Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A32FZ2
Tipo: Tese de Doutorado
Título: Fatores associados à permanência de estomia definitiva em pacientes submetidos à ressecção anterior do reto por câncer retal
Autor(es): Leonardo Maciel da Fonseca
Primeiro Orientador: Rodrigo Gomes da Silva
Resumo: Os principais fatores associados à permanência de estomias definitivas são complicações relacionadas a anastomoses baixas em pacientes submetidos à excisão total do mesorreto para tratamento de câncer de reto. Vários autores recomendam a proteção da anastomose com ileostomia descompressiva. Contudo, muitos pacientes nunca têm a estomia, inicialmente prevista como temporária, fechada. O objetivo deste estudo foi determinar, em coorte de pacientes com adenocarcinoma do reto submetidos à ressecção anterior do reto com intenção curativa e preservação esfincteriana, os fatores associados e a taxa para não fechamento da ileostomia protetora. Foram avaliadas a taxa de morbidade associada à operação para fechamento da ileostomia e a taxa de estomia permanente após longo período de acompanhamento. De 174 pacientes consecutivos com tumores retais tratados no Instituto Alfa de Gastroenterologia/ Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, 92 com diagnóstico de adenocarcinoma do reto foram incluídos no estudo. A idade média dos pacientes foi de 55,6 anos (DP[desvio-padrão]: ±13,6 anos); 71 (77,2%) tinham menos de 65 anos. Houve predominância de homens (53,3%). A ileostomia foi fechada após a ressecção anterior do reto em 62 (67,4%) pacientes, no intervalo mediano de oito meses (IIQ [intervalo interquartil]: 5,0-10,0 meses). Dos que não tiveram a ileostomia fechada, em 17 (56,6%) houve progressão da doença, nove (30,0%) permaneceram em tratamento quimioterápico por mais de 12 meses, dois (6,7%) tiveram comorbidades que impediram a operação e outros dois (6,7%) tiveram complicações associadas à primeira operação. Os resultados da análise multivariada para determinar os fatores associados ao não fechamento da ileostomia identificaram a fístula de anastomose (RP [razão de prevalência] 2,93, IC 95%: 1,23-6,97; p=,015) e metástases sistêmicas (RP: 3,64, IC 95%: 1,75-7,60; p=<,001) como fatores de risco. Dos 62 pacientes que tiveram a ileostomia fechada, 11 (17,7%) exibiram algum tipo de complicação pós-operatória - três tiveram fístula da anastomose e cinco obstrução intestinal - dois com infecção da ferida operatória e um com pneumonia. Desses, oito tiveram o estoma refeito. Todos com complicações pósoperatórias, exceto os com infecção da ferida operatória e pneumonia, foram reoperados e tiveram o estoma refeito. Durante todo o período do estudo (84 meses), dos 92 pacientes avaliados, 54 (58,7%) tiveram o trânsito intestinal reconstruído e 38 (41,3%) permaneceram com estomia definitiva. Os resultados da análise multivariada para determinar fatores associados à não reconstrução do trânsito intestinal mostraram que em pacientes com a ileostomia fechada em vigência de quimioterapia, a prevalência foi 4,21 vezes maior de não reconstrução (IC 95%: 1,003-17,657, p=,049). Fístula de anastomose, metástases e o fechamento da ileostomia durante a quimioterapia são fatores associados à não reconstrução do trânsito intestinal em pacientes com adenocarcinoma do reto, submetidos ao tratamento dessa doença. As implicações da realização de ileostomia após a ressecção anterior do reto não devem ser subestimadas e muitos pacientes podem definitivamente permanecer com uma. É fundamental, então, caracterizar os fatores relacionados ao não fechamento da ileostomia e as complicações associadas, para que, no pré-operatório, os pacientes recebam orientações realistas e não criem falsas expectativas.
Abstract: Anastomosis-related complications are among the main risk factors that are associated with permanent stomas. Therefore, several authors recommend a temporary ileostomy after a low anterior resection with low colorectal anastomoses . Despite the initial intent regarding its reversibility, some patients never undergo closure of their temporary diverting stomas. Furthermore, the closure of diverting ileostomies should not be considered a complication-free minor surgical procedure. The objective of this study was to determine the risk factors, rate of non-closure of diverting ileostomy after low anterior resection, morbidity associated with the closure of a loop ileostomy, as well as the rate of permanent stoma during a long-term follow-up of a cohort of rectal adenocarcinoma patients. Among a population of 174 consecutive patients diagnosed with rectal tumors, that received surgical treatment at the Alfa Institute of Gastroenterology/University Hospital of the Universidade Federal de Minas Gerais - Medical School, ninety-two with diagnosis of rectal adenocarcinomas were included in this study. The majority of the patients were male (53.3%), and the mean age was 55.55 years (SD [standard deviation]: ±13.57 years); however, 71 patients (77.2%) were younger than 65 years of age. Of these patients, 62 (67.4%) underwent ileostomy reversal in a median time of 8.0 months (IQR [interquartile range]: 5.0-10.0 months). Of the 30 patients who did not undergo closure of their ileostomy, 17 (56.6%) demonstrated disease progression, nine (30.0%) had received chemotherapy for more than 12 months, two (6.7%) had comorbidities that precluded the closure procedure, and two (6.7%) experienced complications from the first operation. Risk factors associated with ileostomy reversal failure, according to the multivariate analysis, included the occurrence of anastomotic leaks (PR [prevalence ratio] 2.93; 95% CI: 1.33-6.97, p=0.015) and the presence of metastasis (PR 3.64; CI 95%: 1.75-7,60 , p=0.008). Among the 62 patients who underwent ileostomy closure, 11 (17.7%) experienced some type of postoperative complication: three, five, two and one patient experienced anastomotic dehiscence, intestinal obstruction, wound infection and pneumonia, respectively. All patients with complications, except those who presented with a wound infection and pneumonia, underwent another operation to redo the stoma. In the total follow-up period of this study (84 months), 54 (58.7%) of the 92 patients had their intestinal transit restored, while 38 (41.3%) had a permanent stoma. After the multivariate analysis, reversal of the ileostomy during adjuvant chemotherapy was associated with non-restoration of intestinal transit (PR 4.21, 95% CI: 1.003- 17.657, p=0.049). It was observed that the occurrence of anastomotic leaks, the presence of metastasis and closure of the ileostomy during chemotherapy were factors associated with non-restoration of intestinal transit in rectal adenocarcinoma patients who received multimodal treatment for their disease. The implications of an ileostomy after low anterior resection should not be underestimated, as it may not be closed in many patients. It is therefore essential to characterize the factors that are related to non-closure of an ileostomy and to consider the possible complications due to its closure. This way, patients can receive realistic preoperative orientations that might prevent false expectations.
Assunto: Neoplasias retais
Reto Cancer
Estomas
Complicações pós-operatórias
Trânsito gastrointestinal
Qualidade de vida
Estudos de coortes
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A32FZ2
Data do documento: 22-Jun-2015
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