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Type: Dissertação de Mestrado
Title: Implicações de profissionais de saúde no processo de vacinação em duas unidades básicas de Belo Horizonte
Authors: Annelisa Santos Lages
First Advisor: Elisabeth Barbosa Franca
First Co-advisor: Maria Imaculada de Fatima Freitas
Abstract: Objetivos: Avaliar o processo de vacinação em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Belo Horizonte, Minas Gerais, discutindo a implicação dos profissionais de saúde nesse processo, tendo como fio condutor a cobertura da vacina contra a hepatite B. Conforme estruturação do trabalho em artigo científico os objetivos específicos foram: compreender a implicação dos profissionais nas seguintes atividades do processo de vacinação em duas UBS do município de Belo Horizonte: avaliação do cartão de vacina, orientação dos pais ou responsáveis, busca ativa, monitoração da cobertura vacinal; identificar representações dos profissionais sobre: atividades de vacinação realizadas na UBS, calendário de vacinação infantil, vacina contra a hepatite B e modos de agir de pais e responsáveis; conhecer os modos de implicação dos profissionais no processo de vacinação e cobertura vacinal na área de abrangência da UBS. (Artigo 1).Metodologia: Este é um estudo qualitativo, que utiliza as noções da Teoria das Representações Sociais (TRS) e o método de Análise Estrutural de Narração para realizar a interpretação das entrevistas. A primeira fase do trabalho de campo foi determinar o distrito sanitário e selecionar as UBS nos quais seria realizada a coleta de dados. Foram escolhidas duas UBS situadas no município de Belo Horizonte. Para isso, foram utilizados os mesmos critérios para definição da instância regional e local: cobertura vacinal abaixo do preconizado pelo PNI para o controle da hepatite B (95%) e análise de série histórica sobre a cobertura vacinal dos respectivos serviços. O distrito sanitário (intitulado A) e as duas UBS (intituladas 1 e 2) apresentaram a menor cobertura vacinal contra hepatite B, em 2010 e por isso foram selecionados para o presente estudo. Com exceção daqueles que estavam de licença médica, férias ou se recusaram a participar, foram entrevistados todos os gerentes, médicos e enfermeiros das duas UBS, além do responsável pela sala de vacinação em cada uma (indicados pelos gerentes das unidades). A coleta de dados foi guiada por roteiro com questões indiretas sobre a vacina contra hepatite B, a cobertura vacinal e o uso do cartão de vacina, solicitando aos profissionais que falassem sobre a atividade de vacinação no seu serviço e o que pensavam sobre essas atividades. As entrevistas foram registradas em gravador de áudio, transcritas literalmente e interpretadas a partir da Análise Estrutural da Narrativa, em três passos: Leitura Vertical, Leitura Horizontal e Leitura Transversal.Resultados: Foram entrevistados 26 profissionais de saúde, entre os quais vinte (77%) são enfermeiros e médicos generalistas integrantes de ESF: doze (46%) e oito (32%), respectivamente. Os demais profissionais são enfermeiros de apoio (2), técnicos de enfermagem (2) e pediatras (4), que representam, respectivamente, 8% para cada categoria de enfermagem e 16% para os pediatras. Na análise das entrevistas, verificouse que os profissionais de saúde têm representações que podem ser agrupadas em quatro categorias referentes ao processo de vacinação e aos demais aspectos nele envolvidos: 1) monitoração individual da vacinação: cartão de vacina, 2) monitoração coletiva da vacinação: cobertura vacinal, 3) reflexão sobre a baixa cobertura da vacina contra a hepatite B e 4) a importância da vacina contra a hepatite B e calendário vacinal. Na primeira categoria, a monitoração aparece nas narrativas como uma atividade realizada nos respectivos serviços, no entanto, a análise das falas explicita disjunções, com afirmativas que negam essa prática. Além disso, o uso do cartão de vacina como instrumento de informação para o trabalho não é majoritário; assim, a busca ativa adquiriu uma representação de estratégia pouco importante na vigilância à saúde. Na segunda categoria, observa-se que o monitoramento da cobertura vacinal, assim como o fluxo das informações acerca de tal valor, ocorre de maneira deficitária nas UBS. Isso propicia o desconhecimento dos profissionais sobre a baixa cobertura vacinal alcançada pela UBS em que trabalham. A terceira categoria, que trata das possíveis causas da baixa cobertura vacinal contra hepatite B, os profissionais apresentaram opiniões diversas, citando, entre outros, falta de informação e orientação ou descaso das mães; problemas sociais; esquema prolongado. As representações dos entrevistados sobre a importância da vacina contra a hepatite B, a quarta categoria estudada, estão fundadas em informações científicas e relacionadas à evitabilidade de adoecimento futuro, sem, no entanto, referirem-se à transmissibilidade do vírus e consequente importância para a saúde coletiva.Conclusão: A avaliação do processo de vacinação das UBS apontou falhas nas atividades de monitoração do cartão de vacina, orientação dos pais/responsáveis, busca ativa e monitoração da cobertura vacinal. Há diferenças no processo de trabalho em relação à prática de monitoração do cartão de vacinação; a observação fragmentada favorece a perda de oportunidade de vacinação e o acúmulo de susceptíveis na comunidade. A atividade de busca como uma estratégia pouco valorizada pelos profissionais gera lacunas no que deveria ser um sistema de captação dos faltosos à vacinação, além de desestimular os profissionais responsáveis pelo preenchimento do cartão espelho, uma vez que esses são pouco utilizados. A ausência de monitoração da CV nas UBS favorece o desconhecimento dos profissionais sobre a situação vacinal das crianças e dificulta o planejamento das ações em saúde. Estimular e sensibilizar os profissionais de saúde quanto às informações geradas na sala de vacina e pelos ACS, bem como às possibilidades de sua utilização, são ações necessárias para a mudança das representações que contribuem para as falhas no processo. Além disso, estratégias de monitoração de todas as crianças da área de abrangência podem ser fortalecidas, além daquelas existentes junto às clínicas privadas. De maneira geral, os resultados mostraram que os profissionais de saúde das UBS estudadas, no que tange à vacinação, executam suas atividades com representações centrais focadas na saúde do indivíduo em detrimento da saúde coletiva. Porém e apesar das falhas apontadas no processo de vacinação de tais unidades, pode-se considerar que a implicação dos profissionais de saúde é, obviamente, existente, mas carece de reformulações, tanto de si mesmos como da organização e gestão do processo de trabalho, com maior investimento no que se refere ao acompanhamento e à atualização dos cartões de vacinação das crianças.
Abstract: Objective: Evaluating the process of vaccination in two Basic Health Units (UBS) in the city of Belo Horizonte, Minas Gerais, discussing the implication of health professionals in this process, using the vaccination coverage against hepatitis b as a guide. As the structuring of work in a scientific article the specific objectives were: to understand the implication of professionals in the following activities in the process of vaccination in two of the UBS city of Belo Horizonte: professionals' performance during the consultations, active search, monitoring of vaccination coverage, identify representations professionals on: immunization activities conducted in UBS, childhood vaccination schedule, vaccine against hepatitis B and modes of action of parents and caretakers/guardians know the modes of involvement of professionals in the process of vaccination and vaccination coverage in the area of the Unit Basic Health (Article 1).Methods: It is a qualitative study, using notions of social representations theory and method of Structural Analysis of Narrative to carry out the interviews. The first phase of field work was to determine the health district and select the UBS, which was developed in the collection. Were chosen, two UBS located in the city of Belo Horizonte. For this was used the same criterion to define the instance corresponding to the regional and local coverage below recommended by PNI to control hepatitis B (95%), and time series analysis on the coverage of their services. The health district entitled A, as well as two selected UBS, titled 1 and 2, had the lowest vaccine coverage against hepatitis B in 2010. We interviewed all managers, doctors and nurses from both UBS, except those who were on sick leave, vacation or refused to participate, and the responsible for the vaccination room at each UBS, following a recommendation from the unit manager. Data collection was guided by a script with indirect questions about the vaccine against hepatitis B, vaccination coverage and vaccine card use and requesting professionals to talk about the situation in their service and what they thought about these activities. The interviews were recorded on audio recorder, transcribed verbatim and interpreted using the Structural Analysis of Narrative in three steps: Vertical Reading, Horizontal Reading and Cross Reading.Results: We interviewed 26 health professionals, including twenty (77%) nurses and general practitioners are members of ESF: Twelve (46%) and eight (32%), respectively. The other professionals are nurses support (2), nursing technicians (2) and pediatricians (4), which represent, respectively, 8% for each category of nursing and 16% for pediatricians. In analyzing the interviews, it was found that health professionals have representations that can be grouped into four categories related to the vaccination process and other aspects involved in it: 1) individual monitoring of vaccination: vaccination card, 2) monitoring of collective vaccination: vaccination coverage, 3) reflection on the low vaccine coverage against hepatitis b and 4) the importance of hepatitis B vaccine and vaccination schedule. In the first category, the monitor appears in narrative as an activity carried out within their departments, however, the analysis of the speeches explicit disjunctions, with assertions that deny this practice. In addition, the use of vaccination card information as a tool for the job is not a majority, so the active search strategy acquired a representation of some important health surveillance. In the second category, it is observed that the monitoring of vaccination coverage, as well as the flow of information about such value is so deficient in UBS. This provides the lack of professionals on the low vaccine coverage by UBS in which they work. The third category, which addresses the possible causes of low vaccination coverage against hepatitis B, the professionals had different opinions, citing, among others, lack of information and guidance or neglect of mothers; social problems; scheme extended. The representations of the respondents on the importance of the vaccine against hepatitis B, the fourth category studied, are based on scientific information and avoidable illness related to the future, without, however, refer to the transmissibility of the virus and the consequent importance to health conference.Conclusions: The evaluation of the vaccination of UBS pointed out flaws in the monitoring activities of the vaccination card, orientation of the parents / active search and monitoring of vaccination coverage. There are differences in the work process in relation to the practice of monitoring the vaccination card; fragmented observation favors the loss of opportunity for vaccination and the accumulation of susceptible community. The orientation of the parents / guardians who attend the UBS study does not present such a finding consistent with the discourse of professional and does not diminish the ignorance and fear of parents / guardians in relation to an activity that depends on their consent to be performed. The search activity as a strategy undervalued by professionals creates gaps in what should be a collection system for missing vaccination, and discourages professional completing the card mirror, since these are rarely used. The absence of monitoring VC in UBS favors ignorance of professionals about the vaccination status of children and hampers planning of health actions. Encourage and educate health professionals on the information generated in the vaccination room and the ACS, and the possibilities of their use are necessary actions to change the representations that contribute to failures in the process. In addition, strategies for monitoring all children in the catchment area can be strengthened beyond those existing at the private clinics. Overall, the results showed that the health professionals of UBS studied with regard to vaccination, with offices perform their core activities focused on the health of the individual to the detriment of public health. However, despite the faults mentioned in the process of vaccination of those units, we can consider that the involvement of health professionals is obviously exists, but lacks reformulations of both themselves and the organization and management of the work process, more investment in relation to monitoring and updating of children's immunization cards.
Subject: Programas de imunização/recursos humanos
Saúde pública
Centros de saúde
Fluxo de trabalho
Vacinas contra hepatite B/provisão & distribuição
Epidemiologia
Vacinação
Pesquisa qualitativa
Avaliação de processos e resultados (Cuidados de saúde)
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9E3JLQ
Issue Date: 27-Feb-2012
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