Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8U4KAK
Type: Tese de Doutorado
Title: A clínica psicanalítica com crianças: da adaptação à solução em referência ao sintoma
Authors: Maria Glaucia Pires Calzavara
First Advisor: Margarida Maria Elia Assad
First Referee: Ilka Franco Ferrari
Second Referee: Margareth Pires do Couto
Third Referee: Raquel Martins de Assis
Abstract: A ideia principal deste estudo consiste em destacar as transformações pelas quais passou a clínica psicanalítica com crianças a partir da orientação lacaniana, que enfatiza o sintoma e sua relação com a dimensão pulsional, em detrimento da adaptação ao social. Considera-se que a perspectiva adaptacionista da clínica com crianças é um desvio promovido por algumas inflexões conceituais, sobretudo a postulação freudiana da pulsão de morte em 1920. Assim, buscou-se demonstrar que o recurso à adaptação priorizado pelas psicanalistas de crianças que se destacavam no movimento psicanalítico Anna Freud e Melanie Klein nesta época, conduziu à desconsideração da dimensão pulsional do sintoma. Na prática clínica com crianças, ocorre, assim, segundo estas autoras, um afastamento da clínica do sintoma como produção do inconsciente, visando à minimização daquilo que, na criança, caminha na contramão da educação e do projeto social. A partir da leitura das produções teóricas das duas psicanalistas de crianças pode-se destacar a perspectiva terapêutica que se encaminha para a adaptação ao social. Anna Freud propõe uma clínica essencialmente voltada para um viés pedagógico. Melanie Klein, por sua vez, ancora inicialmente, sua prática, nos fundamentos psicanalíticos freudianos e, depois, formula sua própria teoria. No primeiro momento de seus trabalhos, é possível isolar algumas considerações daquilo que se propõe, neste estudo, como adaptação do sintoma. Não se desconhece que, mais tarde, a dimensão pulsional foi privilegiada por Melanie Klein, porém suas primeiras formulações não deixaram de influenciar aqueles que praticavam o tratamento clínico psicanalítico com crianças até os dias de hoje. Além disso, no segundo momento da contribuição de Melanie Klein, o arcabouço teórico, baseado na teoria de objeto com ênfase em sua completude, parece velar a importância da teoria das pulsões. Por último, este trabalho busca mostrar que a orientação lacaniana, promovida pelos alunos de Jacques Lacan nos anos de 1960, reintroduz efetivamente a articulação do sintoma à pulsão. O aforismo preconizado por Robert e Rosine Lefort, segundo os quais a criança é um analisante em plenos direitos, é o que mobilizou uma mudança radical na clínica com crianças em que a adaptação não tem mais lugar. A referência ao sintoma nessa clínica se apresenta como solução para o sujeito, cuja manifestação se impõe como condição da clínica psicanalítica: trata-se de interrogá-lo para se chegar ao particular de cada sujeito. A partir de então, é o sintoma como solução que se transforma em qualquer forma de adaptação
Abstract: The main idea of this study is to highlight the transformations that came to psychoanalytic practice with children from the Lacans orientation, which emphasizes the symptom and its relation to the instinctual dimension at the expense of social adaptation. It is considered that the adaptationist perspective of the clinic with children is a deviation promoted by some conceptual inflections, especially Freuds postulation of death instinct in 1920. Thus, we attempted to demonstrate that the use of adaptation, prioritized by the children psychoanalysts, who stood in the psychoanalytic movement, Anna Freud and Melanie Klein, at that time, led to disregard the instinctual dimension of the symptom. In clinical practice with children, according to these authors, there is a removal from the clinical symptoms as a production of the unconscious, in order to minimize what, in the child, was going in the opposite direction of education and the social project. From the reading of the productions of the two theoretical psychoanalysts of children it is possible to highlight the therapeutic approach that is headed for the social adaptation. Anna Freud proposes a clinic essentially focused on an educational bias. Melanie Klein, in turn, initially anchors its practice in Freuds psychoanalytic foundations, and then formulates her own theory. At first, in her work, it is possible to isolate some considerations of what is proposed in this study as an adaptation of the symptom. It is known that, later, the instinctual dimension was privileged by Melanie Klein. But her early formulations did not fail to influence those who practice clinical psychoanalytic treatment with children up to the present day. Moreover, in the second stage of Melanie Kleins contribution, the theoretical framework, based on the theory of object with emphasis on completeness, seems to hide the importance of the theory of instincts. Finally, this paper tries to show that Lacans orientation, organized by the Jacques Lacans students in the 1960s, reintroduces effectively the articulation of the symptom to the instinct. The aphorism recommended by Robert and Rosine Lefort, according to which the child is an analyser in full rights, is what mobilized a radical change in clinical practice with children in which the adjustment has no more room. The reference to the symptom in this clinic presents itself as a solution to the person, whose manifestation is imposed as a condition of psychoanalytic practice: it is about to interrogate him or her to get to the inside of each person. Since then, it is the symptom as a solution that transforms itself in any form of adaptation
Subject: Psicanalise infantil   
Educação
Adaptabilidade (Psicologia)
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8U4KAK
Issue Date: 27-Feb-2012
Appears in Collections:Teses de Doutorado

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
tese_inteira.pdf594.12 kBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.