Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-96FJQZ
Tipo: Dissertação de Mestrado
Título: De primeira viagem: significados e vivências da paternidade para pais de diferentes gerações
Autor(es): Gabriela Teixeira Vieira
Primeiro Orientador: Adriano Roberto Afonso do Nascimento
Primeiro membro da banca : Maria de Fatima de Souza Santos
Segundo membro da banca: Erika Lourenco
Resumo: A partir da década de 80 vem ocorrendo uma maior preocupação do meio acadêmico em abordar a participação masculina na vida doméstica e esses estudos vêm se ampliando no Brasil e no exterior. Atualmente, busca-se compreender através da escuta direta dos pais suas vivências, sentimentos e práticas e também, através da pesquisa com outros atores envolvidos com a temática, como a sociedade favorece ou dificulta o exercício da paternidade no cotidiano. Partindo da hipótese de que os significados e vivências da paternidade se apresentam de maneiras distintas para as diferentes gerações, a presente pesquisa teve como objetivo descrever e analisar como homens de diferentes gerações compreendem e vivenciam o nascimento do primeiro filho e integram aspectos relativos à paternidade a sua identidade. Para tanto, foram entrevistados 14 sujeitos, entre 20 e 50 anos, todos pais do primeiro filho, com idade entre 2 a 7 meses, vivendo com a mãe da criança esposa/companheira), residentes da região metropolitana de Belo Horizonte/MG. As entrevistas foram realizadas através de um roteiro semi-estruturado e transcritas integralmente. As informações coletadas nas entrevistas foram submetidos a Analise de Conteúdo Temática, com o auxílio do software NVivo 7. Os resultados foram analisados tendo como base a Teoria da Identidade Social de Henri Tajfel e os trabalhos sobre paternidade desenvolvidos nas últimas décadas. A definição central da paternidade, analisando a totalidade dos resultados, parece ser ser responsável, que perpassa o discurso dos pais em vários momentos das entrevistas. A essa definição se vinculam uma série de outros variados sentidos, calcados em modelos que vão das noções/modelos mais tradicionais de pai aos mais recentes. Sendo assim, os entrevistados consideram de modo geral que ser pai é um ato de responsabilidade, tanto pela educação/criação dos filhos, como pelo sustento, pelos cuidados e proteção dos mesmos e que um bom pai é aquele que dá amor e carinho e esta presente. É também a partir da noção de responsabilidade que os entrevistados se diferenciam daqueles que não são pais e enfatizam em seu discurso aspectos que os coloquem em um patamar superior a suas referências paternas no que diz respeito à responsabilidade, afeto e presença. As mudanças sociais não surgem como forma de substituição dos valores antigos pelos novos; o que ocorre é uma ampliação dos valores e ressignificação dos mesmos. Coexistem em nossa sociedade diversos modelos e práticas, consonantes com valores e significados tradicionais e contemporâneos. A análise dos dados nos mostra que embora haja um compartilhamento dos significados da paternidade, o fator geracional relaciona-se diretamente à variação nas atividades cotidianas dirigidas ao(à) filho(a), não havendo, entretanto, um maior grau de participação diretamente vinculado à menor idade dos pais. Os pais de 30 a 39 anos se mostraram mais participativos, realizando um maior leque de atividades e mais satisfeitos do que os mais novos, o que pode ter a ver com o fato de terem nascido e vivido a sua juventude no momento em que os valores igualitários estavam emergindo e se dissipando pela sociedade e com as condições de trabalho dos mesmos e de suas esposas/companheiras, o planejamento da gravidez e as expectativas pessoais e sociais. Esses são aspectos que parecem influenciar significativamente a vivência da paternidade nas diversas idades.
Abstract: Since the 80's there has been a major concern in academic context in approaching men's participation in domestic life and these studies have been expanding in Brazil and other countries. Nowadays researches seek to listen directly fathers, in order to comprehend their experiences, feelings and practices and, through research with other actors involved with the theme, how the society promotes or difficult the exercise of parenting in everyday life. Under the hypothesis that the meanings and experiences of parenting are presented in different ways for different generations, the present study aimed to describe and analyze how men of different generations understand and experience the birth of first child and integrate aspects of paternity in their identity. For this purpose, 14 man aged between 20 and 50 years were interviewed, all parents of their first child, aged 2 to 7 months. All of them lived with their child's mother (wife/partner), in the metropolitan area of Belo Horizonte/MG. Semi-structured interviews were conducted and transcribed. The collected information was submitted to Thematic Content Analysis, with the support of a software, NVivo 7. The results were analyzed based on the Social Identity Theory of Henri Tajfel and on fatherhoods studies developed in recent decades. The central definition of fatherhood, analyzing all the results, seems to be "be responsible", which runs through the discourse of parents at many moments in the interviews. Other meanings, based on models that range from traditional to recent notions are linked to this definition. Thus, respondents generally consider that being a parent is an act of responsibility, for education/child rearing, for providing economic support, care and protection. They also consider that a good father is someone who "give love and affection" and "is present". It is also based on the notion of responsibility that the respondents differ themselves from those who are not parents and emphasize aspects in their discourse that put them in a higher level compared with other parents, in regard to responsibility, affection and presence. Social changes do not emerge as a way of replacing the old values by new ones, but there is an addition of new values and the old ones can be reframed. Coexist in our society different models and practices, aligned with traditional and recent values and meanings. The analysis of the collected information shows that although there is a sharing of the meanings of fatherhood, the generational factor is directly related to the variation in daily activities directed at their son/daughter, without having, however, a greater degree of participation directly linked to the younger age of fathers. Parents aged between 30 and 39 were more participative, engaged in a wider range of activities and more satisfied than the younger ones, which may be considered related to the fact that they were born and lived his youth at a time when equality values were emerging and spreading through the society. Besides that, working conditions of the interviewed fathers and their wives/partners, plans about the pregnancy and personal and social expectations seems to influence significatively the experience of fatherhood at different ages.
Assunto: Identidade social
Identidade
Psicologia
Paternidade
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-96FJQZ
Data do documento: 29-Ago-2011
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