Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-BBPHAY
Tipo: Tese de Doutorado
Título: Des/obediência na de/colonialidade da formação docente em arte na América Latina (Brasil/Colômbia)
Autor(es): Eduardo Junio Santos Moura
Primeiro Orientador: Ines Assuncao de Castro Teixeira
Primeiro Coorientador: Juliana Gouthier Macedo
Primeiro membro da banca : Leda Maria de Barros Guimaraes
Segundo membro da banca: Rita Luciana Berti Bredariolli
Terceiro membro da banca: Lucia Gouvea Pimentel
Quarto membro da banca: Julio Emilio Diniz Pereira
Resumo: Nesta tese questiono o pensar pelo prisma moderno/colonial refletindo sobre as possibilidades e impossibilidades de decolonialidade do pensamento artístico/educacional latino-americano. O foco está na formação docente em Arte na América Latina, inicial e acadêmica, partindo da hipótese de que esta privilegia conhecimentos de matriz eurocêntrica. Tal suposição considera as marcas, as feridas e as heranças coloniais de uma América Latina que repercutem nos cursos/programas de formação, nos currículos e nos processos formativos para docência em Arte. A hegemonia dos conhecimentos dessa matriz fez/faz com que os ensinos/aprendizagens de Arte tenham pouco ou nenhum sentido/significado para o (re)conhecimento das realidades (artística, cultural, social, política, histórica) latino-americanas e produzem uma Arte/Educação colonial que evidencia uma história única: europeia/estadunidense, que é consequência de uma formação docente notadamente reprodutivista, acrítica e apolítica. A hierarquização e invisibilização de outras artes, culturas e histórias, impossibilitam produzir a formação docente por outras epistemes e formas de pensar que, na perspectiva decolonial que defendo, passa pela legitimação dos conhecimentos, da arte e das culturas latino-americanas. Assim, questiono os processos constitutivos da formação docente em Arte em contextos latino-americanos, especificamente no Brasil e na Colômbia, no intuito de analisar os elementos que se configuram como obediências que mantêm a colonialidade e como desobediências que possibilitam a decolonialidade dos processos formativos. Para tanto, analiso os currículos de dois cursos/programas de formação inicial docente em Arte em duas universidades, uma brasileira e outra colombiana; dialogo com docentes formadores/as e com estudantes das licenciaturas nessas universidades a fim de identificar elementos de obediência e de desobediência à hegemonia eurocêntrica nas formas de pensar e produzir a formação docente em contextos latino-americanos. Tal desobediência implica pensar/fazer uma formação docente decolonial, que legitima saberes desde as artes e culturas latino-americanas. Encontro no pensamento de intelectuais latino-americanos (Darcy Ribeiro, Paulo Freire, Ana Mae Barbosa, Rita Segato) e, especialmente do grupo Modernidade/Colonialidade (Aníbal Quijano, Enrique Dussel, Immanuel Wallerstein, Fernando Coronil, Walter Mignolo, Catherine Walsh, Nelson Maldonado-Torres, Silvia Rivera Cusiquanqui, Arturo Escobar, Santiago Castro-Gómez, Edgardo Lander), a perspectiva decolonial para (re)pensar criticamente as realidades artístico/educacionais latino-americanas. Assim, relaciono o pensamento desses/dessas intelectuais à Arte, à Educação e à formação inicial de professores/as de Arte de modo a contrapor as grandes narrativas modernistas eurocêntricas pensando a desobediência na decolonialidade dos processos formativos como perspectiva para refletir uma Arte/Educação decolonial, que contribua para o (re)conhecimento de quem somos, como oportunidade de, na coletividade, enfim, deixarmos de ser o que não somos.
Abstract: In this thesis I question the thought under the modern/colonial prism reflecting on the possibilities and impossibilities of decoloniality of Latin American artistic/educational thought. The focus is on the initial and academic Art teacher training in Latin America starting from the hypothesis that it privileges the Eurocentric matrix knowledge. This assumption considers the colonial marks, wounds and legacies of a Latin America that has repercussions in teaching training courses/programs, in the curricula and in the formative processes for teaching Art. The hegemony of this matrix knowledge has made Art teaching/learning to have little or no sense/meaning for the knowledge of Latin American realities (artistic, cultural, social, political, historical) and produce a colonial Art/Education that reveals a unique history: European/American, which is a consequence of a notably reproductive uncritical and apolitical teacher training. The hierarchization and invisibilization of other arts, cultures and histories prevent the teaching formation by other epistemes and forms to think that, in the decolonial perspective that I defend, it goes through the legitimation of Latin American knowledge, art and culture. Thus, I question the constitutive processes of teacher education in Art in Latin American contexts, specifically in Brazil and Colombia, in order to analyze the elements that are considered obedience that maintain coloniality and as disobedience that enable the decoloniality of training processes. Thus, I analyzed the curricula of two Art courses and initial teacher training program in in two universities, one Brazilian and one Colombian. I also conversed with formation teachers and undergraduate students in these universities in order to identify elements of obedience and disobedience to Eurocentric hegemony in ways of thinking and training teachers in Latin American contexts. Such disobedience implies thinking /making a decolonial teacher training which legitimates knowledge from the Latin American art and culture. I find in the Latin American intellectuals thinking (Darcy Ribeiro, Paulo Freire, Ana Mae Barbosa, Rita Segato) and especially of the group Modernity/Coloniality (Aníbal Quijano, Enrique Dussel, Immanuel Wallerstein, Fernando Coronil, Walter Mignolo, Catherine Walsh, Nelson Maldonado-Torres, Silvia Rivera Cusiquanqui, Arturo Escobar, Santiago Castro-Gómez, Edgardo Lander), the decolonial perspective to (re)think critically the artistic/educational realities of Latin America. Hence, I relate the thought of these intellectuals to Art, Education and the initial formation of Art teachers in order to oppose the great eurocentric modernist narratives by thinking disobedience in the decoloniality of the formative processes as a perspective to reflect a decolonial Art/Education that contributes to the recognition of who we are, as an opportunity of collectively stop being what we are not.
Assunto: Desobediência
Educação Colômbia Influencias estrangeiras
Descolonização
Arte e educação
Educação
Arte colonial Influencias estrangeiras
Educação Colômbia
Professores de arte Formação
Arte Estudo e ensino
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-BBPHAY
Data do documento: 20-Dez-2018
Aparece nas coleções:Teses de Doutorado

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
tese___eduardo_junio_santos__moura.pdf4.61 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.