Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8U4KSR
Tipo: Dissertação de Mestrado
Título: Transmissão de força miofascial do músculo grande dorsal para o glúteo máximo contralateral: uma investigação in vivo
Autor(es): Viviane Otoni Carvalhais
Primeiro Orientador: Sergio Teixeira da Fonseca
Primeiro membro da banca : Paula Lanna Pereira da Silva
Segundo membro da banca: Mauro Heleno Chagas
Resumo: Introdução: Estudos evidenciam que a tensão produzida em um músculo pode ser transferida para estruturas anatomicamente distantes através da rede de tecido conectivo presente no corpo humano. A extensa conexão dos músculos grande dorsal (GD) e glúteo máximo (GM) com a fáscia toracolombar (FTL) e a orientação oblíqua de suas fibras sugerem a ocorrência de transmissão de força entre esses músculos. No entanto, as investigações sobre a transferência de força do GD ou do GM para a FTL foram realizadas em cadáveres, o que limita a generalização dos resultados para contextos in vivo. Uma possibilidade para evidenciar a transmissão de força miofascial do GD para o GM in vivo seria determinar se a tensão produzida no GD é capaz de modificar as propriedades passivas do quadril contralateral, tal como a posição de repouso (PR) e a rigidez passiva dessa articulação. Objetivo: Investigar se o tensionamento passivo ou ativo do GD é capaz de modificar a PR e a rigidez passiva do quadril contralateral de indivíduos saudáveis. Materiais e método: Um estudo quasi-experimental foi realizado com 37 voluntários de ambos os sexos, com média de idade de 24,92 ± 3,21 anos. Os participantes foram submetidos à avaliação do torque passivo de resistência do quadril durante o movimento de rotação medial utilizando um dinamômetro isocinético. Essa medida foi realizada em três condições de teste: 1) Controle; 2) Tensionamento passivo do GD e 3) Tensionamento ativo do GD. Durante a avaliação do torque passivo de resistência do quadril, eletromiografia foi utilizada para monitorar a atividade dos músculos do quadril e do GD em todas as condições de teste. A PR e a rigidez passiva do quadril foram as variáveis dependentes obtidas a partir do teste realizado no dinamômetro isocinético. Análises de variância para medidas repetidas foram realizadas para investigar se o tensionamento passivo ou ativo do GD foi capaz de modificar as propriedades passivas do quadril contralateral. Um nível de significância de 0,05 foi estabelecido para todas as análises. Resultados: O tensionamento passivo do GD modificou a PR do quadril na direção da rotação lateral (p = 0,009). Esse resultado demonstrou que a tensão adicional recebida pelo GM após o alongamento do GD foi suficiente para que o GM produzisse um maior torque de resistência ao movimento de rotação medial do quadril em cada posição articular. No entanto, o alongamento do GD não modificou significativamente a rigidez passiva do quadril (p > 0,05). O tensionamento ativo do GD também deslocou a PR do quadril na direção da rotação lateral (p < 0,001). Além disso, essa condição resultou em aumento da rigidez passiva do quadril (p 0,004), ou seja, a contração do GD aumentou a taxa de mudança do torque de resistência ao deslocamento angular do quadril. Conclusão: A manipulação de tensão no GD modificou as propriedades passivas do quadril contralateral, o que evidencia a ocorrência de transmissão de força do GD para o GM via FTL in vivo. Os resultados do presente estudo sugerem que parte da tensão produzida em alongamentos ou contrações musculares é capaz de propagar-se ao longo do tecido conectivo fascial, influenciando o comportamento mecânico de estruturas anatomicamente distantes
Abstract: Introduction: Studies have demonstrated that the tension produced by a muscle can be transferred to anatomically distant structures through the connective tissue network of the human body. The extensive connection of latissimus dorsi (LD) and gluteus maximus (GM) muscles to thoracolumbar fascia (TLF) and the oblique orientation of their fibers suggest the occurrence of myofascial force transmission between these muscles. However, studies about force transference from LD or GM to TLF were performed in cadavers. This fact limits the generalization of results for in vivo contexts. One way to show myofascial force transmission from LD to GM in vivo could be the investigation if the tension produced in LD is able to modify the passive behavior of the contralateral hip, such as resting position (RP) and passive stiffness of this joint. Objective: To investigate whether passive or active tensioning of LD are able to change the RP and the passive stiffness of the contralateral hip in healthy subjects. Materials and method: A quasi-experimental study was conducted with 37 volunteers of both sexes, with mean age of 24.92 ± 3.21 years. The participants underwent assessment of hip passive resistance torque during medial rotation motion using an isokinetic dynamometer. This measure was carried out in three test conditions: 1) Control; 2) LD passive tensioning and 3) LD active tensioning. During the measurement of hip passive resistance torque, electromyography was used to monitor the activity of hip muscles and LD in all test conditions. Hip RP and passive stiffness were the dependent variables obtained from the test performed on isokinetic dynamometer. Repeated measures analyses of variance were performed to investigate whether LD passive or active tensioning were able to modify the passive behavior of the contralateral hip. Significance level was set at 0.05 for all analyses. Results: LD passive tensioning shifted the hip RP toward lateral rotation (p = 0.009). This result demonstrated that the additional tension received by GM after LD stretching was enough to make the GM to resist hip medial rotation with higher torque at each joint position. However, LD stretching did not change significantly hip passive stiffness (p > 0.05). LD active tensioning also shifted the RP toward lateral rotation (p < 0.001). Furthermore, this condition resulted in increase of passive stiffness (p 0.004), i.e. LD contraction increased the rate of change in the resistance torque to hip angular displacement. Conclusion: The manipulation of LD tension modified the passive behavior of the contralateral hip, which supports the existence of myofascial force transmission from LD to GM via TLF in vivo. The results of the present study suggest that part of the tension produced during stretching or contraction of muscles is capable to propagate along the fascial connective tissue and affect the mechanical behavior of anatomically distant structures
Assunto: Fisioterapia
Músculos
Sistema musculoesquelético
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8U4KSR
Data do documento: 2-Mar-2012
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