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Tipo: Tese de Doutorado
Título: Exigências nutricionais para mantença e lactação e perfil metabólico de vacas F1 Holandês x Gir e Gir, em diferentes planos nutricionais
Autor(es): Paolo Antonio Dutra Vivenza
Primeiro Orientador: Ana Luiza Costa Cruz Borges
Resumo: Utilizaram-se 12 vacas em lactação, sendo seis do grupo genético Gir (peso vivo médio inicial de 441 kg) e seis do grupo genético F1 Holandês x Gir (peso vivo médio inicial de 535,5 kg), com o objetivo de determinar as exigências nutricionais de energia para mantença e lactação, assim como avaliar o perfil metabólico destes grupos genéticos em diferentes planos nutricionais. O primeiro capítulo aborda o conceito e a utilização da energia pelo organismo animal, assim como o estudo do perfil metabólico e da curva de lactação em animais zebuínos e seus cruzamentos. No segundo capítulo são apresentados os dados de consumo, digestibilidade aparente dos nutrientes e balanço de nitrogênio de vacas F1 Holandês x Gir e Gir durante determinação das exigências nutricionais de mantença e lactação. Foram utilizadas 12 vacas em lactação, sendo seis de cada grupo genético, mantidas em baias individuais recebendo silagem de milho e concentrado, conforme recomendações do NRC (2001). Os animais foram avaliados da 1ª à 15ª semana em lactação. Utilizaram-se as equações propostas pelo NRC (2001) para estimar a densidade energética das dietas. Vacas F1 Holandês x Gir apresentaram maior consumo de matéria seca (CMS) e demais nutrientes em todos os períodos, em relação às Gir. Estas apresentaram estabilidade do CMS ao longo dos períodos avaliados, sendo o valor médio de 11,22 kg MS/dia. Vacas F1 apresentaram menor CMS no período 1 (16,00 kg MS/dia, 3,10% peso vivo), em relação aos demais (17,42 kg MS/dia, 3,33% peso vivo), refletindo as diferenças obtidas na produção de leite entre os períodos.. Os dois grupos genéticos não apresentaram diferenças na digestibilidade dos nutrientes, assim como não foram observadas diferenças na digestibilidade entre os níveis de consumo. A equação de predição da energia digestível (ED) a partir dos valores de nutrientes digestíveis totais (NDT) apresentou baixa capacidade de predição, ao passo que as equações de predição da energia metabolizável (EM) a partir da ED e predição da energia líquida (EL) a partir do NDT apresentaram maior capacidade de predição. Vacas de ambos os genótipos apresentaram igual perda de nitrogênio fecal e urinário, em relação ao nitrogênio total ingerido. Vacas F1 apresentaram maior eficiência de conversão do nitrogênio em leite, em relação às Gir. Os diferentes genótipos apresentaram igual eficiência na retenção total de nitrogênio em produtos. No terceiro capítulo são apresentados os dados de partição da energia e as exigências nutricionais de energia líquida de mantença (ELm) e lactação (ELl), assim como a eficiência de uso da energia metabolizável, em vacas F1 Holandês x Gir e Gir no terço inicial de lactação. Foram utilizadas 12 vacas em lactação, vazias, sendo seis de cada grupo genético, mantidas em baias individuais recebendo silagem de milho e concentrado, conforme recomendações do NRC (2001). Foram realizados três ensaios de digestibilidade, seguidos por mensuração da produção de calor (PC) em câmara respirométrica. Vacas F1 tiveram maior consumo de energia bruta, digestível, metabolizável e líquida em todos os períodos avaliados, em relação às Gir, refletindo o maior consumo de matéria seca (CMS). Vacas dos dois grupos genéticos tiveram perdas similares de energia bruta na forma de fezes (28,17%) e metano (6,37%). A metabolizabilidade (q) da dieta não teve diferenças entre períodos e grupos genéticos, sendo o valor médio de 0,59. Vacas F1 tiveram maior energia líquida secretada no leite, em relação às Gir. A exigência de energia líquida para produção de 1 kg leite foi de 0,77 Mcal/kg de leite, o que corresponde a 0,293 kg nutrientes digestíveis totais (NDT) / kg de leite, similar entre os grupos. Vacas F1 apresentaram maior produção de leite e sólidos totais. Vacas Gir tiveram significativo ganho de peso e escore de condição corporal. Vacas F1 foram mais produtivas e eficientes, em relação à porcentagem da energia secretada no leite, assim como em relação à emissão de gases de efeito estufa (GEE) por produto gerado (leite e sólidos totais). Vacas Gir têm menor exigência de energia metabolizável (115,88 kcal/ kg 0,75) e líquida (79,39 kcal/ kg 0,75) de mantença, em relação às vacas F1 Holandês x Gir (123,14 e 88,12 kcal/ kg 0,75). Ambos os grupos genéticos requerem menor energia metabolizável de mantença (EMm) em relação ao sugerido pelos principais comitês e tabelas internacionais de exigências nutricionais. A eficiência de utilização da energia metabolizável para mantença e lactação foi 0,70, similar entre os grupos. Vacas F1 direcionaram maior parte da energia líquida para produção de leite, em relação às vacas Gir, que direcionaram maior parte para as funções de mantença. No quarto capítulo são apresentados os dados referentes ao perfil metabólico, desempenho e eficiência alimentar de vacas F1 Holandês x Gir e Gir do parto ao 105º dia em lactação. Foram utilizadas 12 vacas em lactação, sendo seis de cada grupo genético. O consumo de matéria seca (CMS), a produção e composição de leite, o escore de condição corporal (ECC) e o peso vivo foram avaliados semanalmente, da 1ª a 15ª semana. Ácidos graxos não esterificados (AGNE), glicose, nitrogênio ureico no plasma (NUP), creatinina, proteína total, albumina, globulinas, triglicerídeos, colesterol e aspartato aminotransferase (AST) foram avaliados para estudo do perfil metabólico. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com esquema em parcelas subdivididas. As análises de variância foram realizadas utilizando-se o procedimento GLM do pacote estatístico SAS. Vacas F1 apresentaram maior CMS (16,96 kg/dia), produção de leite corrigida (19,20 kg/dia), eficiência alimentar (1,13 kg leite/ kg MS), concentração de AGNE e AST, assim como maior variação no ECC, evidenciando moderada mobilização de reservas corporais. Observouse fase ascendente da lactação nas vacas F1, ao contrário do observado nas vacas Gir. Estas, por sua vez, apresentaram maior ganho de peso e ECC com o decorrer da lactação, sendo que o CMS (11,22 kg/dia) manteve-se constante durante o período avaliado. Vacas F1 foram mais produtivas e eficientes para produção de leite, sendo hábeis em utilizar as reservas corporais no início da lactação. Vacas do grupo Gir tiveram maior aptidão para ganho de peso e condição corporal durante a lactação, em detrimento à produção de leite. No quinto capítulo avaliou-se o consumo, digestibilidade aparente dos nutrientes, partição da energia, perfil metabólico e a eficiência bioeconômica de vacas F1 Holandês x Gir e Gir, submetidas a diferentes planos nutricionais. Foram utilizadas 12 vacas em lactação, vazias, sendo seis de cada grupo genético. Durante os primeiros 105 dias em lactação (DEL) os animais receberam alimentação ad libitum. No 106° DEL foi imposta restrição de 15% no CMS, seguido por outra restrição de 30% no CMS, cada um com duração de 20 dias. Realizou-se ensaio de digestibilidade, seguido da mensuração da produção de calor (PC) em cada plano nutricional. Avaliou-se o perfil metabólico dos animais nos diferentes planos. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com esquema em parcelas subdivididas. As restrições nutricionais não provocaram alterações na digestibilidade dos nutrientes, sendo similares entre os grupos genéticos. O CMS e energia decresceram com o aumento das restrições nutricionais, nos dois grupos avaliados, sendo superior para vacas F1 em todos os planos nutricionais, refletindo a maior produção de leite e de sólidos. Vacas F1 emitiram menos metano em relação à produção de leite e sólidos na restrição nutricional de 15%, em relação ao período ad libitum. A restrição de 15% não alterou a produção de leite, o peso vivo e condição corporal nos dois grupos. Vacas Gir tiveram maior condição corporal em todos os planos nutricionais. Vacas F1 tiveram maior mobilização de reservas corporais na restrição nutricional de 30%, evidenciado pelo aumento dos AGNE. A restrição nutricional não alterou o perfil metabólico de vacas Gir. Melhor aproveitamento no uso do nitrogênio foi observado para as vacas F1 com a restrição nutricional. Vacas F1 tiveram melhor eficiência bioeconômica na restrição nutricional de 15%, podendo a mesma ser utilizada como estratégia para redução do custo alimentar.
Abstract: Twelve lactating cows were used, six of the Gir genetic group (initial mean live weight of 441 kg) and six of the crossbreeding of Holstein x Gir (initial mean live weight of 535.5 kg), with the objective of determining the nutritional requirements for maintenance and lactation, as well to evaluate the metabolic profile of these genetic groups in different nutritional plans. The first chapter deals with the concept and use of energy by the animal organism, as well as the study of the metabolic profile and the lactation curve in Bos taurus indicus animals and their crosses. In the second chapter, the data on intake, apparent digestibility of nutrients and nitrogen balance of F1 Holstein x Gir and Gir cows are presented during the determination of the nutritional requirements of maintenance and lactation. Twelve lactating cows were used, six of each genetic group, kept in individual stalls receiving corn silage and concentrate, as recommended by the NRC (2001). The animals were evaluated from the 1st to the 15th week in lactation. The equations proposed by the NRC (2001) were used to estimate the energy density of the diets. Crossbreed cows (Holstein x Gir) showed higher dry matter intake (DMI) and other nutrients in all periods, compared to Gir. These group presented DMI stability over the evaluated periods, with a mean value of 11.22 kg DM/ day. Crossbreed cows presented lower DMI in the period 1 (16.00 kg DM / day, 3.10% live weight), in relation to the others (17.42 kg DM / day, 3.33% live weight), reflecting the differences obtained in milk production between the periods. The two genetic groups showed no differences in nutrient digestibility, nor were differences in digestibility observed between levels of consumption. The prediction equation of the digestible energy (ED) from the total digestible nutrient values (NDT) presented low prediction capacity, whereas the prediction equations of the metabolizable energy (ME) from the ED and prediction of the net energy (NE) from the NDT presented higher prediction capacity. Cows of both genotypes presented equal loss of fecal and urinary nitrogen, in relation to the total nitrogen ingested. Crossbreed cows (Holstein x Gir) presented greater efficiency of conversion of nitrogen to milk, in relation to the Gir. The different genotypes presented equal efficiency in total retention of nitrogen in products. In the third chapter, energy partitioning data and the nutritional requirements of net energy of maintenance (NEm) and lactation (NEl), as well as the efficiency of use of metabolizable energy, are presented in crossbreed Holstein x Gir and Gir cows in the initial third of lactation. Twelve empty lactating cows were used, six of each genetic group, kept in individual stalls receiving corn silage and concentrate, as recommended by NRC (2001). Three digestibility tests were carried out, followed by measurement of the heat production (HP) in a respirometric chamber. Crossbreed cows had higher intake of crude, digestible, metabolizable and net energy in all the evaluated periods, in relation to the Gir, reflecting the higher intake of dry matter (DMI). Cows of both genetic groups had similar losses of crude energy in the form of feces (28.17%) and methane (6.37%). The metabolizability (q) of the diet had no differences between periods and genetic groups, with a mean value of 0.59. Crossbreed cows had higher net energy secreted in milk, compared to Gir. The net energy requirement for the production of 1 kg milk was 0.77 Mcal / kg of milk, which corresponds to 0.2393 kg total digestible nutrients (NDT) / kg of milk, similar between the groups. F1 cows presented higher milk production and total solids. Gir cows had significant weight gain and body condition score. Crossbreed cows were more productive and efficient, in relation to the percentage of energy secreted in milk, as well as in relation to the emission of greenhouse gases (GHG) per product generated (milk and total solids). Gir cows have lower requirement for metabolizable energy (115.88 kcal / kg 0.75) and net (79.39 kcal / kg 0.75) maintenance, in relation to crossbreed cows (123,14 and 88, 12 kcal / kg 0.75). Both genetic groups require lower metabolizable energy of maintenance (EMm) compared to that suggested by the major committees and international tables of nutritional requirements. The efficiency of use of metabolizable energy for maintenance and lactation was 0.70, similar between groups. Crossbreed cows directed most of the net energy to milk production, compared to Gir cows, which directed most of the maintenance functions. In the fourth chapter we present the data regarding the metabolic profile, performance and feed efficiency of crossbreed Holstein x Gir and Gir cows from calving at the 105th day in lactation. Twelve lactating cows were used, six of each genetic group. The dry matter intake (DMI), milk production and composition, body condition score (ECC) and live weight were evaluated weekly, from the 1st to the 15th week. Non-esterified fatty acids (NEFA), creatinine, total protein, albumin, globulins, triglycerides, cholesterol and aspartate aminotransferase (AST) were evaluated for metabolic profile study. The experimental design was completely randomized, with a scheme in subdivided plots. Analyzes of variance were performed using the GLM procedure of the statistical package SAS. Crossbreed cows presented higher DMI (16.96 kg / day), corrected milk production (19.20 kg / day), feed efficiency (1.13 kg milk / kg DM), NEFA and AST concentration, as well as higher variation In the ECC, evidencing moderate mobilization of body reserves. The uptake phase of lactation was observed in crossbreed cows, unlike in Gir cows. These, in turn, presented greater weight gain and ECC with the course of lactation, and DMI (11.22 kg / day) remained constant during the period evaluated. Crossbreed cows were more productive and efficient for milk production, being able to use body reserves at the beginning of lactation. Cows from the Gir group had greater aptitude for weight gain and body condition during lactation, in detriment to milk production. In the fifth chapter, the consumption, apparent digestibility of nutrients, energy partition, metabolic profile and the bioeconomic efficiency of crossbreed Holstein x Gir and Gir cows submitted to different nutritional plans were evaluated. Twelve lactating cows were used, empty, six of each genetic group. During the first 105 days in lactation (AD) the animals were given ad libitum feed. In 106 ° DEL, a 15% DMI restriction was imposed, followed by a further 30% DMI restriction, each lasting 20 days. A digestibility test was performed, followed by the measurement of heat production (CP) in each nutritional plan. The metabolic profile of the animals in the different plans was evaluated. The experimental design was completely randomized, with a scheme in subdivided plots. Nutritional restrictions did not cause changes in nutrient digestibility, being similar among genetic groups. DMI and energy decreased with increased nutritional restrictions in both groups, being higher for crossbreed cows in all nutritional plans, reflecting the higher production of milk and solids. These cows emitted less methane in relation to milk and solids production in the nutritional restriction of 15%, in relation to the ad libitum period. The 15% restriction did not alter milk production, live weight and body condition in both groups. Gir cows had greater body condition in all nutritional plans. Crossbreed cows had greater mobilization of body reserves in the nutritional restriction of 30%, evidenced by the increase of NEFA concentrations. The nutritional restriction did not alter the metabolic profile of Gir cows. Better utilization of nitrogen was observed for crossbreed cows with nutritional restriction. These cows had better bioeconomic efficiency in nutritional restriction of 15%, and could be used as a strategy to reduce food costs.
Assunto: Dieta em veterinaria
Vaca Alimentação e rações
Leite Produção
Nutrição animal
Lactação
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-BBYJKJ
Data do documento: 4-Mar-2016
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