Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/DAJR-8JBS5D
Tipo: Tese de Doutorado
Título: Organização Temporal na Fala Disártrica: comparação entre populações com distúrbios nos núcleos da base
Autor(es): Thais Helena Machado
Primeiro Orientador: Rui Rothe-neves
Primeiro Coorientador: Francisco Eduardo Costa Cardoso
Primeiro membro da banca : Serge Pinto
Segundo membro da banca: Ana Cristina Cortes Gama
Terceiro membro da banca: Cesar Augusto da Conceicao Reis
Resumo: Os circuitos neuronais que envolvem os núcleos da base (estrutura subcortical do sistema nervoso central humano) participam do controle dos movimentos voluntários do corpo, inclusive os da fala. Com isso, doenças que alteram o funcionamento dos núcleos da base, como doença de Parkinson (DPark), doença de Huntington (DH) e coreia de Sydenham (CS), podem gerar movimentos anormais hipo ou hipercinéticos, o que, consequentemente, pode influenciar o controle motor da fala. O objetivo desta tese consiste em explicitar como a organização temporal da prosódia varia em sujeitos com disartria hipocinética e hipercinética na DPark, na DH e na CS. Avaliaram-se quinze sujeitos com DPark (com e sem medicação ON e OFF), quinze com DH, quinze com CS e dezoito do grupo controle. Todos os indivíduos foram submetidos à gravação de um texto padrão, para estudo da organização temporal com sinal de fala e espectrograma. A identificação e a marcação das pausas (de acordo com as fronteiras sintáticas) foram feitas manualmente, separando as gravações em pausas e sequências articuladas. Também foram medidos: tempo total de fala (TTF, o qual se divide em tempo total de articulação [TTA] e tempo total de pausa [TTP - duração da soma de todas as pausas silenciosas]), número de pausas e duração média delas, velocidade de fala (VF - divisão do número de sílabas pelo TTF), velocidade de articulação (VA - divisão do número de sílabas pelo TTA), tempo total de fluência e tempo total de disfluência. Nas análises estatísticas, além dos dados descritivos, foram utilizados: análise de variância (ANOVA), método de comparações múltiplas de Bonferroni, coeficiente de correlação de Pearson, método Bootstrap e teste t de Student. Os resultados mostraram que há grande variabilidade no grupo com DPark. Os pacientes deste grupo apresentaram maior duração média das pausas em relação aos pacientes do grupo controle. Suas VF e VA são pouco menores que às do grupo controle. O grupo com DH também apresenta lentificação nos parâmetros temporais, assim como os sujeitos com CS. Estes últimos, porém, em menor grau. Em relação à função sintática da prosódia, todos os grupos mostraram preservação, em maior ou menor grau. Quanto ao comprometimento motor global, por ordem crescente, estão os grupos CS, DH, DPark ON e DPark OFF. No entanto, não houve correlação entre as escalas de avaliação motora global e os parâmetros temporais de fala. Existem correlações variáveis entre as fronteiras sintáticas e as durações das pausas em todos os grupos. Conclui-se que os sujeitos com DPark, DH e CS manifestam lentificação na produção da fala e preservação da função sintática da prosódia em maior ou menor grau. Também não podem ser diferenciados pela organização temporal da fala, nem entre si nem em relação ao grupo controle. Ao que parece a disfunção dos núcleos da base afeta igualmente todos os grupos clínicos, apesar da etiologia.
Abstract: The neural networks that encompass the basal ganglia (subcortical structure in the human CNS) participate in the control of the body voluntary movements, including those of speech. Therefore, diseases that affect basal ganglia function like Parkinson.s disease (ParkD), Huntington.s disease (HD) and Sydenham chorea (SC) may generate abnormal hypokinetic or hyperkinetic movements, which may consequently influence the motor control of speech.The aim of this study was to understand how the prosodic temporal organization varies among subjects with hypokinetic and hyperkinetic dysarthria in ParkD, in HD, and in SC.We evaluated fifteen subjects with ParkD (with and without medication ON and OFF), fifteen with HD, fifteen with SC, and eighteen in the control group. All the subjects recorded the same text so that it was possible to study the temporal organization with the waveform and the spectrogram. The identification and marking of the pause (according to the syntactic boundaries) were manually made separating the recordings in pauses and articulated sequences. Measures were: total speech time (which is the total speaking time plus the total time of silent pauses), the number of pauses and their average duration, speech rate (number of syllables divided by total speech time), speaking rate (number of syllables divided by total speaking time), total fluency time, and total disfluency time. In the statistical analysis, besides descriptive data, variance analysis (ANOVA), the Bonferoni method of multiple comparisons, the Pearson Correlation Coefficient, the Bootstrap method, and Student.s t-test were used.Our results show that there is a great variability in the group with ParkD, whose patients presented a higher average duration of pauses compared to the control group. ParkD.s speech and speaking rates are a little lower than those of the control group. The HD group also presents slowness in the temporal parameters and so do the subjects with SC, but in a lower degree. All groups preserved the syntactic function of prosody, but in different levels. Regarding to global motor impairment in ascending order are the groups SC, HD, ParkD ON and ParkD OFF. However, there was no correlation between global motor scales and speech temporal parameters. There are variable correlations between the syntactic boundaries and the duration of the pauses in all groups.As a conclusion, we state that the subjects with ParkD, HD and SC show slowness in speech production, maintenance of prosody syntactic function in different levels, and they cannot be differentiated according to the temporal organization of speech neither among themselves nor in comparison to the control group. It seems that basal ganglia disfunction equally affects all clinical groups despite of ethiology.
Assunto: Análise prosódica (Linguística)
Fonética acústica
Fala
Fonoaudiologia
Distúrbios da articulação
Coreia de Sydenham
Atos de fala (Lingüística)
Parkinson, Doença de
Distúrbios da fala
Entonação (Fonética)
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/DAJR-8JBS5D
Data do documento: 3-Mai-2011
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