Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A73NWQ
Type: Dissertação de Mestrado
Title: Resposta eletromiográfica á estimulação vestibular galvânica na avaliação da lesão medular de pacientes com a mielorradiculopatia da esquitossomose mansônica
Authors: Julia Fonseca de Morais Caporali
First Advisor: Jose Roberto Lambertucci
First Co-advisor: Denise Utsch Goncalves
First Referee: Silvio Roberto de Sousa Pereira
Second Referee: Carlos Julio Tierra Criollo
Third Referee: Marco Aurelio Rocha Santos
Abstract: Introdução: A mielorradiculopatia é a forma ectópica mais grave da esquistossomose mansônica. Seu diagnóstico baseia-se em manifestações clínicas, evidência de exposição ao Schistosoma mansoni, evidência de inflamação medular no estudo do líquor e na ressonância magnética (RM) e exclusão de outras causas de mielorradiculopatia. Seu tratamento envolve uso de esquistossomicida e costicosteroides. A avaliação da resposta terapêutica baseia-se no exame neurológico e na RM, a qual, contudo, pode normalizar apesar da manutenção de manifestações neurológicas. Nesse contexto, exames neurofisiológicos, como os potenciais evocados, podem ser úteis por serem mais sensíveis que a RM e mais objetivos que o exame neurológico. O potencial evocado miogênico vestibular com estímulo galvânico (PEMV-G) é exame de fácil realização, seguro e de baixo custo que avalia os tratos reticuloespinhal e vestibuloespinhal, que estão lesados em mielopatias motoras. Esse exame ainda não foi estudado na mielorradiculopatia esquistossomótica (MRE). Objetivo: O presente trabalho objetivou investigar o valor do PEMV-G no diagnóstico da lesão medular de pacientes com MRE. Metodologia: Realizou-se estudo transversal comparativo em 22 pacientes com MRE e 22 indivíduos controles normais. Os 44 participantes foram submetidos a exame clínico, neurológico, ao PEMV-G e 11 pacientes também realizaram RM. Os parâmetros do PEMV-G estudados foram os tempos de início das respostas eletromiográficas de curta latência (CL) e de média latência (ML) ao estímulo vestibular galvânico, captadas em músculo gastrocnêmio. Os pacientes tinham idade entre 20 e 70 anos (mediana: 42; percentil 25: 28; percentil 75: 52), sendo 17 homens e cinco mulheres, com tempo de diagnóstico de MRE variando de um mês a 16 anos. Os indivíduos controles tinham idade entre 19 e 70 anos (mediana:30; p25: 26; p75: 44), sendo 12 homens e 10 mulheres. Os grupos foram estatisticamente iguais quanto a idade e sexo (p=0,162 e p=0,203). Resultados: As respostas CL e ML, analisadas de maneira cega, apresentaram tempo de início aumentado no grupo de pacientes em relação aos controles: 58,73ms (p25: 55,57; p75: 60,94) versus 63,77ms (p25: 59,68; p75: 74,18) para CL (p=0,001); 108,57ms (p25: 105,72; p75: 121,44) versus 137,57ms (p25: 122,43; p75: 152,71) para ML (p<0,001). Entre pacientes, a alteração neurológica que se associou a latências aumentadas de CL e ML foi distúrbio de marcha (p=0,010 e p=0,024). A curva de características de operação do receptor (ROC), utilizando-se como padrão ouro o exame clínico neurológico, apresentou área sob a curva de 0,814 (p=0,001) para CL e 0,861 (p<0,001) para ML na identificação de lesão medular. Os melhores pontos de corte, pela curva ROC, foram 61,25ms (CL) e 120,54ms (ML). A sensibilidade e especificidade foram de, respectivamente, 79% e 77% para CL e de 90% e 73% para ML. Nos 11 pacientes que realizaram PEMV-G e RM, todos com exame clínico neurológico alterado, o PEMV-G apresentou maior sensibilidade (91%) que a RM (9%) (p=0,004). Conclusão: Neste trabalho, o PEMV-G mostrou ser capaz de identificar lesão medular, inclusive não visibilizada em RM, podendo ter valor no diagnóstico e no acompanhamento da resposta terapêutica da MRE.
Abstract: Introduction: Myeloradiculopathy is the most severe ectopic form of mansonic schistosomiasis. Diagnosis is based on clinical evidence of myeloradiculopathy, evidence of exposure to Schistosoma mansoni, demonstration of inflammatory spinal cord injury in cerebrospinal fluid analysis and on magnetic resonance imaging (MRI) and exclusion of other spinal cord diseases. Treatment involves the use of schistosomicidal drugs and corticosteroids. Evaluation of therapeutic response is based on neurological examination and MRI. However, MRI may normalize even in the persistence of clinical abnormalities. In this context, neurophysiology tests, like evoked potentials, may be useful since they are more sensitive than MRI and more objective than neurological examination. Vestibular evoked myogenic potential with galvanic stimulation (VEMP-G) is a safe, inexpensive and easy to perform exam that tests the reticulospinal and vestibulospinal tracts, which are damaged in motor myelopathies. It had never been studied before in patients with schistosomal myeloradiculopathy (SMR). Objective: This study aimed at assessing the value of VEMP-G in diagnosing spinal cord injury in patients with SMR. Methodology: A cross-sectional comparative study was conducted with 22 SMR patients and 22 healthy control subjects. All participants (n=44) were submitted to clinical examination, neurological examination, VEMP-G and eleven patients also underwent MRI. The VEMP-G parameters studied were time of onset of short-latency (SL) and medium-latency (ML) electromyographic responses to vestibular galvanic stimulation, recorded in gastrocnemius muscle. Patients age ranged from 20 to 70 years (median: 42; p25: 28; p75: 52); 17 were male and five were female; time of SMR diagnosis ranged from one month to 16 years. Control individuals age ranged from 19 to 70 years (median: 30; p25: 26; p75: 44), being 12 male and 10 female. The groups were statistically similar regarding to age and sex (p=0.162 and p=0.203). Results: SL and ML, blindly measured, were augmented in patients compared to controls: 58.73ms (p25: 55.57; p75: 60.94) versus 63.77ms (p25: 59.68; p75: 74.18) for SL (p=0.001); 108.57ms (p25: 105.72; p75: 121.44) versus 137.57ms (p25: 122.43; p75: 152.71) for ML (p<0.001). Among patients, gait disturbance was the only neurologic abnormality associated to SL and ML delay (p=0.01 and p=0.024). Based on clinical examination as the gold standard, Receiving Operator Characteristics (ROC) curve showed area under the curve of 0.814 (p=0.001) for SL and 0.861 (p<0.001) for ML in the detection of spinal cord injury. Best cutoff points were 61.25ms (SL) and 120.54ms (ML). Sensitivity and specificity were, respectively, 79% and 77% (SL), 90% and 73% (ML). VEMP-G was more sensitive (S: 91%) than MRI (S: 9%) (p=0.004) in 11 patients that underwent both exams, all of them presenting abnormalities in clinical examination. Conclusion: VEMP-G was shown to detect spinal cord injury, including those not seen by MRI and may be of value for diagnosis and follow-up of SMR.
Subject: Mielite/diagnóstico
Esquistossomose mansoni/complicações
Eletromiografia
Potenciais evocados miogênicos vestibulares
Diagnóstico clínico
Estimulação elétrica
Neuroesquistossomose
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A73NWQ
Issue Date: 3-Feb-2015
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
disserta__o_julia_caporali_2015.pdf1.97 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.