Infâncias queer nos entre-lugares de um currículo: a invenção de modos de vida transviados

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Universidade Federal de Minas Gerais

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Dissertação de mestrado

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Ana Maria de Oliveira Galvao
Paulo Henrique de Queiroz Nogueira
Dagmar Elisabeth Estermann Meyer
Maria Carolina da Silva
Marlécio Maknamara da Silva Cunha

Resumo

Infâncias queer povoam o currículo escolar. Trata-se de infâncias que, por não corresponderem às normas regulatórias de gênero e sexualidade, são lidas como desviantes, monstruosas e anormais. Tais infâncias não são reconhecidas pelos padrões de inteligibilidade que instituem o que é ser infantil em nosso tempo. Esta dissertação de mestrado analisa o que o currículo faz com as crianças que vivenciam essa infância e os movimentos de resistência e criação de possíveis que os/as infantis queer forjam no território curricular. Operando com conceitos retirados das teorias curriculares pós-críticas, dos estudos queer e das filosofias da diferença de Michel Foucault e Gilles Deleuze, o argumento geral desta dissertação é o de que infâncias queer estão presentes no currículo escolar, resistindo às normas de gênero e criando modos de vida transviados. Tais modos de vida se caracterizam por uma postura transitória e desviada em relação ao sistema gênero-sexualidade e encontram na amizade queer um lugar de sobrevivência, criação e disseminação de possíveis. Essas infâncias são atravessadas e constituídas por três diferentes linhas: a linha da precariedade (infância abjeta), a linha da estética (infância que assusta e fascina) e a linha da política (infância que luta e resiste). São infâncias que, em uma atitude de recusa às masculinidades e feminilidades que lhe são impostas como naturais e passíveis de reconhecimento, escolhem viver de um outro modo, desviante e minoritário. Esses modos de vida, inventados pelas crianças queer, embora atravessados pelo signo da abjeção, desenham e disseminam, no currículo, a alegria e a potência de uma infância outra, que rompe a forma-gênero e faz a diferença proliferar. A pesquisa foi realizada em uma escola pública de Belo Horizonte, com turmas dos anos iniciais do ensino fundamental, utilizando, como recurso metodológico, a cartografia e a análise queer das informações produzidas em campo.

Abstract

Queer infants populate the school curriculum. These are childhoods that, because they do not meet the regulatory norms of gender and sexuality, are read as deviant, monstrous and abnormal. Such childhoods are not recognized by the standards of intelligibility that institute what is to be infantile in our time. This master's dissertation analyzes what the curriculum does with the children who experience this childhood and the movements of resistance and creation of possible that the infantile queer forge in the curricular territory. Working with concepts drawn from post-critical curriculum theories, queer studies and philosophies of difference by Michel Foucault and Gilles Deleuze, the general argument of this dissertation is that queer childhoods are present in the school curriculum, resisting gender norms and creating ways of life deviant. These ways of life are characterized by a transient and deviant attitude towards the gender-sexuality system and find in queer friendship a place of survival, creation, and dissemination of possible. These childhoods are crossed and made up of three different lines: the line of precariousness (abject childhood), the line of aesthetics (childhood that scares and fascinates) and the line of politics (childhood that fights and resists). They are infants who, in an attitude of refusal to the masculinities and femininities that are imposed on them as natural and recognizable, choose to live in another way, deviant, and minority. These ways of life, invented by queer children, though traversed by the sign of abjection, draw and disseminate in the curriculum the joy and power of another childhood, which breaks gender-form and makes the difference proliferate. The research was carried out in a public school in Belo Horizonte, with classes from the first years of elementary school, using, as a methodological resource, the cartography and the queer analysis of the information produced in the field.

Assunto

Teoria queer, Homossexualidade, Sexo Aspectos educacionais, Educação sexual para crianças, Identidade (Psicologia) Aspectos sociais, Educação sexual Currículos, Educação, Orientação sexual, Estigma (Psicologia social), Currículos Relações de gênero, Psicologia educacional, Educação Relações de gênero, Identidade sexual na educação

Palavras-chave

Normalização, Currículo Infâncias Queer, Sexualidade, Gênero, Resistência

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