Use este identificador para citar o ir al link de este elemento: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-BAHLFT
Tipo: Dissertação de Mestrado
Título: Mandume: rastros da diáspora na reconstrução de memórias e identidades negras no rap
Autor(es): Lucianna Sousa Furtado Brito
primer Tutor: Laura Guimaraes Correa
primer miembro del tribunal : Angela Cristina Salgueiro Marques
Segundo miembro del tribunal: Pablo Moreno Fernandes Viana
Resumen: O objetivo desta dissertação é investigar o que os relatos da oralidade e visualidade do videoclipe Mandume (2016), dos rappers Emicida, Drik Barbosa, Amiri, Rico Dalasam, Muzzike e Raphão Alaafin, e direção de Gabi Jacob, revelam sobre a violência das relações raciais no Brasil. A pesquisa se ancora na premissa de que as produções musicais negras, precisamente por suas vozes historicamente silenciadas e tradições de conhecimento marginalizadas, apresentam perspectivas potencialmente contra-hegemônicas sobre questões políticas e sociais, articulando processos de reconstrução das memórias e identidades negras. Para isto, as construções verbais e visuais do videoclipe foram tomadas como relatos testemunhais do genocídio negro em curso em nossa sociedade, considerando os registros do rap como fontes históricas sobre as relações raciais. Foram investigadas as relações de pertencimento da diáspora negra na busca pela autodefinição em processos de representação; a articulação de lugares sociais racializados nas condições históricas e culturais que regem os imaginários em circulação; as hierarquias entre a racionalidade letrada e os modos populares de pensar, fazer política e comunicar; e a apropriação da posicionalidade das identidades e epistemologias na interseccionalidade como intervenção crítica aos eixos estruturais de poder e subalternidade. A pesquisa dialogou com Mandume por meio da análise estilística, aliada aos Estudos Visuais, abordando os aspectos formais juntamente às dimensões culturais que permeiam o encontro entre o sujeito espectador e a materialidade visual. Orientada pelas noções de metaimagem, do composto imagem-texto e dos efeitos performativos dos atos de ver, essa combinação evidenciou a experiência visual como uma prática social culturalmente instituída, uma interação entremeada pelas visões de mundo e imaginários dos sujeitos. A pesquisa demonstrou que o genocídio contra a população negra articula sua continuidade por meio de sua dimensão epistemológica, no campo dos saberes, silenciando formas de pensar, fazer política e comunicar que constituem e são constituídas pelos movimentos negros. Além de destacar a esfera epistêmica da violência racista, evidenciou-se seu caráter estrutural, impactando todas as formas de sociabilidade e interagindo com outras categorias de poder. Assim, a análise revelou que a autorreferencialidade de Mandume não trata apenas dos regimes racializados de produção de imagens, mas do epistemicídio contra as intelectualidades negras, reivindicando a legitimidade dessas tradições de conhecimento.
Abstract: The purpose of this dissertation is to explore what the orality and visuality of the music video Mandume (Emicida feat. Drik Barbosa, Amiri, Rico Dalasam, Muzzike and Raphão Alaafin, directed by Gabi Jacob, 2016) reveal about the violence of racial relations in Brazil. The research is based on the assumption that black music, precisely because of its historically silenced voices and marginalized knowledge traditions, can present potentially counter-hegemonic perspectives on political and social matters, reconstructing black collective memories and identities. The music videos verbal and visual enunciations were approached as witness accounts of the current black genocide in our society, considering rap records as historical sources concerning racial relations. The discussion addressed the belonging relations in black diaspora on its search for self-definition in representational processes; the consolidation of racialized social places on the historical conditions which structure cultural imaginaries; the hierarchical relations between literate rationality and popular ways of thinking, making politics and communicating; and the appropriation of identity and epistemological positionality through intersectionality as critical intervention on structural axes of power and subordination. The research dialogued with Mandume through stylistic analysis and the contributions of Visual Studies, approaching its formal elements together with the cultural dimensions that permeate the encounter between the observer and the visual materiality. Guided by the notions of metapicture, image-text and the performative effects of the acts of seeing, this combination emphasized visual experience as a culturally established social practice, an interaction conditioned by the subjects world views and cultural imaginaries. The research showed that the genocide against the black population develops its continuity through its epistemological dimension, on the field of knowledge, silencing ways of thinking, making politics and communicating that constitute and are constituted by the black social movements. Besides highlighting the epistemic sphere of racist violence, it showed its structural character, impacting all forms of sociability and interacting with other power categories. This way, the analysis revealed that Mandumes self-referentiality concerns not only the racialized representational regimes, but also the epistemicide against black intellectualities, claiming the legitimacy of these knowledge traditions
Asunto: Rap (Música)
Relações raciais
Comunicação
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Institución: UFMG
Tipo de acceso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-BAHLFT
Fecha del documento: 1-feb-2019
Aparece en las colecciones:Dissertações de Mestrado

archivos asociados a este elemento:
archivo Descripción TamañoFormato 
disserta__o_de_mestrado___lucianna_furtado_v_final.pdf9.87 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Los elementos en el repositorio están protegidos por copyright, con todos los derechos reservados, salvo cuando es indicado lo contrario.