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Type: Tese de Doutorado
Title: Mobilidade sócio-ocupacional e mobilidade espacial: diferenciações entre hierarquias urbanas para o mercado de trabalho formal, Brasil, 2000-2009
Authors: Luzia Maria Cavalcante de Melo
First Advisor: Rodrigo Ferreira Simoes
First Co-advisor: Ana Maria Hermeto Camilo de Oliveira
First Referee: Ana Flavia Machado
Second Referee: Fausto Reynaldo Alves de Brito
Third Referee: Paulo de Martino Jannuzzi
metadata.dc.contributor.referee4: Ricardo Silva Freguglia
Abstract: Evidências teóricas e empíricas sugerem que indivíduos que migram para regiões que possuem vantagens locacionais, em relação à região de origem, possuem maiores chances de mobilidade sócio-ocupacional ascendente. Considerando que diferentes hierarquias urbanas refletem, entre outras coisas, diferenças econômicas locais, indivíduos que migram de uma hierarquia inferior para outra de uma posição superior na escala urbana aumentariam suas chances de mobilidade sócio-ocupacional ascendente. No Brasil, o intenso movimento migratório do período 1950-1970 ocorreu paralelamente ao fenômeno do aumento da desigualdade entre as Grandes Regiões mais especificamente entre o Nordeste e o Sudeste e da grande elevação das taxas de mobilidade social, especialmente entre os migrantes em seus locais de destino. Esta tese tem por objetivo analisar a relação existente entre mobilidade sócio-ocupacional, mobilidade espacial e diferenças econômicas locacionais, no Brasil, representadas através de diferentes hierarquias urbanas, no período 2000-2009. Para isto, foram utilizados os microdados da Rais-migra no período 2000-2009, de modo que esta análise aborda a mobilidade sócio-ocupacional de indivíduos empregados no mercado de trabalho formal. Foi utilizada a classificação de três dígitos da CBO-2002 para calcular os scores sócio-ocupacionais utilizados para estabelecer os estratos entre os quais foi observada a mobilidade sócio-ocupacional. A mobilidade espacial foi observada a partir dos deslocamentos dos indivíduos entre as hierarquias urbanas estabelecidas no REGIC, tendo como hipótese que estas hierarquias refletem diferentes condições econômicas locacionais. Para estimar a relação entre mobilidade sócio-ocupacional, mobilidade espacial e diferenças locacionais foi utilizado um modelo logit multinomial. Os resultados mostram que as chances relativas de mobilidade sócio-ocupacional ascendente daqueles que realizam mobilidade espacial entre as hierarquias urbanas, vis-à-vis as chances de mobilidade sócio-ocupacional descendente, é maior do que para aqueles que permanecem no seu local de origem. No que diz respeito às diferenças entre as hierarquias, os resultados mostram uma mudança no padrão locacional das oportunidades ocupacionais para os migrantes, o que reflete também uma mudança na localização das atividades econômicas. Segundo os resultados encontrados, ao contrário de décadas passadas, a ACP-SP parece não representar mais o melhor destino para aqueles que buscam melhores condições sócio-ocupacionais, especialmente na medida em que as hierarquias de origem se distanciam da ACP-SP. Evidência disto é o fato de que, com exceção dos migrantes com origem na Metrópole, para os trabalhadores que possuem origem nas demais regiões, migrar para ACP-SP não representa nenhuma diferença significativa nas suas chances relativas de mobilidade sócio-ocupacional ascendente. As hierarquias Metrópole e Capital Regional merecem destaque por serem as únicas que apresentaram chances relativas de mobilidade sócio-ocupacional ascendente positivas e estatisticamente significativas, para migrantes de todas as hierarquias de origem (exceto ACP-SP). Estes resultados confirmam que a dinâmica econômica está se expandindo e ganhando novos espaços, o que significa que, aqueles que deixam suas localidades de origem possuem, atualmente, locais alternativos na busca por maiores chances de mobilidade sócio-ocupacional. Isto representa também modificação na distribuição espacial da força de trabalho, pois com novos espaços ganhando maior dinamismo econômico, a tendência é que os fluxos migratórios não mais se concentrem em São Paulo como em períodos anteriores mas que haja uma melhor distribuição, com parte considerável deste fluxo se destinando a centros de posição intermediária na hierarquia urbana.
Abstract: Theoretical and empirical evidence suggest that individuals who migrate to regions that have more locational advantages, relative to region of origin, have greater chances of upward social and occupational mobility. Whereas different urban hierarchies reflect, among other things, local economic differences, individuals who move from a lesser hierarchy to a higher one in the urban scale would increase their chances of upward social and occupational mobility. In Brazil, the intense migratory movement of the 1950-1970 period was parallel to the phenomenon of increasing inequality between the major regions - specifically between the Northeast and Southeast - and the great increase in the rates of social mobility, especially among migrants in their destination. This thesis aims to analyze the relationship between socio-occupational mobility, spatial mobility and locational economic differences in Brazil, represented by different urban hierarchies in the period 2000-2009. For this, we used data from the Rais-migra through the period 2000-2009, so that this analysis addresses the socio-occupational mobility of individuals employed in the formal labor market. We used a three-digit classification of the CBO-2002 to calculate socio-occupational scores to establish the strata in which socio-occupational mobility was observed. The spatial mobility was observed from the displacement of individuals between urban hierarchies established in REGIC, under the hypothesis that these hierarchies reflect different economic locational conditions. To estimate the relationship between socio-occupational mobility, spatial mobility and locational differences, we used a multinomial logit model. The results show that the relative chances of upward social and occupational mobility of those who perform spatial mobility between the urban hierarchies, vis-à-vis the chances of downward social and occupational mobility is higher than for those who remain in their place of origin. With regard to differences between the hierarchies, the results show a change in the locational pattern of occupational opportunities for migrants, which also reflects a change in location of economic activities. According to the results, unlike previous decades, the ACP Sao Paulo seems to represent no more the best destination for those seeking better social and occupational conditions, especially those that originate in regions lagging behind. Evidence of this is the fact that with the exception of migrants originating from the Metropolis, for workers who have origins in other regions, to migrate to Sao Paulo represents no significant difference in their relative chances of upward occupational mobility social. Hierarchies Metropolis and Regional Capital noteworthy for being the only ones that showed positive relative chances of upward social and occupational mobility statistically significant for migrants from all regions of origin (except São Paulo). These results confirm that the economic dynamics is expanding and gaining new spaces, which means that those who leave their home regions have, currently, alternative sites in the search for higher chances of socio and occupational mobility. This also represents change in the spatial distribution of the workforce, with new spaces presenting greater economic dynamism, the trend is that migration flows no longer concentrate in São Paulo - as in previous years - but there is a better distribution, with considerable migrant flow to centers intended as a middle position in the urban hierarchy.
Subject: Mercado de trabalho Brasil
Economia
Economia do trabalho Brasil
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/AMSA-8WZH4P
Issue Date: 21-May-2012
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