Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B8QE99
Type: Tese de Doutorado
Title: Estudo do gasto energético de repouso e total em indivíduos com neurofibromatose Tipo 1 e sua correlação com força muscular, composição corporal e consumo alimentar
Authors: Marcio Leandro Ribeiro de Souza
First Advisor: Nilton Alves de Rezende
First Co-advisor: Ann Kristine Jansen
First Referee: Henrique Oswaldo da Gama Torres
Second Referee: Simone de Vasconcelos Generoso
Third Referee: Josefina Bressan
metadata.dc.contributor.referee4: Luiz Guilherme Darrigo Junior
Abstract: Introdução: A neurofibromatose tipo 1 (NF1) é uma doença genética, autossômica dominante, que se caracteriza principalmente por alterações neurocutâneas, mas com acometimento multissistêmico. Embora as manifestações clínicas da NF1 estejam bem documentadas, os aspectos nutricionais começaram a ser estudados recentemente. Estudo anterior realizado com adultos com NF1 levantou hipóteses de alterações do gasto energético total (GET) e uma possível relação dessa variável com características do consumo alimentar e composição corporal. Objetivo: Estudar o gasto energético de repouso (GER) e o GET em indivíduos com NF1, e suas relações com a composição corporal, força muscular e o consumo alimentar. Casuística e métodos: Uma amostra de 26 indivíduos com NF1 (14 homens e 12 mulheres) com idades entre 18 e 45 anos foram comparados com 26 voluntários controles pareados por idade, sexo, índice de massa corporal (IMC) e nível de atividade física. Foram aferidos: peso, estatura e perímetros de braço e cintura. A composição corporal foi avaliada por meio da absorciometria de raios X de dupla energia (DXA). A densitometria do corpo inteiro, coluna e fêmur também forneceu a massa óssea e densidade mineral óssea (DMO) nessas regiões. O GER e o GET foram avaliados por meio da calorimetria indireta. A força muscular foi avaliada pelo teste de preensão manual usando um dinamômetro, e calculada como força muscular máxima (Fmax) e força por unidade de área (Farea). Avaliou-se a ingestão alimentar por meio de um recordatório 24 horas e dois registros alimentares, totalizando três dias não consecutivos. Foram avaliados os seguintes constituintes da dieta: energia, proteína, lipídeos, colesterol, carboidrato, fibras, cálcio, magnésio, manganês, fósforo, ferro, sódio, potássio, cobre, zinco, tiamina, riboflavina, piridoxina, niacina, vitamina C, vitamina D, vitamina A e ácidos graxos saturados, monoinsaturados e poli-insaturados, ácido linolênico e ácido linoleico. O percentual de gordura também foi avaliado por bioimpedância elétrica e por dobras cutâneas, e os resultados comparados com a avaliação por DXA (padrão-ouro). Equações preditivas de GER e GET foram também comparadas com a calorimetria indireta, também considerada o padrão-ouro. Resultados: A idade média foi de 34,31 ± 6,05 e 32,92 ± 6,14 anos de idade nos grupos NF1 e controle, respectivamente (P=0,316). A estatura foi menor nos indivíduos com NF1 (P=0,003). Não houve diferenças no peso, IMC, perímetro da cintura, massa gorda, percentual de gordura e índice de gordura corporal. A massa magra apendicular ajustada pelo IMC foi menor no grupo NF1 (P=0,048). A massa óssea também foi menor no grupo NF1 (P=0,046) assim como a DMO do corpo total e da coluna (P=0,036 e P=0,015, respectivamente). Indivíduos com NF1 também apresentaram redução da Fmax (P=0,035) e da Farea (P=0,028). O GER ajustado por peso (P=0,046), massa magra (P=0,013) e massa magra apendicular (P=0,004) foi maior, enquanto o quociente respiratório (QR) (P=0,008) foi menor na NF1. Os indivíduos com a doença oxidaram mais lipídios e menos carboidratos que o grupo controle (P=0,011 e P=0,029, respectivamente). Não houve diferenças no consumo alimentar de energia e macronutrientes. Dentre os micronutrientes, os indivíduos com NF1 consumiram menos cálcio, ferro e vitamina A, assim como consumiram mais sódio, ácidos graxos poli-insaturados e ácido linoleico. Na estratificação por sexo, as alterações observadas em gasto energético, composição corporal e força muscular aconteceram somente nas mulheres com NF1 comparadas ao grupo controle. Não houve diferença nesses aspectos entre os homens. Os valores de GER e GET se correlacionaram negativamente com o percentual de gordura, e positivamente com as variáveis antropométricas (peso, estatura, IMC e perímetro da cintura, superfície corporal), com as variáveis de composição corporal (massa magra, massa apendicular e massa magra apendicular ajustada por IMC), com as variáveis ósseas (massa óssea e DMO do corpo total), com as variáveis de força (Fmax e Farea). Não houve correlação de GER e GET com massa gorda, índice de gordura corporal e com variáveis do consumo alimentar (energia e macronutrientes). A análise de regressão demonstrou que a massa magra foi a variável que mais influenciou o GER na NF1. Na comparação de métodos, todas as equações preditivas usando dobras cutâneas subestimaram o percentual de gordura e apenas a equação de Sun e colaboradores usando a bioimpedância elétrica se aproximou mais do percentual de gordura avaliado na DXA. Todas as oito equações de GER subestimaram essa variável quando comparados com a calorimetria indireta, e somente a equação de 35 kcal/kg/dia aproximou-se do GET desse estudo. Conclusões: Os indivíduos com NF1 apresentam GER ajustado por peso ou massa magra ou massa magra apendicular aumentado comparado ao grupo controle. Os voluntários com NF1 nessa pesquisa apresentam menor massa magra apendicular ajustada por IMC e menor força muscular máxima, o que pode indicar uma sarcopenia precoce nessa população. As mulheres com NF1 respondem diferente a essas alterações. Os resultados dessa pesquisa permitem concluir que os indivíduos com NF1 apresentam alterações no metabolismo energético. Os mecanismos dessas alterações no GER e na utilização de substratos energéticos, como lipídios e carboidratos, precisam ser investigados em estudos futuros.
Abstract: Introduction: Neurofibromatosis type 1 (NF1) is a genetic disease, autosomal dominant, which is mainly characterized by neurocutaneous changes, but may also have multisystemic involvement. Although the clinical manifestations of NF1 are well documented, nutritional aspects have begun to be studied recently. A previous study with NF1 adults raised hypothesis of changes in total energy expenditure (TEE) and a possible relationship with food consumption and body composition. Objective: To study the resting energy expenditure (REE) and TEE in individuals with NF1 and their relationships with body composition, muscle strength and dietary intake. Methods: A sample of 26 individuals with NF1 (14 men and 12 women) aged 18-45 years old were compared to 26 control volunteers matched for age, sex, body mass index (BMI), and physical activity level. Weight, height and circumferences (arm and waist) were measured. Body composition was assessed by dual energy X-ray absorptiometry (DXA). The densitometry of the whole body, spine and femur also provided bone mass and bone mineral density (BMD) in these regions. REE and TEE were evaluated by indirect calorimetry. The muscle strength was evaluated by the handgrip test using a dynamometer, and calculated as maximum muscle strength (Fmax) and per unit area (Farea). Food intake were evaluated through one day 24hrecall and two days food records (three nonconsecutive days).The following diet constituents were investigated: energy, protein, lipid, cholesterol, carbohydrates, fiber, calcium, magnesium, manganese, phosphorus, iron, sodium, potassium, copper, zinc, thiamine, riboflavin, pyridoxine, niacin, vitamin C, vitamin D, vitamin A, and saturated, monounsaturated and polyunsaturated fatty acids, linoleic acid and linolenic acid. The body fat percentage were also evaluated by bioelectrical impedance and skinfolds thickness, and the results were compared to DXA (gold standard method). Predictive equations of REE and TEE were compared to indirect calorimetry, also considered the gold standard method for this evaluation. Results: The mean age was 34.31 ± 6.05 and 32.92 ± 6.14 years old in the NF1 and control groups, respectively (P=0.316). Stature was lower in individuals with NF1 (P=0.003). There were no differences in weight, BMI, waist circumference, fat mass, body fat percentage and body fat index. Appendicular lean mass adjusted by BMI was lower in the NF1 group (P=0.048). Bone mass was also lower in the NF1 group (P=0.046) as well as total body and spine BMD (P=0.036 and P=0.015, respectively). Individuals with NF1 also presented reduction of Fmax (P=0.035) and Farea (P=0.028). The adjusted REE by weight (P=0.046), lean mass (P=0.013) and appendicular lean mass (P=0.004) was higher, while the respiratory quotient (QR) (P=0.008) was lower in NF1. Individuals with NF1 oxidized more lipids and less carbohydrates than control group (P=0.011 and P=0.029, respectively). There were no differences in energy and macronutrients intake. Among micronutrients, individuals with NF1 consumed less calcium, iron and vitamin A, as well as consumed more sodium, polyunsaturated fatty acids and linoleic acid. In gender stratification, the observed changes in energy expenditure, body composition and muscle strength occurred only in women with NF1 compared to the control group. There was no difference in these aspects among men. The values of REE and TEE correlated negatively with body fat percentage, and positively with anthropometric variables (weight, height, BMI, waist circumference and body surface), with body composition variables (lean mass, appendicular lean mass), with the bone variables (bone mass and total body BMD), with the strength variables (Fmax and Farea). There was no correlation of REE and TEE with fat mass, body fat index and food intake variables (energy and macronutrients). Regression analysis showed that lean mass was the variable that most influenced REE in NF1. In the methods comparison, all predictive equations using skinfolds underestimated the percentage of fat in NF1 individuals, and only the equation of Sun and collaborators using the bioelectrical impedance approached more than the body fat percentage evaluated by DXA. All eight equations of REE underestimated this value compared to indirect calorimetry, and only the equation using 35kcal/kg/day approached the TEE of this study. Conclusions: Individuals with NF1 have an increased REE adjusted by weight or lean mass or appendicular lean mass compared to the control group. The NF1 group in this study have lower lean mass adjusted for BMI and lower maximal muscle strength, which may indicate early sarcopenia in this population. Women with NF1 respond differently to these changes. The results of this study allow us to conclude that individuals with NF1 present alterations in energy metabolism. The mechanisms of these changes in REE and the use of energy substrates, such as lipids and carbohydrates, need to be investigated in further studies.
Subject: Composição corporal
Absorciometria de Fóton
Neurofibromatose 1
Consumo de alimentos
Força muscular
Calorimetria
Nutrição
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B8QE99
Issue Date: 11-Jul-2018
Appears in Collections:Teses de Doutorado

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
tese_marcio_leandro_ribeiro_de_souza_11_07_2018_final.pdf14.55 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.