Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/AIRR-7DHHMP
Tipo: Dissertação de Mestrado
Título: Provas de Língua Portuguesa Aplicadas em Vestibulares: ainda se encontra gramática tradicional nessa seara?
Autor(es): Maria Lucia de Oliveira
Primeiro Orientador: Luiz Carlos de Assis Rocha
Primeiro membro da banca : Regina Lucia Peret Dell Isola
Segundo membro da banca: Angela Tonelli Vaz Leão
Resumo: Com o objetivo de contribuir para o debate acerca do ensino e da avaliação de Língua Portuguesa, apresentam-se os resultados da análise das questões de múltipla escolha de quarenta e quatro provas aplicadas em vestibulares de onze universidades federais e de onze particulares, todas de Minas Gerais, em dois anos: 2002 e 2006. O estudo foi motivado pela constatação de que ainda predomina nas aulas de Língua Portuguesa, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, a exercitação em torno de morfossintaxe, isto é, de gramática tradicional (GT). De um lado, os professores desses segmentos alegam que têm de ensinar GT porque ela é cobrada nas provas dos vestibulares; de outro, alguns lingüistas afirmam que não se cobra mais isso. Identificaram-se, nas provas, as questões que tinham foco em GT, entendidas como aquelas que fazem uso de nomenclatura gramatical, seja tendendo a uma abordagem voltada para o uso da língua, seja explicitamente exigindo conhecimento de gramática. Compararam-se os resultados de um ano para outro, e entre instituições federais e particulares. Nos vestibulares de 2002 e de 2006, a incidência de questões de GT, no total das provas dos dois conjuntos de instituições, foi a mesma: 12%; baixa, portanto, o que não justifica a ênfase nesse tipo de ensino. Apurou-se, porém, que dez, entre onze instituições particulares, nos dois anos, apresentaram em suas provas pelo menos uma questão de GT. Entre as federais, em 2002, dez apresentaram essa ocorrência, caindo, em 2006, para nove. Esse número é alto, e é possível pensar que ele embasa o argumento do professor que insiste em afirmar que se cobra GT no vestibular. O estudo revelou também que não há uma diferença significativa de cobrança de GT entre as instituições particulares e as federais. Além das provas, analisaram-se dezesseis manuais do candidato publicados para o vestibular de oito dessas instituições, com o intuito de se verificar se a forma de apresentação do conteúdo a ser cobrado na prova de Língua Portuguesa contribui para reforçar o status de GT. Ainda que, em algum manual, tenha havido, de 2002 para 2006, uma mudança significativa na forma de apresentação do conteúdo, e ainda que as formas de apresentação tenham sido diferentes, umas com aparência mais moderna do que outras, isso não teve reflexos significativos nas provas. Como se verificou, ele nem sempre tem uma linguagem voltada para o aluno do Ensino Médio, mas, sim, para o especialista em Língua Portuguesa, utilizando termos lingüísticos que podem não ser de domínio nem mesmo do professor. Diante disso, torna-se necessário repensar essa publicação, para que ela não reforce o status de GT na sala de aula nem se torne uma esfinge que só se decifra por especialistas. Finalmente, este estudo sugere que as universidades eliminem totalmente as questões de GT das provas de seus vestibulares. Enfatiza-se a necessidade de que a universidade e a escola de educação básica trabalhem mais proximamente, visto que a prática docente, para ser transformada, precisa de suporte teórico e de acompanhamento contínuo por especialistas.
Abstract: This study attempts to shed light onto the debate about k-12 teaching of the Portuguese language through morphosyntax, i.e., by emphasizing traditional grammar ("GT"). Those who are pro-GT argue that it is still very much the subject of college entrance exams in Brazil. That view is disputed by a number of linguistic experts. This study analyzed a total of 44 multiple choice college entrance exams that were applied in years 2002 and 2006 by 22 universities (11 federal and 11 privately owned), all located in the State of Minas Gerais. From this group, it identified all GT based questions that both directly and indirectly tested the student´s grammatical proficiency. Only 12% of the selected questions, of both the federal and the private institutions, were GT based, in both years 2002 and 2006 - therefore, a small incidence. However, and again in both 2002 and 2006, 10 out of 11 private universities had at least one GT based question; among the federal institutions, 10 out of 11 had at least one GT based question in 2002, and 9 out of 11 in 2006 - therefore, a significant incidence. When comparing the exams of federal and private universities, GT seemed to be generally tested to similar degrees. In addition, this study analyzed 16 applicant´s manuals used in 2002 and 2006 by 8 universities, in order to determine whether these publications generally emphasized the status of GT. The study verified that, irrespectively of their form or content, these manuals did not significantly influence the entrance exams. Their language was generally technical, inaccessible to the students and even to certain teachers, as their terminology was geared only to those well versed in linguistics. The conclusion is that it is important to re-structure these manuals so not to over-emphasize GT, and to deconstruct their sphynx-like linguistic riddles. Finally, this study recommends that universities eliminate GT questions from entrance exams and, further, that universities work more closely with k-12 schools so to synchronize modern teaching theory and practices.
Assunto: Língua portuguesa Exames, questões, etc
Universidades e faculdades Vestibular Gramática
Exame vestibular
Língua portuguesa Gramática Estudo e ensino
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/AIRR-7DHHMP
Data do documento: 29-Fev-2008
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