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Tipo: Tese de Doutorado
Título: Fragilidade em idosos comunitários: um estudo de coorte
Autor(es): Mariana Asmar Alencar
primer Tutor: Joao Marcos Domingues Dias
primer Co-tutor: Rosangela Correa Dias
primer miembro del tribunal : Adriana Neto Parentoni
Segundo miembro del tribunal: Leani Souza Maximo Pereira
Tercer miembro del tribunal: Ricardo Oliveira Guerra
Cuarto miembro del tribunal: Álvaro Campos Cavalcanti Maciel
Resumen: A fragilidade é caracterizada como um estado aumentado de vulnerabilidade resultante de um declínio das reservas fisiológicas, desregulação dos múltiplos sistemas e limitada capacidade de manter a homeostase. Ela tem sido associada a um risco aumentado de queda, declínio cognitivo e funcional, institucionalização, hospitalização e morte entre os idosos. Entretanto, a pesar da associação entre a fragilidade e ocorrência de desfechos adversos, a fragilidade não parece ser um estado irreversível e, certamente, não é uma trajetória inevitável para a morte. Portanto, compreender melhor a relação dinâmica entre fragilidade e mudanças longitudinais é de considerável interesse para a assistência clinica e para a saúde pública, uma vez que auxiliará na adoção de medidas que resultarão em uma melhora do cuidado com a saúde do idoso. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a fragilidade em idosos comunitários atendidos em um centro de referência ao atendimento do idoso e identificar as transições entre os estados de fragilidade e os riscos de desfechos adversos em um período de 12 meses. Este estudo foi uma coorte com duas ondas de inquérito, uma na linha de base e outra após 12 meses. Foi utilizada uma amostra probabilística, composta por 207 idosos, com 65 anos ou mais, com ou sem alteração cognitiva, que residiam na comunidade e eram assistidos no Instituto Jenny Faria de Atenção à Saúde do Idoso do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Foram avaliadas as características sócio-demográficas, fragilidade, função cognitiva, estado nutricional, condições médicas, capacidade funcional e a ocorrência, em 12 meses, dos desfechos queda, declínio cognitivo, ficar acamado no domicílio, hospitalização e morte. O critério adotado para identificar a fragilidade foi o proposto por Fried e colaboradores, no qual a fragilidade é definida com base na presença da perda de peso não intencional, exaustão, baixo nível de atividade física, fraqueza muscular e lentidão na marcha. A presença de três ou mais destas características classifica o idoso como frágil, uma ou duas como pré-frágil e nenhuma como não frágil. Foram realizadas análises descritivas, univariadas e multivariadas. Foi considerado o nível de significância de =0,05. Do total de 207 idosos avaliados na linha de base, 47 (22,7%) foram classificados como não frágeis, 112 (54,1%) como pré-frágeis e 48 (23,2%) como frágeis. Os idosos classificados como frágeis eram mais velhos, tinham menor nível educacional, menores índices de massa corporal, menores escores do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e realizavam menos atividades instrumentais de vida diária e atividades avançadas de vida diária (AAVD) quando comparados aos pré-frágeis ou não frágeis. Além disso, apresentavam com maior frequência alteração cognitiva, triagem positiva para depressão, problema para dormir, perda de apetite e dependência nas atividades básicas de vida diária. Durante o seguimento desta coorte, 88% (n=182) dos idosos concluíram o acompanhamento, 5,8% (n=12) morreram e 6,2% (n=13) foram perdidos. Do total de idosos reavaliados, 36,8% (n=67) transitou entre os estados de fragilidade em um período de 12 meses, estas transições ocorreram tanto no sentido de piora (24,2%; n=44) quanto no sentido de melhora (12,6%; n=23) da fragilidade. As variáveis identificadas como preditores de piora da fragilidade em 12 meses foram história de câncer, incontinência urinária e reduções na capacidade de realizar as AAVD. Idosos frágeis na linha de base apresentaram, aproximadamente, em 12 meses um risco cinco vezes maior de morrer ou de declinar a função cognitiva (declínio pontuação do MEEM), três vezes maior de ficar acamado no domicílio e duas vezes de ser hospitalizado ou de cair quando comparado aos não frágeis ou pré-frágeis. Concluindo, o presente estudo de coorte verificou que mesmo em um período mais curto de tempo (12 meses) a fragilidade é um processo dinâmico com transições nas duas direções (melhora e piora) e pode colocar o idoso em risco aumentado de ocorrência de desfechos adversos. Portanto, o desenvolvimento e a avaliação de intervenções destinadas à prevenção ou melhora da fragilidade devem ser priorizadas nas pesquisas de fragilidade.
Abstract: Frailty is characterized as a state of increased vulnerability resulting from decreased physiological reserves, multi-system dysregulation and limited capacity to maintain homeostasis. It is generally associated with a greater risk of fall, cognitive and functional decline, nursing home admission, hospitalization, and death. However, despite the association between frailty and adverse outcomes, frailty seems not to be an irreversible process and is certainly not an inevitable trajectory to death. Therefore, a better understanding of the relationship between frailty and longitudinal changes is of considerable interest for clinical assistance and public health, once it can help in adoption of interventions that result in an improvement of elderly health care. The aim of the present study was to assess frailty of community-dwelling elderly and identify transition between states and the risk of adverse outcome over a 12-month. This study was a cohort with two waves of interviews, one at baseline and other after 12 months. A random sample, with 207 community-dwelling elderly individuals aged 65 years or older with or without cognitive impairment, assisted in Jenny Faria Institute of elderly health care of the Federal University of Minas Gerais General Hospital was used. Were assessed socio-demographic characteristics, frailty, cognitive function, nutritional status, medical conditions, physical function and the occurrence, over 12 months, of adverse outcomes such as fall, cognitive decline, stay at home in bed, hospitalization and death. Frailty was assessed using the criteria developed by Fried and colleagues, in which frailty was defined as having weight loss, exhaustion, low activity level, weakness and gait slowness. Participants meeting three or more criteria were classified as frail; those meeting one or two criteria were classified as pre-frail and those meeting none were considered non-frail. Descriptive, univariate and multivariate analysis was used. The level of significance was set to 0.05. Among the 207 participants evaluated at baseline, 47 (22.7%) were non-frail, 112 (54.1%) pre-frail and 48 (23.2%) frail. Frail elderly were older, had a lower level of education, lower body mass index, lower score of Mini Mental State Examination (MMSE) and performed less instrumental activities of daily living and advanced activities of daily living (AADL) when compared to pre-frail or non-frail. Besides, frail elderly had more frequency of cognitive impairment, positive screening for depression, sleep problems, loss of appetite and dependence on basic activities of daily living. During this cohort, 88% (n=182) of elderly individual completed the follow up, 5.8% (n=12) died and 6.2% (n=13) were lost to follow up. Among the total of reevaluated elderly, 36.8% (n=67) of the participants made transitions between states of frailty in the 12-month period, which occurred in both directions of worsening frailty (24.2%; n=44) and of improving (12.6%; n=23) frailty status. The variables identified as predictors of worsened frailty over the 12-month period were history of cancer, urinary incontinence and reductions on capacity of performing AADL. Frail elderly at baseline were with a 5-fold greater risk of die or decrease cognitive function (MMSE score decline), 3-fold greater risk of staying at home in bed and 2-fold greater risk of hospitalization or fallen than those who were non-frail or pre-frail over 12 month period. In conclusion, the present cohort study verifies that even within a short period of time (12 months) frailty is a dynamic process with transitions in both directions (worsening and improvement) and place elderly people in an increased risk of adverse outcomes. Therefore, the development and evaluation of interventions designed to prevent or ameliorate frailty should remain one the top priorities in frailty research.
Asunto: Idosos
Transição epidemiológica
Capacidade motora
Epidemiologia
Idoso fragilizado
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Institución: UFMG
Tipo de acceso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-962GWL
Fecha del documento: 26-abr-2012
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