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http://hdl.handle.net/1843/83644
Type: | Dissertação |
Title: | As vivências acadêmicas e de pertencimento de estudantes negros do curso de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais |
Authors: | Clarice da Rocha Campos |
First Advisor: | Luciana Assis Costa |
Abstract: | As múltiplas configurações do racismo no Brasil o torna uma questão estrutural expressa nas relações subordinadas de poder que emergem desde as ações individuais cotidianas à organização política, econômica, jurídica e institucional. Com isso, a implementação da Lei de Cotas em 2012 é apontada como um avanço importante para a equidade racial no Ensino Superior, prevendo a reserva de 50% das vagas em instituições públicas para alunos de escolas públicas, com percentuais para negros e indígenas. Contudo, estudos indicam que cursos altamente seletivos, como a Medicina, continuam a ser espaços de difícil acesso e permanência para estudantes negros, mesmo com as ações afirmativas em vigor. Essa realidade é intensificada pelo racismo estrutural e cotidiano, que afeta a saúde mental e o desempenho acadêmico dos alunos. Com isso, esse estudo tem como objetivo identificar e compreender as vivências acadêmicas e de pertencimento de estudantes negros do curso de medicina da UFMG, após a implementação das políticas de ações afirmativas. Trata-se de um estudo qualitativo transversal, utilizando-se como método de coleta de dados a entrevista semiestruturada. Foram entrevistados sete estudantes negros do curso de medicina da UFMG, que ingressaram por meio de políticas afirmativas. A análise dos dados foi realizada através do uso da Análise Temática, que resultou seis categorias temáticas. Os resultados indicam que a decisão de cursar medicina muitas vezes está associada ao capital cultural familiar e ao ensino médio de qualidade. Além disso, todos estudantes apontam que embora as políticas de ações afirmativas tenham facilitado o ingresso, a permanência é desafiadora, sendo as políticas de permanência estudantil necessárias para manutenção na graduação. Eles relatam experiências marcadas pelo racismo, pela falta de representatividade e por dificuldades financeiras. Redes de apoio, incluindo amigos e familiares, são mencionadas como fundamentais para manter a motivação e a saúde mental. O racismo é frequentemente percebido de forma velada, manifestando-se por meio de microagressões e pela falta de reconhecimento. Apesar dos avanços proporcionados pelas ações afirmativas, a inclusão plena requer políticas complementares que garantam suporte acadêmico e psicológico. A importância de medidas que assegurem a permanência e valorização dos estudantes negros é destacada, sublinhando a necessidade de estratégias institucionais para combater práticas discriminatórias e promover uma diversidade efetiva. |
Abstract: | The multiple configurations of racism in Brazil make it a structural issue expressed in subordinate power relations that emerge from everyday individual actions to political, economic, legal, and institutional organization. Thus, the implementation of the Lei de Cotas in 2012 is seen as an important step forward for racial equity in Higher Education, providing reservation of 50% of vacancies in public institutions for students from public schools, with percentages for black and indigenous students. However, studies indicate that highly selective courses, such as Medicine, continue to be difficult espaces for black students to access and remain in, even with affirmative action policies in place. This reality is intensified by structural and everyday racism, which affects students' mental health and academic performance. Therefore, this study aims to identify and understand the academic and belonging experiences of black students in the UFMG medical course, after the implementation of affirmative action policies. This is a cross-sectional qualitative study, using semi-structured interviews as the data collection method. Seven black medical students from UFMG who were admitted through affirmative action policies were interviewed. Data analysis was performed using Thematic Analysis, which resulted in six thematic categories. The results indicate that the decision to study medicine is often associated with family cultural capital and quality high school. Furthermore, all students point out that although affirmative action policies have facilitated admission, retention is challenging, with student retention policies being necessary to maintain undergraduate studies. They report experiences marked by racism, lack of representation, and financial difficulties. Support networks, including friends and family, are mentioned as essential to maintaining motivation and mental health. Racism is often perceived in a veiled way, manifesting itself through microaggressions and lack of recognition. Despite the advances provided by affirmative action, full inclusion requires complementary policies that guarantee academic and psychological support. The importance of measures that ensure the retention and appreciation of black students is highlighted, underlining the need for institutional strategies to combat discriminatory practices and promote effective diversity. |
Subject: | Educação Ensino superior Relações raciais Relações étnicas Estudantes negros Políticas públicas |
language: | por |
metadata.dc.publisher.country: | Brasil |
Publisher: | Universidade Federal de Minas Gerais |
Publisher Initials: | UFMG |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Estudos da Ocupação |
Rights: | Acesso Aberto |
URI: | http://hdl.handle.net/1843/83644 |
Issue Date: | 28-Nov-2024 |
Appears in Collections: | Dissertações de Mestrado |
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