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Type: Monografias de Especialização
Title: Evidências de um ciclo silvestre do Dengue virus nas americas
Authors: Felipe Lopes de Assis
First Advisor: Erna Geessien Kroon
Abstract: O Dengue virus (DENV), pertence à família Flaviviridae, que compreendem vírus de RNA genômico, fita simples de senso positivo, envelopado, transmitidos por vetores artrópodes. O DENV pode causar desde uma doença branda, denominada febre do dengue (FD), a quadros mais graves com manifestações hemorrágicas (FHD). Atividades humanas como: transporte de animais, circulação de pessoas, reflorestamento e outros, são fatores que contribuem para a emergência da dengue e outras arboviroses. O ciclo ecológico do DENV é complexo e ainda não completamente elucidado. O DENV circula na Ásia e nas Américas através da transmissão ao homem pelo vetor artrópode do gênero Aedes. Na África, ocorre predominantemente a circulação silvestre do DENV. Nas Américas, animais silvestres não têm papel confirmado no ciclo da dengue. Recentes estudos sugerem um possível ciclo de amplificação secundário envolvendo outros mamíferos não primatas, como roedores, marsupiais e morcegos. Mas a questão se esses mamíferos mantêm o DENV em um ciclo enzoótico e desempenham um papel na sua re-emergência para a população humana ainda não está bem esclarecida. Assim, este trabalho tem como objetivo avaliar e discutir a relevância de achados epidemiológicos, que consistem na detecção de genoma viral e anticorpos neutralizantes contra DENV em órgão ou soro de animais silvestres na região da Guiana Francesa (GF) e em morcegos no México e anticorpos neutralizantes em morcegos na Costa Rica e Equador, na manutenção do DENV e possíveis reservatórios naturais. A baixa similaridade entre amostras de DENV-1 isoladas de animais silvestres na GF e amostras de DENV-1 endêmicas em humanos na mesma região, sugerem uma circulação silvestre do DENV na região. Amostras de DENV-2 isoladas de animais na GF parecem estar associadas a possíveis hospedeiros-reservatórios não humanos e podem estar relacionadas a um ciclo silvestre na região. Porém, estudos adicionais precisam ser conduzidos para que se possa caracterizar a manutenção do DENV através de um reservatório mamífero não humano, e não uma infecção ocasional da fauna silvestre. Amostras de DENV-3 isoladas na GF parecem estar relacionada a uma circulação viral na região em hospedeiros-reservatórios silvestres durante períodos inter-epidêmicos. Um forte indicio para isso é também a grande similaridade entre amostras isoladas de animais silvestres com amostras isoladas de mosquitos (99,1-99,7% de nt e 99-100% de aa). A identidade de 100% entre amostras de DENV detectadas na mesma espécie animal em períodos distintos sugere a participação desta espécie na circulação do DENV. Testes sorológicos e moleculares realizados em morcegos no México, e a presença de anticorpos neutralizantes em morcegos na Costa Rica e Equador apesar de inconclusivos para ocorrência de uma infecção ativa e possível participação de animais silvestres no ciclo do DEVN, representam fortes indícios para tal afirmação. Os dados aqui apresentados não respondem a todas as perguntas acerca do possível ciclo silvestre do DENV na América, tão pouco a participação destes animais como reservatórios. Para isso novas pesquisas devem ser conduzidas no intuito de se conhecer melhor o ciclo de multiplicação do DENV nos diversos ambientes, para que possamos traçar a melhor estratégia epidemiológica contra ele.
Abstract: Dengue virus belongs to the Flaviviridae family, which comprises genomic RNA virus, single stranded negative sense, enveloped, viruses vectored by arthropods. DENV can cause a mild disease, named dengue fever (DF), until severe disease with bleeding, named dengue hemorrhagic fever (DHF). Human activities like: animals traffic, people circulation, reforestation and others, are factors that contribute to DENV and other arboviruses emergence. The ecological cycle of DENV is complex and not completely understood. DENV circulates in Asia and Americas vectored to humans by the vector of Aedes genus. In Africa, occurs predominantly DENV wild circulation. In Americas, wild animals have no confirmed role in DENV cycle. Recent studies suggest a possible secondary cycle of amplification involving mammalian non-primates such as rodents, marsupials and bats. But, if those animals keep the DENV in an enzootic cycle and it plays a role in DENV emergence is not well elucidated. Thus, this study aims to assess and discuss the relevance of epidemiological findings, involving the detection of viral genome and neutralizing antibodies against DENV, in organs or serum of wild animals in the region of French Guiana (GF) and in Mexican bats, besides neutralizing antibodies in bats of Costa Rica and Ecuador, in the maintenance of DENV and possible natural reservoirs. The low similarity between samples of DENV-1 isolated from wild animals in the GF and samples of DENV-1 endemic in humans in the same region, suggest a wild movement of DENV in the region. DENV-2 isolated from animals in the GF seems to be associated with possible non-human host reservoirs and may be related to a sylvatic cycle in the region. However, further studies should be conducted so that we can characterize the maintenance of DENV reservoir through a non-human mammal, not just an occasional infection from wildlife. DENV-3 isolated in GF looks to be related to a regional virus circulation in a wild host-reservoir during inter-epidemic periods. A strong clue to this is also the great similarity between samples isolated from wild animals with samples isolated from mosquitoes (99,1-99,7% of nt and 99-100% of aa). One hundred percent of identity between DENV detected in the same animal species in different periods suggests the involvement of this species in the circulation of DENV. Serological and molecular tests performed on Mexican bats, and neutralizing antibodies found in bats from Costa Rica and Ecuador, although inconclusive for the occurrence of an active infection and possible role of wild animals in the DENV cycle, represent strong evidence for this assertion. The data presented here do not respond all the questions about the possible DENV sylvatic cycle in America, or the wild animals role as a natural reservoir of DENV. For this, new research should be conducted in order to better understand the DENV replication cycle in different environments, so we can trace the best epidemiological strategy against it.
Subject: Microbiologia
Dengue Epidemiologia
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AC4E5Y
Issue Date: 12-Feb-2010
Appears in Collections:Especialização em Microbiologia

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