Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/84506
Tipo: Dissertação
Título: Validade de conteúdo, confiabilidade e concordância entre a avaliação presencial e por vídeo-chamada da modified bradykinesia rating scale (MBRS)
Título(s) alternativo(s): Content validity, reliability and agreement between in-person and video-call assessments of the modified bradykinesia rating scale (MBRS)
Autor(es): Carolina Luisa de Almeida Soares
Primeiro Orientador: Christina Danielli Coelho de Morais Faria
Primeiro Coorientador: Aline Alvim Scianni
Primeiro membro da banca : Janaine Cunha Polese
Segundo membro da banca: Clynton Lourenço Corrêa
Resumo: A bradicinesia é considerada um dos sinais cardinais da doença de Parkinson (DP), presente em mais de 80% dos indivíduos afetados e frequentemente associada a incapacidades funcionais e à redução da qualidade de vida. Esta deficiência é caracterizada pela lentidão (bradicinesia), diminuição da amplitude (hipocinesia) e interrupções ou ausência do movimento (acinesia), provocando alterações em velocidade, amplitude e ritmo dos movimentos voluntários. A avaliação clínica deste desfecho é desafiadora, especialmente quanto à especificidade dos instrumentos mais comumente utilizados. A Movement Disorder Society – Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (MDS-UPDRS) é uma das ferramentas amplamente aplicadas para esse fim, porém seus itens avaliam a bradicinesia de maneira geral, sem distinguir claramente os componentes de velocidade, amplitude e ritmo, o que pode limitar a avaliação. Frente a essa limitação, foi desenvolvida a Modified Bradykinesia Rating Scale (MBRS), um instrumento clínico que utiliza os mesmos movimentos avaliados pela MDS-UPDRS, mas com a proposta de analisar separadamente os componentes de velocidade, amplitude e ritmo. Essa diferenciação é especialmente relevante, uma vez que indivíduos com DP podem apresentar distintos padrões de comprometimento em cada um desses componentes, exigindo abordagens mais direcionadas e individualizadas. Embora a MBRS tenha boa aplicabilidade clínica, até o momento não existia uma versão adaptada para o português do Brasil, e suas propriedades de medida ainda não haviam sido completamente exploradas. Além disso, com o aumento do uso da telereabilitação no atendimento a pessoas com DP, torna-se necessário compreender a aplicabilidade da MBRS em avaliações remotas. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivos: (1) realizar a adaptação transcultural da MBRS para o português-Brasil; (2) investigar sua validade de conteúdo; (3) analisar sua confiabilidade teste-reteste e interexaminadores; e (4) verificar a concordância entre avaliações presenciais e por vídeo-chamada. O processo de adaptação seguiu as diretrizes de Beaton et al. (2000) e do COSMIN. Para a validade de conteúdo, nove especialistas em DP avaliaram os itens do instrumento, e os Índices de Validade de Conteúdo (IVC) foram calculados. As análises de confiabilidade foram realizadas com 52 indivíduos (interexaminadores) e 50 indivíduos (teste-reteste e concordância presencial/vídeo), com intervalo de 7 a 14 dias entre as avaliações. Os escores totais da MBRS analisados incluíram os itens 3.4, 3.5, 3.6, 3.8, e os componentes de velocidade, amplitude, ritmo e escore total geral. Os coeficientes de correlação intraclasse (ICC) apresentaram valores adequados: teste-reteste (0,464 a 0,745), interexaminadores (0,266 a 0,537) e concordância entre avaliação presencial e por vídeo-chamada (0,488 a 0,741). Os resultados demonstraram que a versão brasileira da MBRS possui equivalência semântica e conceitual com a original, excelente validade de conteúdo (IVC ≥ 0,80) e confiabilidades adequadas. Assim, a MBRS é um instrumento útil e viável para avaliação da bradicinesia em pessoas com DP, podendo ser aplicado de forma presencial ou remota, por examinadores distintos ou pelo mesmo examinador.
Abstract: Bradykinesia is one of the cardinal signs of Parkinson’s disease (PD), present in over 80% of individuals and associated with significant disability and reduced quality of life. It is characterized by slowness, hypokinesia, and akinesia, leading to impairments in movement speed, amplitude, and rhythm. Clinical assessment of bradykinesia has limitations, particularly in the specificity of commonly used tools. One of the most used instruments is the Movement Disorder Society – Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (MDS-UPDRS), which includes items for a general evaluation of bradykinesia. However, it does not allow separate assessment of speed, amplitude, and rhythm. To address this limitation, the Modified Bradykinesia Rating Scale (MBRS) was developed. This clinical tool evaluates bradykinesia by separately rating speed, amplitude, and rhythm, using the same motor tasks included in the MDS-UPDRS. This is particularly important because individuals with PD may show different bradykinesia profiles, depending on which of these components are more affected. Although the MBRS shows good clinical utility, it has not been previously adapted into Brazilian Portuguese. In addition, some of its measurement properties had either not been investigated or were assessed with methodological limitations. Given the increased use of tele-rehabilitation in PD management, it is also important to examine the MBRS’s applicability in remote evaluations. This study aimed to: (1) perform a cross-cultural adaptation of the MBRS into Brazilian Portuguese; (2) assess its content validity; (3) evaluate test-retest and inter-rater reliability; and (4) analyze the agreement between in-person and video-call assessments using the MBRS. The cross-cultural adaptation followed Beaton et al. (2000) and COSMIN guidelines. For content validity, nine experts in PD assessed the instrument, and the Content Validity Index (CVI) was calculated for all evaluated items. For the reliability analyses, two examiners assessed individuals with PD using the MBRS at two time points, spaced seven to 14 days apart. On the first day, both examiners performed the evaluation; on the second, only examiner 1 repeated the assessment. The video-call evaluation was also conducted by examiner 1, seven to 14 days after the initial session. The Intraclass Correlation Coefficient (ICC) was used to assess reliability and agreement between methods. No discrepancies were found between the original and translated versions of the MBRS, indicating proper semantic and conceptual equivalence. Content validity was excellent for all criteria (CVI ≥ 0.80). Inter-rater reliability was assessed in 52 individuals (66.9 ± 6.2 years), and test-retest reliability and video-call agreement were evaluated in 50 individuals (67.1 ± 6.8 years). For all MBRS total scores (items 3.4, 3.5, 3.6, 3.8; and total speed, amplitude, rhythm, and overall score), results were acceptable: test-retest reliability (ICC = 0.464–0.745), inter-rater reliability (ICC = 0.266–0.537), and in-person vs. video-call agreement (ICC = 0.488–0.741). In conclusion, the Brazilian Portuguese version of the MBRS is semantically valid, has strong content validity, and shows acceptable reliability. It is appropriate for clinical use in both in-person and remote settings, with either the same or different raters.
Assunto: Parkinson, Doença de
Hipocinesia
Instrumentos de medição
Fisioterapia
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: EEFFTO - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FISICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
Curso: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/84506
Data do documento: 4-Jul-2025
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