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Tipo: Tese de Doutorado
Título: A gente tem que falar aquilo que a gente tem que provar: a geopolítica do risco e a produção do sofrimento social na luta dos moradores do Bairro Camargos em Belo Horizonte - MG
Autor(es): Raquel Oliveira Santos Teixeira
Primeiro Orientador: Andrea Luisa Zhouri Laschefski
Primeiro membro da banca : Magda Maria Bello de Almeida Neves
Segundo membro da banca: Renarde Freire Nobre
Terceiro membro da banca: Sônia Maria Simões Barbosa Magalhães Santos
Quarto membro da banca: Telma Camargo da Silva
Resumo: A tese examina o conflito vivenciado pelos moradores do Bairro Camargos, em Belo Horizonte, a partir da instalação de um incinerador de lixo industrial e hospitalar nas proximidades de suas moradias. A análise se inicia recompondo a trajetória de constituição do bairro e seu processo histórico de transformação em uma localidade habitada, urbanizada e preenchida de sentimentos de pertença. Ênfase é dada aos entrelaçamentos entre a produção da paisagem e a produção dos corpos que a habitam, evidenciando a continuidade de uma geopolítica dos riscos que atualiza as relações de classe no espaço urbano. No campo da regulação ambiental dos riscos, observa-se que as mobilizações locais de resistência à incineração são capturadas pelas exigências de uma lógica específica de evidenciação do dano. Nesse conflito, destaco que a capacidade de lidar com os problemas de saúde ambiental está fortemente constrangida pelas dinâmicas regulatórias e seus regimes de produção do saber, incluindo o uso que é feito das incertezas e controvérsias científicas relativas à incineração e seus efeitos sobre a saúde. São examinados ainda os processos de silenciamento e subalternização colocados aos moradores que instados a participarem das dinâmicas deliberativas e regulatórias, veem suas reivindicações e narrativas esvaziadas. Com efeito, argumento que na luta pela evidenciação do dano, os espaços institucionais de participação e defesa dos direitos acomodam mecanismos produtores de sofrimento social.
Abstract: The thesis examines the conflict experienced by residents of Camargos district in Belo Horizonte when an incinerator of industrial and hospital waste was installed near their homes. The analysis begins reconstructing the trajectory of the neighborhood and its historic process of transformation into a populated and urbanized locality fulfilled with feelings of belonging. Emphasis is given to entanglements between the production of the landscape and the production of bodies which inhabit it highlighting a geopolitic of risks that reproduces class relations in the urban space. In the environmental regulation of risks, it is observed that the local resistance to incineration is captured by the requirements of a specific logic based on damage proving. In this conflict, I emphasize that the power to deal with the environmental health problems is strongly constrained by regulatory dynamics and their regimes of knowledge production, including the use of scientific uncertainties and controversies regarding incineration and its effects on health. This work also examines the processes of silencing and subordination faced by the residents who are invited to participate in the deliberative and regulatory dynamics but have their claims and narratives denied. Consequently, I argue that in the struggle for providing evidence of the damage, the institutional spaces for participation and advocacy accommodates mechanisms that produce social suffering.
Assunto: Sociologia
Conflito social
Risco
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9ZWJ6E
Data do documento: 14-Mar-2014
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