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Type: Tese de Doutorado
Title: Função atrial esquerda na estenose mitral reumática pela ecocardiografia tridimensional
Authors: Vinicius Tostes Carvalho
First Advisor: Maria do Carmo Pereira Nunes
First Co-advisor: Antonio Luiz Pinho Ribeiro
First Referee: Antonio Luiz Pinho Ribeiro
Second Referee: Zilda Maria Alves Meira
Third Referee: Carlos Faria Santos Amaral
metadata.dc.contributor.referee4: Marcia de Melo Barbosa
metadata.dc.contributor.referee5: Marcelo Luiz Campos Vieira
Abstract: Introdução: A cardiopatia reumática crônica (CRC) constitui problema de saúde pública nos países subdesenvolvidos, sendo importante causa de morbimortalidade. A dilatação com disfunção do átrio esquerdo (AE) é fator predisponente para desenvolvimento de arritmias e fenômenos tromboembólicos, complicação importante da estenose mitral (EM) reumática. Dessa forma, o conhecimento dos fatores associados com a função do AE na EM reveste-se de importância clínica como substrato para arritmias atriais e aparecimento de sintomas nesses pacientes. Objetivos: O objetivo desse estudo foi identificar fatores clínicos e ecocardiográficos associados à fração de esvaziamento do átrio esquerdo (FEAE) em pacientes com EM. Métodos: Foram avaliados 163 pacientes portadores de EM reumática acompanhados no Ambulatório do Hospital das Clínicas (HC) da UFMG e 20 indivíduos saudáveis com características demográficas semelhantes aos pacientes, constituindo-se no grupo controle. Todos os indivíduos foram submetidos ao exame clínico, eletrocardiograma e ecocardiograma transtorácico bidimensional (2D) e tridimensional (3D) em tempo real. A quantificação da gravidade da EM, a avaliação dos ventrículos e os cálculos de gradientes pressóricos e pressão arterial pulmonar foram realizados de forma convencional. A função do AE foi estimada através do ecocardiograma 3D, utilizando-se a fração de esvaziamento atrial, expressa como a percentagem de mudança dos volumes durante o ciclo cardíaco (FEAE). Resultados: A idade média foi de 42,7 ± 10,8 anos com predomínio do sexo feminino (85%). A maioria dos pacientes encontra-se em classe funcional I e II da NYHA (83%) e apenas 27 (17%) em classe funcional III ou IV. Sessenta e nove pacientes (43%) haviam sido submetidos à intervenção na valva mitral (valvoplastia percutânea ou cirúrgica) à entrada no estudo. Fibrilação atrial (FA) foi detectada ao eletrocardiograma convencional de 12 derivações em 31 pacientes (19%), nove dos quais apresentaram evento cerebral isquêmico anterior. A área valvar mitral foi de 1,24 ± 0,41 cm2, com gradiente transmitral médio de 9,1 ± 4,8 mmHg e pressão sistólica em artéria pulmonar de 44,2 ± 14,4 mmHg. A FEAE no grupo total de pacientes foi de 30,1 ± 15,1%, diferente dos controles (58,9 ± 6,7 p<0,001), com redução significativa nos pacientes com FA em relação aos pacientes em ritmo sinusal (19,9 ± 8,7% vs. 32,6 ± 15,3%; p<0,001). As medidas da FEAE pelo 3D tiveram boa reprodutibilidade inter e intraobservador (coeficiente de correlação intraclasse de 0,935 e 0,878, respectivamente). Possíveis associações das variáveis clínicas e ecocardiográficas com a FEAE foram testadas através de análise de regressão linear, considerando a variável dependente a FEAE. No modelo multivariado excluindo-se FA, as variáveis que permaneceram independentes associadas à FEAE foram intervenção valvar prévia, área valvar, gradiente transvalvar médio, fração de ejeção do ventrículo esquerdo e função do ventrículo direito avaliada através da velocidade do anel tricúspide pelo Doppler tecidual. Conclusões: Em pacientes com EM, a função do AE é influenciada por parâmetros ecocardiográficos que expressam a duração da doença e a gravidade da estenose. A avaliação da FEAE pode ser útil na identificação dos pacientes de maior risco para desenvolver FA e sintomas.
Abstract: Introduction: Chronic rheumatic heart disease (CRC) is a public health problem in developing countries, an important cause of morbidity and mortality. Dilatation with dysfunction of the left atrium (LA) is a predisposing factor for the development of arrhythmias and thromboembolic events, clinical complication of the rheumatic mitral stenosis (MS). Therefore, knowledge of the factors associated with the function of LA in MS is of clinical importance as a substrate for atrial arrhythmias and onset of symptoms in these patients. Objectives: The aim of this study was to identify clinical and echocardiographic factors associated with LA emptying fraction in patients with MS. Methods: We evaluated 163 outpatients with rheumatic MS who were referral to the Hospital das Clinicas (HC) of UFMG and 20 normal controls. All subjects underwent clinical examination, electrocardiogram and two-dimensional (2D), and real-time three-dimensional (3D) echocardiography. The quantification of the MS severity, evaluation of the ventricles, pressure gradients and pulmonary arterial pressure were carried out in a conventional manner. LA function was assessed by LA emptying fraction (LAEF), expressed as a percentage change in volume from maximum to minimum. Results: Mean age was 42.7 ± 10.8 years with a predominance of females (85%). Most patients were in NYHA functional class I and II (83%) and only 27 (17 %) in functional class III or IV. Sixty-nine patients (43%) had undergone mitral valve intervention (surgical or percutaneous valvuloplasty) at enrollment into the study. Atrial fibrillation (AF) was detected by conventional 12-lead electrocardiogram in 31 patients (19%), nine of them with previous ischemic cerebral event. Mitral valve area was 1.24 ± 0.41 cm2, mean transmitral gradient was 9 ± 4.8 mmHg and systolic pulmonary artery pressure was 44 2 ± 14.4 mmHg. Overall LAEF was 30.1 ± 15.1%, different from controls (58.9 ± 6.7 p <0.001), with significant reductions in patients with AF compared to patients in sinus rhythm (19.9 ± 8.7% vs. 32.6 ± 15.3%, p <0.001). Measurements of the 3D LAEF had good inter-and intraobserver reproducibility (intraclass correlation coefficient of 0.935 and 0.878, respectively). Possible associations of clinical and echocardiographic variables with LAEF were tested by linear regression analysis, considering the dependent variable LAEF. Variables that remained in the multivariate model were the mitral valve area, the presence of AF, previous mitral valve intervention, mean gradient, and right ventricular function assessed by tissue Doppler. Conclusions: In patients with MS, the LA function is influenced by a combination of the echocardiographic parameters that express the duration of the disease and severity of the stenosis. LAEF assessment may be useful to identify patients at higher risk for developing AF and symptoms.
Subject: Atrios do coração
Ecocardiograma
Ecocardiografia
Medicina tropical
Doenças das valvas cardíacas
Cardiopatia reumática/cirurgia
Ecocardiografia tridimensional
Estenose da valva mitral
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9E4E3T
Issue Date: 23-Aug-2013
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