Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AXPHPN
Type: Tese de Doutorado
Title: Variabilidade da frequência cardíaca como preditor de mortalidade na sepse
Authors: Fabio Morato de Castilho
First Advisor: Marcos Roberto de Sousa
First Co-advisor: Antonio Luiz Pinho Ribeiro
metadata.dc.contributor.advisor-co2: Vandack Alencar Nobre Junior
First Referee: Fernando Antonio Botoni
Second Referee: Marco Paulo Tomaz Barbosa
Third Referee: Valdo Jose Dias da Silva
metadata.dc.contributor.referee4: Flávia Ribeiro Machado
Abstract: Introdução: A sepse é uma síndrome com elevada mortalidade e cuja prevalência tem aumentado nas últimas décadas. O papel do sistema nervoso autônomo na fisiopatologia da sepse tem sido cada vez mais estudado. O objetivo deste trabalho é avaliar a Variabilidade de Frequência Cardíaca (VFC) como preditor de mortalidade na sepse através de um estudo de coorte e de uma revisão sistemática. Método: No estudo de coorte prospectivo com pacientes sépticos, o recrutamento de pacientes foi realizado em um CTI de um hospital terciário entre março de 2012 e fevereiro de 2014. Dados clínicos e exames laboratoriais foram coletados na admissão. Cada paciente foi submetido à realização de um Holter de 20-minutos, seguido de um Holter de 24-horas no primeiro dia de seguimento. O desfecho primário foi morte por qualquer causa até 28 dias de seguimento. Na revisão sistemática de estudos sobre VFC como preditor de mortalidade na sepse, a busca foi feita por pesquisadores independentes nas bases de dados PubMed, LILACS e Cochrane, incluindo trabalhos em inglês, português ou espanhol, indexados antes de 20 de agosto de 2017 com pelo menos 10 pacientes. A qualidade dos estudos foi verificada através da escala Newcastle-Ottawa. Para analisar os resultados, os estudos foram divididos entre aqueles que fizeram gravação de curta duração ( 1 hora) e aqueles que realizaram gravações longas ( 24 horas). Resultados: No estudo de coorte, um total de 63 pacientes foram incluídos. Os pacientes foram categorizados em grupo de não-sobreviventes (n=16) e grupo de sobreviventes (n=47), dependendo do desfecho primário. Os pacientes sobreviventes eram mais jovens (48,6 anos vs 63,0 anos), tinham melhor função renal e menores valores nos escores de gravidade (APACHE II e SOFA) comparado com os não-sobreviventes. No Holter de 20-minutos, os parâmetros SDNN, TP, VLF, LF e LF/H dos não-sobreviventes eram significativamente menores que os dos sobreviventes (p 0,001, p = 0,003, p = 0,002, p = 0,006, p = 0,009, respectivamente). Construímos curva ROC para o SDNN, que mostrou área sob a curva de 0,772 (0,638±0,906) para mortalidade. O valor de 17ms foi escolhido como o melhor ponto de corte do SDNN para discriminar sobreviventes e não-sobreviventes. No modelo de COX, ajustada para SOFA e para o APACHE II, o SDNN 17ms estava associado com maior risco de morte, com hazard ratios de 6,3 (1,4±28,0; p = 0,015) e 5,5 (1,2±24,8; p = 0,027), respectivamente. A adição do SDNN dicotômico ao escore SOFA reduziu o Akaike Information Criterion (AIC) ou Critério de Informação de Akaike (um estimador de qualidade do modelo) e aumentou a concordância estatística e o coeficiente de determinação (R2), indicando que o poder preditivo do modelo SDNN + SOFA é melhor do que o poder predito do modelo SOFA isolado. Na revisão sistemática, nove estudos foram incluídos com um total de 536 pacientes. Todos os estudos eram observacionais. A qualidade dos estudos variou entre 4 e 7 estrelas da escala de Newcastle-Ottawa. A taxa de mortalidade dos estudos variou de 8 a 61%. Sete estudos realizaram análise da VFC em gravações de curto período. Com exceção de um estudo que não informava qual grupo tinha os menores valores, todos os outros estudos mostraram redução de parâmetros da VFC no grupo não-sobrevivente em relação ao grupo de pacientes sépticos sobreviventes. SDNN, TP, VLF, LF, LF/H, nLF, á1/á2 e r-MSSD do grupo não-sobrevivente eram reduzidos em relação ao grupo de sobreviventes em pelo menos um estudo. Dois estudos encontraram que o SDNN estava associado a mortalidade na sepse, mesmo após ajuste para possíveis fatores de confusão. Três estudos realizaram análise da VFC utilizando gravações de longa duração. Dentre estes, apenas um estudo encontrou diferença entre sobreviventes e não sobreviventes e, mesmo assim, em apenas um parâmetro da VFC: LogHF. Conclusão: Vários parâmetros da VFC estão reduzidos em pacientes sépticos nãosobreviventes em comparação com os sobreviventes. Em nosso estudo de coorte, o SDNN 17ms mostrou-se um fator de risco para morte em pacientes sépticos, mesmo após ajuste para escores de gravidade. Na revisão sistemática, o SDNN apareceu associado de maneira independente à mortalidade na sepse em dois estudos. Esses achados sugerem que o SDNN seja um parâmetro útil como preditor de mortalidade na sepse.
Abstract: Introduction: Sepsis is a severe medical condition with increasing prevalence and high mortality. The role of the autonomic nervous system in the pathophysiology of sepsis has been increasingly researched. The objective of this study is to evaluate the heart rate variability (HRV) as a predictor of mortality in septic patients through a cohort study and a systematic review. Methods: In the prospective cohort of patients diagnosed with sepsis, patient recruitment was carried out at ICU in a tertiary university hospital between March 2012 and February 2014. Clinical data and laboratory exams were collected at admission. Each patient underwent a 20-minute Holter and a 24-hour Holter on the first day of enrollment. The primary outcome was the 28-day all-cause mortality. In the systematic review of studies evaluating HRV as a predictor of death in patients with sepsis, the search for articles was performed by independent researchers in PubMed, LILACS and Cochrane, including papers in English, Portuguese or Spanish, indexed until August 20th, 2017 with at least 10 patients. Study quality was assessed by the Newcastle-Ottawa Scale. To analyze the results, we divided the articles between those who measured HRV for short-term recordings ( 1 hour), and those who did longterm recordings ( 24 hours). Results: In the cohort study, a total of 63 patients were included. Patients were categorized into nonsurvivor group (n = 16) or survivor group (n = 47) depending on this endpoint. Survivors were younger (48.6 years vs. 63.0 years), had better renal function and lower values in severity scores (APACHE II and SOFA) compared to nonsurvivors. In the 20-minute Holter, SDNN, TP, VLF, LF and LF/H of nonsurvivors were significantly lower than those of survivors (p 0.001, p = 0.003, p = 0.002, p = 0.006, p = 0.009 respectively). ROC curve of SDNN was built, showing area under the curve of 0.772 (0.638±0.906) for mortality prediction. The value of 17ms was chosen as the best SDNN cutoff point to discriminate survivors and nonsurvivors. In the Cox proportional regression, adjusted for SOFA score and for APACHE II, a SDNN 17ms was associated with a greater risk of death, with hazard ratios of 6.3 (1.4± 28.0; p = 0.015) and 5.5 (1.2±24.8; p = 0.027), respectively. The addition of the dichotomized SDNN to the SOFA model reduced AIC and increased the concordance statistic and the R2, indicating that predictive power of the SDNN + SOFA model is better than predictive power of SOFA only. In the systematic review, nine studies were included with a total of 536 patients. All of them were observational studies. Studies´ quality varied from 4 to 7 stars in NewcastleOttawa Scale. The mortality rate in studies ranged from 8 to 61%. Seven studies performed HRV analysis in short-term recordings. With the exception of one study that did not explain which group had the lowest results, all other studies showed reduction of several HRV parameters in the non-survivors in relation to the surviving septic patients. SDNN, TP, VLF, LF, LF/H, nLF, á1/á2 and r-MSSD of the non-survivor group were reduced in relation to the survivors in at least one study. Two studies found that SDNN is associated with mortality in sepsis, even after adjusting for possible confounding factors. Three studies performed HRV analysis using long-term recordings. Only one of these studies found difference between surviving and non-surviving groups, and even so, in only one HRV parameter: LogHF. Conclusions: Several HRV parameters are reduced in nonsurviving septic patients. In our cohort study, SDNN 17 ms appeared as a risk factor for death in septic patients, even after adjusting for severity scores. In the systematic review, SDNN seems to be independently associated with mortality in sepsis in two studies. These findings make SDNN emerge as the most useful HRV parameter to predict mortality in septic patients.
Subject: Sepse
Frequência cardíaca
Prognóstico
Mortalidade
Medicina
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AXPHPN
Issue Date: 24-Nov-2017
Appears in Collections:Teses de Doutorado

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
tese_f_bio_morato_de_castilho.pdf7.15 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.