Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9P8GBH
Tipo: Dissertação de Mestrado
Título: Prevalência de infecção latente por Mycobacterium tuberculosis e de sintomáticos respiratórios em privados de liberdade
Autor(es): Pedro Daibert de Navarro
Primeiro Orientador: Silvana Spindola de Miranda
Primeiro Coorientador: Maria das Gracas Braga Ceccato
Primeiro membro da banca : Unai Tupinambas
Segundo membro da banca: Palmira de Fátima Bonolo
Resumo: O impacto da tuberculose nos presídios não se limita às pessoas privadas de liberdade, pois afeta também a comunidade com que se relacionam, familiares e funcionários destas instituições, durante e após a detenção. No Brasil, a incidência da doença nos centros de reclusão é 22,2 vezes maior que na população em geral, bem como a prevalência de infecção latente por Mycobacterium tuberculosis. A identificação de infecção latente em detentos deve-se à indicação da prevenção com a isoniazida em situações que aumentam o risco de desenvolvimento da tuberculose. O método para a identificação de casos suspeitos de tuberculose deve ser determinado em cada cenário, considerando o contexto local e recursos existentes. Assim, o objetivo ao realizar este estudo foi avaliar a prevalência da infecção latente por M. tuberculosis e de Sintomáticos Respiratórios em população privada de liberdade. Trata-se de um estudo de corte transversal, realizado em duas unidades penitenciárias do estado de Minas Gerais, uma com 1.390 detentos do sexo masculino e outra com 102 do sexo feminino, no período de Abril a Junho de 2013. Foi realizado o teste tuberculínico, a identificação dos Sintomáticos Respiratórios (independente do tempo de tosse) e aplicado o escore de sintomas padronizado pela Organização Mundial de Saúde (tosse por duas semanas ou mais, expectoração, emagrecimento nos últimos três meses, perda do apetite recentemente e dor torácica). Foi colhida amostra de escarro para a realização da baciloscopia e cultura para micobactérias. Também foi oferecida a realização do teste anti- HIV. A análise multivariada foi realizada no modelo de regressão logística e odds ratio com 95% de intervalo de confiança para variáveis com associação significativa (p<0,25) na análise univariada. O nível de significância exigido para inclusão no modelo final foi de 0,05 para melhor ajustar potenciais fatores de confusão. A prevalência da infecção latente por M. tuberculosis na amostra foi de 25,2%. Após controlar os possíveis fatores de confusão na análise multivariada, houve associação com o relato de contato com doente de TB dentro da prisão (aOR: 1,516, IC95% 1,052 2,185) e uso de drogas inaláveis (aOR: 1,483, IC95% 1,031 2,133). Sintomas sugestivos de tuberculose ocorreram em 67,9% dos pacientes. A tosse foi o sintoma mais comum, ocorrendo em 27,3% dos entrevistados, sendo que 42,8% dos que a relataram, apresentavam-na por duas ou mais semanas, correspondendo a 11,7% do total de detentos. O escore de sintomas sugestivos de tuberculose foi positivo em 7,9% da população estudada. Somente um dos dois casos de tuberculose diagnosticados pela cultura do escarro foi considerado como escore positivo, o outro caso não foi caracterizado como suspeito pelo escore, pois o indivíduo desconhecia o tempo vigente da tosse, impactando na pontuação proposta pelo instrumento de triagem. A prevalência de tuberculose pulmonar, de Sintomáticos Respiratórios e de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana foram respectivamente 40.6, 11.7 e 2.0 vezes maiores quando comparadas à média observada na população brasileira. Nenhum detento com diagnóstico de tuberculose durante o estudo vivia com o Vírus da Imunodeficiência Humana. Do total de indivíduos que realizaram o teste anti- HIV, cinco foram positivos para esta condição e foram encaminhados para tratamento (nenhum deles apresentou o teste tuberculínico positivo). Os casos de infecção latente por M. tuberculosis com risco aumentado de desenvolvimento da TB ativa (três diabéticos, três indivíduos com insuficiência renal crônica e seis presos em uso de imunossupressores) foram encaminhados para avaliação de indicação do uso da isoniazida. Nenhum indivíduo com tuberculose ativa albergava cepas do M. tuberculosis resistentes aos fármacos testados. Nesse estudo, a infecção latente por M. tuberculosis foi maior que a descrita em prisões de países desenvolvidos, entretanto, menor que a relatada em alguns estudos nacionais. O relato de contato com pacientes com tuberculose dentro do presídio e o uso de drogas inaláveis foram associados com a maior chance de positividade do teste tuberculínico. O presente estudo sinaliza a importância de ampliar o conhecimento da magnitude da prevalência de infecção latente por M. tuberculosis e da tuberculose ativa nas unidades penitenciárias brasileiras. . Os achados reforçam que estratégia simplificada e de fácil operacionalização para avaliação dos indivíduos com sintomas sugestivos de tuberculose no sistema penitenciário, sobretudo nas unidades com equipe administrativa reduzida, limitações estruturais e grande população confinada, é essencial para o enfrentamento desta doença.
Assunto: Tuberculose/epidemiologia
Drogas ilícitas
Tuberculose
Prisioneiros
Prisões/estatística & dados numéricos
Brasil
Tuberculose latente
Tuberculose/transmissão
Mycobacterium tuberculosis
HIV
Tuberculose/prevenção & controle
Teste tuberculinico
Infecções por mycobacterium
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9P8GBH
Data do documento: 11-Jun-2014
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