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Tipo: Tese de Doutorado
Título: Prevalência e correlatos clínicos e funcionais parkinsonismo em amostra populacional de idosos muito idosos (> 75 ANOS): estudo Pietá
Autor(es): Thiago Cardoso Vale
Primeiro Orientador: Francisco Eduardo Costa Cardoso
Primeiro Coorientador: Paulo Caramelli
metadata.dc.contributor.advisor-co2: Maira Tonidandel Barbosa
Primeiro membro da banca : Paulo Caramelli
Segundo membro da banca: Maira Tonidandel Barbosa
Terceiro membro da banca: Luana Giatti Goncalves
Quarto membro da banca: Joao Vinicius Salgado
Quinto membro da banca: Henrique Ballalai Ferraz
Resumo: INTRODUÇÃO: O Brasil é considerado um dos países em desenvolvimento com as maiores taxas de envelhecimento demográfico e o crescimento da população com 75 anos ou mais, conhecida como idosos muito idosos, merece destaque. Uma das consequências desse processo de transição demográfica é a alta prevalência de doenças crônicas neurodegenerativas e psiquiátricas, incluindo as síndromes demenciais, parkinsonianas e depressivas. Existem poucos estudos epidemiológicos envolvendo a população de idosos muito idosos na América Latina, em especial no Brasil. OBJETIVOS: Estimar prevalência e definir etiologias de síndrome parkinsoniana em uma amostra populacional de base comunitária de idosos muito idosos. Comparar comorbidades clínicas, psiquiátricas, cognitivas e grau de funcionalidade de indivíduos parkinsonianos com indivíduos sem parkinsonismo da mesma amostra. MÉTODOS: O estudo Pietà é um estudo de base populacional de investigação de envelhecimento cerebral em idosos muito idosos. Conduzido em Caeté (MG), no sudeste do Brasil, no período de janeiro a abril de 2008, o estudo envolveu 639 indivíduos com idades de 75 anos ou mais. As primeiras duas fases do estudo envolveram a coleta de dados sociodemográficos e clínicos por meio de uma entrevista clínica estruturada auxiliada pela aplicação de questionários. A terceira fase envolveu a realização de exames físico e neurológico, com aplicação de instrumentos validados de avaliação motora, cognitiva, psiquiátrica e funcional. Análises univariadas e multivariadas comparativas entre grupos de indivíduos com parkinsonismo e sem parkinsonismo e com desfechos de perda ou não de funcionalidade foram realizadas. RESULTADOS: Foram identificados 65 indivíduos com parkinsonismo (mulheres [61,5%], com idade e escolaridade medianas de, respectivamente, 82,0 anos e 2,0 anos) que foram depois comparados a 542 indivíduos sem parkinsonismo (mulheres [64,8%], com idade e escolaridade medianas de, respectivamente, 80,0 anos e 3,0 anos). A prevalência de parkinsonismo foi de 10.656 por 100.000 indivíduos (IC 95%: 8.321-13.380). Doença de Parkinson, síndrome parkinsoniana com demência, parkinsonismo induzido por drogas, parkinsonismo vascular e demência com corpos de Lewy foram identificados, respectivamente, em 19 (29,2%), 19 (29,2%), 8 (12,3%), 4 (6,1%) e 1 (1,5%) indivíduos da amostra. Em 14 (21,5%) indivíduos, a etiologia de parkinsonismo não pôde ser determinada. Os indivíduos com parkinsonismo apresentaram maior comprometimento funcional (escore Pfeffer de 7,0 pontos versus 1,0 ponto e estágio FAST de 4,0 pontos versus 0,0 pontos; p< 0,001), mais comorbidades clínicas (incluindo número de quedas, alteração de controle esfincteriano e disfagia) e depressão (21 [32,3%] versus 113 [21,0%]; p=0,038) do que os indivíduos sem parkinsonismo. A amostra parkinsoniana teve desempenho cognitivo significativamente pior, com mediana (intervalo interquartil) do Mini-Exame do Estado Mental, testes de fluência verbal semântica, desenho do relógio e evocação tardia no teste de memória de figuras de, respectivamente, 18 (13-21) pontos, 7 (5- 10) pontos, 1 (1-4) ponto e 4 (2-7) pontos. Demência foi significativamente mais frequente na amostra parkinsoniana, sendo diagnosticada em 37 (56,9%) indivíduos. Fatores de risco vasculares, incluindo hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia, tiveram distribuição semelhante entre os grupos. Análise multivariada revelou que idade, maior pontuação na parte motora da escala UPDRS e menor pontuação nos escores de fluência verbal e evocação tardia do teste de memória de figuras estiveram independentemente associadas ao desfecho de pertencer ao grupo parkinsoniano. CONCLUSÃO: A prevalência estimada de parkinsonismo nesse estudo de base comunitária foi alta, sendo a doença de Parkinson, seguida de síndrome parkinsoniana com demência, as causas mais frequentes. A definição das causas de parkinsonismo foi desafiadora por uma série de motivos, como a falta de dados de história prévia e cronologia dos sinais e sintomas, acompanhamento longitudinal, escassez de dados de neuroimagem e a concomitância de uso de drogas indutoras de parkinsonismo. Os indivíduos com parkinsonismo apresentaram frequência significativamente maior de comorbidades clínicas, cognitivas e psiquiátricas com impacto funcional quando comparados a indivíduos sem parkinsonismo. Idade, pior desempenho motor e cognitivo estiveram independentemente associados ao grupo parkinsonismo
Abstract: INTRODUCTION: Brazil is considered one of the developing countries with the highest rates of population aging and the growth of the population aged 75+ years, known as the oldest-old individuals, deserves special mention. One of the consequences of this process of demographic transition is the high prevalence of neurodegenerative and psychiatric chronic diseases, including dementia, parkinsonism and depression. There are only a few epidemiological studies involving the oldest-old population in Latin America, especially in Brazil. OBJECTIVES: To estimate the prevalence and to define etiologies of parkinsonian syndrome in a population-based sample of community-dwelling oldest-old individuals. To compare the clinical, psychiatric, cognitive comorbidities and the functional status of individuals with parkinsonism vs. individuals without parkinsonism from the same population. METHODS: The Pietà study is a population-based investigation on brain aging in an oldest-old sample. It was conducted in Caeté (MG), in the Southeast of Brazil, during the period of January to April 2008, and involved 639 individuals aged 75+ years. The first two phases of the study involved the collection of sociodemographic and clinical data through a structured clinical interview aided by the application of questionnaires. The third phase comprised physical and neurological examination with application of validated scales for motor, cognitive, psychiatric and functional evaluations. Univariate and multivariate comparative analysis between parkinsonian and non-parkinsonian groups and with outcomes of functional loss were carried out. RESULTS: Sixty-five individuals with parkinsonism were identified (women [61.5%], with median age and schooling of, respectively, 82.0 years and 2.0 years) and then compared to 542 individuals without parkinsonism (women [64.8%] with median age and schooling of, respectively, 80.0 years 3.0 years). Prevalence of parkinsonism was 10,656 per 100,000 individuals (95% CI: 8,321-13,380). Parkinsons disease, parkinsonian-dementia syndrome, drug-induced parkinsonism, vascular parkinsonism and dementia with Lewy-bodies were identified in, respectively, 19 (29.2%), 19 (29.2%), 8 (12.3%), 4 (6.1%) and 1 (1.5%) individuals from the sample. Fourteen individuals (21.5%) could not have their parkinsonian etiology identified. The parkinsonian sample had more functional impairment (Pfeffers score of 7.0 points versus 1.0 point and FAST staging of 4.0 points versus 0.0 points; p< 0.001), more clinical comorbidities (including the number of falls, abnormal sphincter control and dysphagia) and depression (21 [32.3%] versus 113 [21.0%]; p=0.038). The parkinsonian sample had a significantly worse cognitive performance in the Mini- Mental State Examination, category fluency test, clock-drawing and delayed recall in a memory test, with median (interquartile range) of, respectively, 18 (13-21) points, 7 (5-10) points, 1 (1-4) point and 4 (2-7) points. Dementia was significantly more frequent in the parkinsonian sample, being diagnosed in 37 (56.9%) individuals. Vascular risk factors, including hypertension, diabetes and dyslipidemia, had similar distribution among both groups. Multivariate analysis revealed that age, higher scores on the motor section of the UPDRS scale and lower scores on the verbal fluency and delayed recall in a memory test were independently associated with the outcome of being in the parkinsonian group. CONCLUSION: This community-based sample of oldest-old presented a high estimated prevalence of parkinsonism, being Parkinsons disease followed by a parkinsonian-dementia syndrome the most frequent causes. Etiologic classification of parkinsonism was challenged by many factors, such as the lack of clinical data, chronology of symptoms, longitudinal evaluation, neuroimaging data and the concomitance of drugs with potential to cause parkinsonism. The parkinsonian sample had significantly more clinical, cognitive and psychiatric comorbidities with functional impairment when compared to individuals without parkinsonism. Age and reduced motor and cognitive performance were independently associated with parkinsonism
Assunto: Doença de Parkinson
Demência
Depressão
Transtornos Parkinsonianos
Prevalência
Envelhecimento
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-BCDQBN
Data do documento: 21-Fev-2019
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