Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AR4G68
Tipo: Dissertação de Mestrado
Título: Espaços e saberes canalizados: discussões sobre a natureza social dos rios em Belo Horizonte
Autor(es): Ana Carolina Andrino de Melo
Primeiro Orientador: Sergio Manuel Merencio Martins
Primeiro Coorientador: Doralice Barros Pereira
Primeiro membro da banca : Doralice Barros Pereira
Segundo membro da banca: Rogata Soares Del Gaudio
Terceiro membro da banca: Adriana Angelica Ferreira
Quarto membro da banca: Jose Geraldo Pedrosa
Resumo: A pesquisa exposta nos textos que seguem partiu do incômodo quanto à relação de estranhamento constituída entre os moradores da metrópole de Belo Horizonte e os rios que fazem parte de seu território. A partir deste incômodo, nossa reflexão assumiu os cursos dágua e sua integração ao tecido urbano como um elemento da paisagem pormeio do qual é possível e necessário mostrar o alcance da produção do espaço e o complexo processo de constituição de necessidades sociais na e pela urbanização contemporânea. Em Belo Horizonte, como em muitas metrópoles, a relação com os rios foi marcada pela degradação, pelo ocultamento e pela mutilação do elemento hídrico da paisagem urbana, levando consigo a riqueza social das experiências perdidas de apropriação pelos moradores de seu próprio espaço de vida. Assim, foi desenvolvido ao longo da pesquisa um exercício teórico e conceitual voltado para a compreensão dos processos que, atuantes na urbanização de Belo Horizonte, são determinantes para a relação que constituímos com a natureza, tendo em vista as indicações dadas pela história social dos rios nesta metrópole. Buscamos analisar as intervenções e obras sanitárias de forma intrínseca aos processos socioespaciais da cidade, tendo como eixo de reflexão o papel exercido pelo saber técnico na produção da natureza social e o seu emprego no planejamento urbano como instrumento e meio de reprodução de nossas relações sociais através da urbanização. Foram assim levantados e discutidos os contextos e debates em que se inserem momentos relevantes para as (re)estruturações espaciais de Belo Horizonte, para as intervenções realizadas em cursos dágua e para os planos e programas desenvolvidos pela administração municipal com o objetivo de organizar e gerir o saneamento, a drenagem e o sistema viário da cidade. Para desenvolver esta discussão, foi tomada como questão principal a ideia de que a natureza se apresenta a nós como natureza social, produto do processo de apropriação realizado pela atividade humana no mundo, que expressa as relações sociais específicas do momento histórico em que vivemos. Por esta razão, se há estranhamento entre os homens e a natureza nas cidades contemporâneas, este manifesta o estranhamento do homem em relação a sua própria atividade, suas formas de trabalho, de conhecimento e de apropriação do mundo. A produção do espaço urbano, como mediação construída em relação à natureza, carrega consigo e reproduz as contradições inerentes às relações sociais capitalistas, que alcançam nosso cotidiano. Para que possamos romper com a alienação em relação a nossa própria atividade e ao espaço resultante dela, é preciso compreender e colocar em questão tais contradições.
Abstract: The research exposed in the following texts started from the uneasiness felt due to the relationship of Estrangement constituted between the dwellers of the Belo Horizonte metropolis and the rivers that are part of its territory. Taking this uneasiness as a starting point, our reflection treated the bodies of water and their integration within the urban tissue as an element of the landscape through which its possible and necessary to show the reach of the production of Space and the complex process of creation of needs in and by contemporary urbanization. In Belo Horizonte, such as in many metropolises, the relationship with the rivers was marked by degradation, occultation and mutilation of the hydric element of urban landscape, taking away with itself the social wealth of the lost experiences of their living space appropriation. Thus, throughout the research, a theoretical and conceptual exercise was developed, working towards understanding the urbanization processes of Belo Horizonte which determine the relationship we have towards nature, with social history of rivers in scope. We sought to analyze the interventions and sanitary works as part of the sociospatial processes of the city, taking as main observation axis the role of technical knowledge in social nature production and its employment in urban planning as an instrument and reproduction means of social relationships through urbanization. Contexts and debates concerning relevant moments of urban (re)structuring, watercourse interventions and municipal sanitation, drainage and road system plans and programs were reviewed and discussed. In order to develop this discussion, we took as main question the idea that nature presents itself to us as a social nature, a product of the process of appropriation performed by human activity in the world, which expresses specific social relationships of the historical moment in which we live. For this reason, if theres estrangement between Man and Nature in contemporary cities, this is a manifestation of the estrangement of Man and their own activity: their forms of work, knowledge and world appropriation. The production of urban space, as a constructed mediation towards nature, carries and reproduces the inherent contradictions of capitalist social relationships, which reach into our everyday lives. In order to break free from alienation regarding our own activity (an the space that results from it), its necessary to comprehend and to question such contradictions.
Assunto: Geografia
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AR4G68
Data do documento: 1-Set-2015
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