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Tipo: Tese de Doutorado
Título: O jornalismo como singular coletivo: reflexões sobre a historicidade de um fenômeno moderno
Autor(es): Phellipy Pereira Jácome
Primeiro Orientador: Bruno Souza Leal
Primeiro membro da banca : Ana Paula Goulart Ribeiro
Segundo membro da banca: Luís Mauro Sá Martino
Terceiro membro da banca: Elton Antunes
Quarto membro da banca: Carlos Alberto de Carvalho
Resumo: Como apreender o jornalismo sobre o prisma da historicidade dos seus fenômenos? Ao buscar caminhos para responder essa indagação, este trabalho visa inquerir a maneira normativa pela qual a atividade jornalística e sua história têm sido prioritariamente descritas em seus discursos autorreferentes, sobretudo naqueles ligados a ideais modernizadores. A nosso ver, mesmo diante de uma materialidade complexa, o que se percebe é a adoção de uma perspectiva que advoga a um conceito estreito e totalizador que fixa o seu ismo como uma categoria vazia das dimensões temporais. Dita perspectiva, assentada em valores e concepções modernos, instaura uma narrativa presentista que tende a considerar o passado como um depósito inerte, sem capacidade de nos afetar ou agenciar. Isso fica evidente, por exemplo, no relato de modernização do jornalismo brasileiro nos anos 1950, calcado na ideia de grandes rupturas e revoluções a partir de uma visada linear e teleológica. Desse modo, o objetivo central de nosso trabalho é explorar formas de reabrir esse passado, encarando-o como uma tradição viva e historicizando aquilo que chamamos de singular coletivo. Para isso, recorremos às categorias meta-históricas propostas por Reinhart Koselleck de espaço de experiência e horizonte de expectativa e associamo-las às considerações de Bruno Latour acerca da Constituição dos Modernos. Esse caminho nos permite analisar criticamente, a partir de uma visada histórica, o hiato identificado entre a promoção de uma concepção identitária única relacionada à própria modernização jornalística e a variedade de formas pelas quais os jornais narram e sabem o mundo. Isso com vistas à historicizar uma e outra, promovendo um escrutínio de algumas das narrativas que as compõem, a partir de jornais brasileiros e estadunidenses. Como forma de viabilizar metodologicamente nossa empreitada, buscamos momentos em que essa normatividade aparece de forma ainda mais sedimentada nos discursos de autorreferenciação do jornalismo, o que nos permite traçar, a partir daí, uma rede de relações mais amplas para compreender como esse ismo e seu conjunto de valores modernos são configurados, promovidos e sustentados ao longo do tempo.
Abstract: How to apprehend journalism under the prism of the historicity of its phenomena? In seeking ways to answer this question, this work aims to inquire the normative way in which journalistic activity and its history have been primarily described in its self-referential discourses, especially those related to modernizing ideas. In our view, even in the face of a complex materiality, it is possible to perceive the adoption of a perspective that advocates a strict concept that ties its ism as an empty category of temporal dimensions. This perspective, based on modern values and conceptions, establishes a presentist narrative that tends to consider the past as an inert deposit, without the capacity to affect or to act. This viewpoint is evident, for instance, in the description of Brazilian journalisms modernization in the 1950s, based on the idea of great ruptures and revolutions from a linear and teleological perspective. Thus, the main objective of our work is to explore ways to reopen this past, beholding it as a living tradition and historicizing what we call collective singular. For this, we benefit from the meta-historical categories proposed by Reinhart Koselleck of space of experience and horizon of expectation and we associate them with the considerations of Bruno Latour on the Modern Constitution. This path allows us to critically analyze, from a historical perspective, the gap identified between the promotion of a unique identity - related to journalistic modernization itself - and the variety of ways in which newspapers configure and know the world by their narratives. The work seeks to historicize one and the other, promoting a scrutiny of some texts that compose them, extracted from Brazilian and US newspapers. As a way of making our work methodologically viable, we are attentive to the moments in which this normativity appears even more sedimented in the journalism self-referential speeches, which allows us to draw, from this, a network of broader relations to understand how this ism and its set of modern values are configured, promoted and sustained over time.
Assunto: Comunicação
Tempo x
História
Jornalismo
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-ANGN5K
Data do documento: 20-Abr-2017
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