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Type: Dissertação de Mestrado
Title: Desenvolvimento infantil e condições de saúde de lactentes de risco com perda de seguimento em unidade de referência
Authors: Tiago Simoes Leite
First Advisor: Claudia Regina Lindgren Alves
First Referee: Marcia Gomes Penido Machado
Second Referee: Livia de Castro Magalhaes
Abstract: Introdução: Um dos grandes desafios atuais da atenção integral à saúde é aumentar a adesão ao acompanhamento, especialmente em populações vulneráveis. O acompanhamento longitudinal de crianças aumenta a sobrevida, diminui a ocorrência de doenças e melhora o desenvolvimento. É importante ofertar assistência qualificada, humanizada e multiprofissional, com fortalecimento do vínculo entre equipe de saúde e usuário, diminuindo a taxa de absenteísmo e evasão. É necessário também identificar as razões para o abandono e desenvolver estratégias para resgate e avaliação de pacientes faltosos.Objetivo: Analisar o desenvolvimento e as condições de saúde de lactentes de alto risco com perda de seguimento em unidade de referência.Métodos: Estudo do tipo coorte retrospectiva baseado em entrevistas telefônicas com responsáveis por crianças que abandonaram o acompanhamento no Ambulatório de Referência do Hospital Sofia Feldman. Dos 504 lactentes que iniciaram o acompanhamento entre 2015 e 2016, 283 abandonaram o seguimento antes dos 24 meses de vida. Foram entrevistados 105 desses pais/responsáveis. Foi utilizado questionário estruturado para investigar os motivos do abandono do serviço e da saúde da criança nos últimos 12 meses. O Survey of Wellbeing of Young Children (SWYC) foi utilizado para triagem de possíveis alterações no desenvolvimento, comportamento e fatores de risco familiar. A classificação socioeconômica foi feita pelo Critério Brasil da ABEP. Foi realizada análise descritiva das variáveis que caracterizavam a amostra, bem como da ocorrência de problemas de saúde e de desenvolvimento. Para analisar os fatores associados ao desempenho das crianças em cada área do SWYC foi ajustada uma Regressão Logística, adotando um nível de 5% de significância. Resultados: Cerca de 43% das famílias que abandonaram o acompanhamento puderam ser contactadas por telefone. O perfil familiar mostrou que 23% dessas mães eram adolescentes que estudaram em média por 9,85+2,47 anos. Segundo Critério Brasil, 78,2% das famílias eram classe C/D/E. Apenas 13,5% das famílias era beneficiária do Programa Bolsa Família. Quanto as condições de saúde, 87,6% dos lactentes apresentaram pelo menos um episódio de adoecimento nos últimos 12 meses, mas apenas 14,3% tiveram internação hospitalar no período. Dos motivos para abandono do seguimento ambulatorial no HSF, o mais frequente foi a distância do serviço (51,4%), seguido por dificuldade financeira (22,9%). Dos lactentes que abandonaram o acompanhamento no ambulatório de referência, 98,1% realizavam acompanhamento regular, sendo que 86,4% o faziam com pediatra (com ou sem participação de outros profissionais) e 71,8% eram atendidos em unidades básicas da rede pública de saúde. Quase 52% haviam realizado 5 ou mais consultas nos últimos 12 meses. Quanto ao desenvolvimento, a prevalência de crianças com suspeita de atraso no desenvolvimento foi 27,6%, de alterações de comportamento 41,0% e de Transtorno do Espectro Autista (TEA) 30,0%. A preocupação dos pais com o desenvolvimento/aprendizagem e/ou comportamento da criança mostrou-se associada a ocorrência de alterações nas três áreas avaliadas pelo SWYC, implicando num aumento de 3 a 6 vezes no risco de a criança ter resultados alterados para o desenvolvimento, comportamento ou TEA. Conclusão: A taxa de evasão global dessa amostra foi compatível com a literatura. Os lactentes da amostra deste estudo apresentaram boa vitalidade ao nascer e baixos índices de complicações perinatais, porém apresentavam, em sua maioria, risco ambiental para atraso no desenvolvimento, sendo provenientes de famílias de baixa condição socioeconômica, baixa escolaridade e com percentual elevado de mães adolescentes. A assistência recebida após a perda de seguimento no ambulatório de referência mostrou número, tipo de consultas e local de acompanhamento apropriados. A prevalência de suspeita de atraso no desenvolvimento e alterações comportamentais foi comparável à da literatura. A prevalência de risco de TEA ficou acima do descrito na literatura. A preocupação dos pais com o aprendizado, desenvolvimento e comportamento de seus filhos indicou risco aumentado de alterações na triagem para alterações no desenvolvimento, comportamento e TEA.
Abstract: Introduction: One of the greatest challenges in comprehensive healthcare nowadays is to increase the adhesion to follow-up programs, especially in vulnerable populations. Long term follow-up in children increases survival rates, prevents disease occurrence and improves global development. It is important to offer a qualified, caring and multi professional assistance, strengthening the bond between health professionals and families and thus, lowering absenteeism and evasion rates. Furthermore, it is necessary to identify reasons behind abandoning the follow-up and develop tools to rescue and evaluate the absent patients. Objective: Evaluate development and health conditions in vulnerable infants after drop-out of follow-up in a reference health service. Methods: We conducted a retrospective cohort based on telephone interviews with the parents of children that dropped out their follow-up at Sofia Feldman Hospitals reference clinic. Of the 504 infants that began their follow-up between 2015 and 2016, 283 dropped out before reaching 2 years of age. Of this sample, we interviewed 105 parents. We used a structured form to evaluate the childrens health conditions for the past 12 months and the reasons behind abandoning the follow-up. The Survey of Wellbeing of Young Children (SWYC) was applied to evaluate family risk factors and neuropsycomotor and behavioural development. The socioeconomic classification was done using the ABEPs Brazilian Criteria. We conducted a comprehensive analysis of the sample, describing health and developmental problems. To evaluate which factors were associated with SWYC results, we adjusted the sample in a logical regression and adopted a level of 5% as statistically relevant. Results: We successfully contacted about 43% of the drop-out families via telephone calls. Family profile showed 23% of teenage mothers and an average of formal education of 9.85+2.47 years. Using Brazilian criteria, 78.2% were part of C/D/E classes. Only 13.5% had government financial aid. 87.6% of the infants in this sample had at least one episode of sickness in a one-year period, but only 14.3% where admitted to hospital care during that period. The more prevalent reasons for dropping out the reference clinics follow-up were distance from the clinic (51.4%) followed by financial difficulties (22.9%). Of the drop out infant sample, 98.1% had a follow-up program in another health care service, 86.4% of those where consulted by paediatricians (with or without other health professionals) and 71.8% attended the consults in a public primary care clinic. Almost 52% had 5 or more consults in a 12-month period. As for the global development, we found a prevalence of 27.6% at risk for developmental impairment, 41% at risk for behavioural problems and 30% at risk for developing Autism Spectrum Disorder (ASD). We found an association between parents concerns about their childrens development, learning or behaviour and the occurrence of abnormal SWYC results in those three areas. That means a 3-6 times higher risk for development and behavioural impairment and ASD. Conclusion: The global evasion rate was like shown in literature. The infants on this studys sample showed good vital signs when they were born and a low rate of perinatal complications, but the majority were under environmental risk for developmental impairment by being part of families of low income, low formal education and with a high prevalence of teenage mothers. The follow-up program instituted after the reference clinic drop out in the studied population was considered adequate in terms of healthcare, thus providing and appropriate place of follow-up, frequency and type of health visits. This study showed developmental and behavioural impairment risks similar to those in the literature. The data found regarding ASD risk was higher than that found in the literature. We found an association between parents concerns about their childrens development, learning or behaviour and increased risk for problems in development, behaviour and ASD.
Subject: Perda de Seguimento
Desenvolvimento Infantil
Nutrição Materna
Pacientes Desistentes do Tratamento
Nível de Saúde
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-BCENBU
Issue Date: 30-Jul-2018
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