossistemas urbanos.
Abstract: Metals are divided into two classes: essential and non-essential or toxic, the latter of which can accumulate in the food chain and cause harm to organisms. Human activities are the main sources of release of various metals into the environment, whether toxic or essential. In this context, the state of Minas Gerais is considered the largest producer of minerals in Brazil, and the main mining site in the capital of Minas Gerais is Serra do Curral, an important conservation area in Belo Horizonte. The site is home to several species of wild animals, including coatis (Nasua nasua) and opossums (Didelphis sp.), which roam the region. The impact that metals can have on urban environments, especially on wild animals, is still unknown. The aim of this research was to identify and quantify, for the first time, the presence of toxic and essential metals in free-living coatis (Nasua nasua), white-eared opossums (Didelphis albiventris) and black-eared opossums (Didelphis aurita) that cohabit different urban parks in Belo Horizonte, Minas Gerais. For this purpose, free-living coatis and opossums were captured in six urban parks in Belo Horizonte, from 2022 to 2024, covering dry and rainy seasons. Blood and hair samples were analyzed by inductively coupled plasma mass spectrometry (ICP-MS). A total of 160 coatis were captured, of which 148 hair samples and 61 blood samples were analyzed for toxicological analysis. Regarding opossums, 99 individuals were captured, of which 90 fur samples and 13 blood samples were analyzed for toxicological analysis. The results of the analyses from coati samples revealed that concentrations of copper, molybdenum, manganese and iron were higher in the blood of animals captured during the dry season, while in the fur, copper, zinc, molybdenum and selenium were higher in animals captured during the rainy season; and lead concentrations were higher in animals captured during the dry season. Adult coatis presented higher concentrations of manganese and nickel in the blood, and lead, selenium and molybdenum in the fur. Analyses between the sexes revealed higher concentrations of cadmium and mercury in the fur and blood of females, respectively, while males presented higher concentrations of selenium and copper in the fur and blood, respectively. Coatis with greater weight presented higher concentrations of lead, selenium, manganese and arsenic in the fur. Regarding opossums, the study showed that in the fur samples, mercury and molybdenum were higher in animals captured during the dry season. Age also influenced the concentrations of metals, with adults presenting higher values ​​of chromium, lead, manganese and molybdenum, while infants and juveniles presented higher concentrations of copper. Females presented higher concentrations of zinc in their fur and lead in their blood. Heavier opossums presented higher concentrations of arsenic in their blood and of lead and iron in their fur. Finally, the comparison between the capture sites demonstrated relationships between different concentrations of metals in coatis and opossums. In coatis, differences were identified in the levels of iron, selenium and manganese in the fur and selenium in the blood. In opossums, the variations included the metals chromium, arsenic, iron, zinc, uranium, lead, selenium and manganese in the fur and aluminum in the blood. These differences may be related to proximity to sources of industrial or mining pollution, as well as to different patterns of land use and species habits, which influence exposure to contaminated areas. The results obtained showed complex and specific patterns that associate the presence of metals with the environmental, biological and geographic conditions analyzed, showing that the species studied can be considered bioindicators of environmental quality due to their sensitivity to variations in contamination concentrations, without presenting clinical signs suggestive of intoxication by the elements. In addition, the quantification of metals in wildlife proved to be an effective tool for assessing the impacts of mining and industrial activities on urban ecosystems.
Subject: Ciência animal
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: VET - DEPARTAMENTO DE CLÍNICA E CIRURGIA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal
Rights: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/81911
Issue Date: 12-Feb-2025
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