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Type: Dissertação de Mestrado
Title: Nós queremos reitores negros, saca?: trajetórias de universitários negros da classe média na UFMG
Authors: Ricardo Dias de Castro
First Advisor: Claudia Andrea Mayorga Borges
First Referee: Lisandra Espindula Moreira
Second Referee: Viviane Angelica Silva
Abstract: CASTRO, R. D. (2017) - Nós queremos reitores negros, saca?: trajetórias de universitários negros da classe média da UFMG. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Psicologia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. A atmosfera racial contemporânea, no Brasil, não pode ser comparada com o que era o cenário racial há trinta anos. Ainda que o racismo seja um elemento estruturador da dinâmica social brasileira, os dilemas em torno das relações raciais não estão mais, apenas, na subalternização, violência e opressão do povo negro. De fato, ampliaram-se os debates e a mobilização para reversão das desigualdades raciais, institucionalizando-se, por exemplo, as Ações Afirmativas e demais políticas de inclusão e valorização da população negra no país. Nessa direção, os estudos sobre os negros da classe média têm-se tornado um campo de investigação amplo e complexo para construirmos ferramentas e práticas que ajudem no descortinamento do racismo brasileiro e na consolidação de estratégias para o seu combate. Nessa pesquisa, realizamos a construção de um tema-campo que intencionou compreender as trajetórias de universitários negros de classe média da UFMG. A articulação entre as elaborações epistemo-teórico-metodológicas e o uso das narrativas de oito universitários negros de classe média nos possibilitou o reconhecimento de um novo imaginário social acerca dos negros em ascensão. Isso rompe com a incompatibilidade histórica entre ser negro e o poder de desfrutar dos bens associados à modernidade. Esses sujeitos apontam para o fato de serem, em sua grande maioria, a segunda geração de negros da classe média em suas famílias, o que, por conseguinte, tem lhes possibilitado o acesso a uma educação de base que garanta a entrada no ensino superior público e uma série de privilégios que tem lhes permitido o acúmulo de bens econômicos e culturais. Eles denunciam, também, como a universidade tem sido um espaço, cotidianamente, ressignificado pela presença de negros e pelo debate antirracista a partir da ação de movimentos políticos e culturais que reverberam dentro dos muros no ensino superior público. O que se percebe, fundamentalmente, é que, ainda com a existência de práticas de preconceito e discriminação nos espaços em que estão, esses jovens têm se esforçado na tentativa de ressignificar os valores da classe média brasileira, tornando-a mais ampla e democrática a partir de referenciais negros. A universidade e a classe média se tornam, para esses universitários, lugar estratégico de poder para ação e intervenção, de modo a interpelar a branquitude, o consumo e a elitização como norma única de organização da sociedade.
Abstract: CASTRO, R. D. (2017) - We want black rectors, you know?: trajectories of black university students of the middle class of UFMG. Masters Dissertation, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Psicologia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. The contemporary racial atmosphere in Brazil cannot be compared to the racial scene thirty years ago. And although racism is a structuring element of Brazilian social dynamics, the dilemmas around racial relations are no longer only in the subalternization, violence and oppression of the black people. In fact, debates and mobilization for the reversal of racial inequalities have been broadened, for example, Affirmative Actions and other policies of inclusion and valorization of the black population in the country. In this direction, studies on black middle-class have become a broad and complex field of investigation to construct tools and practices which help to uncover Brazilian racism and to consolidate strategies to combat it. In this research, we carried out the construction of a field theme that aimed to understand the trajectories of black middle-class university students from UFMG. The articulation between Epistemological-theoretical-methodological elaborations and the use of the narratives of eight black middle-class university students allowed us to recognize a new social imaginary about rising blacks. This breaks with the historical incompatibility between being black and having power to enjoy the goods associated with modernity. These subjects point to the fact that they are, for the most part, the second generation of black middle-class in their families, which has therefore enabled them to have access to a basic education that guarantees entrance into public higher education and to a series of privileges that have allowed them the accumulation to economic and cultural goods. They also denounce how the university has been a space, daily, re-signified by the presence of blacks and antiracist debate from the action of political and cultural movements that reverberate within the walls in public higher education. What is perceived, fundamentally, is that, even with the existence of practices of prejudice and discrimination in the spaces where they are, these young people have been trying to re-signify the values of the Brazilian middle-class, making it broader and more democratic from black references. The university and the middle-class have become for these university students a strategic place of power for action and intervention in order to question whiteness, consumption and elitism as the sole norm of the organization of society.
Subject: Classe média
Brasil Relações raciais
Racismo
Psicologia social
Psicologia
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-APEJBQ
Issue Date: 22-Feb-2017
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado

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