Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-97NH6D
Tipo: Tese de Doutorado
Título: A cobra e os poetas: uma mirada selvagem na literatura brasileira
Autor(es): Mario Geraldo Rocha da Fonseca
Primeiro Orientador: Maria Ines de Almeida
Primeiro membro da banca : Graciela Ines Ravetti de Gomez
Segundo membro da banca: Reinaldo Martiniano Marques
Terceiro membro da banca: Deise Lucy Oliveira Montardo
Quarto membro da banca: Camila do Valle Fernandes
Resumo: Cobra é o termo principal desta pesquisa, constituindo um conceito, um mapa e um personagem, para defender a ideia de que, na literatura brasileira, existe uma linhagem de escritores que praticam o que a tese chama de escrita ofídica. Os três níveis mencionados (conceito, mapa, personagem) são articulados pela maneira de proceder da Cobra, queaqui recebe o nome de desvio. Dessa forma, a tese começa por definir o que é esse desvio, cotejando-o com alguns conceitos contemporâneos da teoria da literatura. Nos primeiros capítulos, procura estabelecer os lugares desse desvio, notadamente, aquele de onde foi alojado o conceito de indigenismo literário, ainda muito usado para estudar certalinhagem de escritores brasileiros que assumiram a figura do índio como referência fundamental para construir as suas literaturas. Propõe, assim, outra maneira de trabalhar com a chamada literatura indigenista e com os diálogos que ela assume a partir da Semana de Arte Moderna, em 1922. Com tal procedimento, delineia também outracartografia para a compreensão histórica dos chamados escritores indigenistas, e aplica o termo Cobra para sugerir um novo lugar que possa ser moldado não mais pelo referido conceito de indigenismo literário, mas pelo olhar que está emergindo da chamada literatura indígena, ou seja, pelos livros que estão chegando das aldeias. A partir dos mitos compilados, estudados e difundidos por meio de livros produzidos pelos próprios indígenas, ou por eles juntamente com estudiosos da literatura e da antropologia, de modo particular dos índios kaxinawa (Acre) e sateré-mawé ( Amazonas), a Cobra toma dimensão de um personagem que vai percorrer (mapa, história), analisar (teoria, método) e dialogar com o cânone literário indigenista e com suas invenções contemporâneas. Esse olhar da Cobra recebe também o nome de mirada selvagem, uma visão que se esforça para assumir um perspectivismo ameríndio, assim como é proposto por alguns estudiosos do campo da antropologia que se colocam nas sendas abertas pela filosofia selvagem de Nietzsche, Deleuze, Derrida, Agamben, além de Freud e Benjamin, entre outros.
Abstract: Cobra (Snake) is the main term of this research. This is why it starts by proposing that the term refers to a concept, a map and a character, in order to defend the idea that, in Brazilian literature, there is a lineage of writers who practice what this thesis calls ophidian writing. The three mentioned levels (concept, map, character) are articulated by the Cobras own ways, which receives here the name of deviation. In this way, the thesis starts by defining what is this deviation, articulating it with some contemporary concepts of literary theory. In the first chapters, it seeks to establish the places of this deviation. The first deviation, therefore, is where was placed the notion of the literary representation of the indigenous, still very much used in the studies of a certain lineage of Brazilian writers who took to the Indian type as a fundamental reference to construct their literature. In this way, it proposes another way of working with the commonly called literary representation of the indigenous and with the related debates that issued from the Semana da Arte Moderna, in 1922. In this way, it proposes another cartography for the historicunderstanding of the commonly called writers of the indigenous. Thus it uses the term Cobra to articulate a new place that can be articulated not by the referred concept of literary representation of the indigenous, but by the look that is emerging from what is being called Indian literature, through the books that are arriving from the Indian settlements. From the compiled, studied and disseminated myths of the books produced bythe Indians themselves, or by themselves with anthropology and literature researchers, particularly the Kaxinawa Indians (State of Acre) and the Sateré-mawé (State of Amazon), the Cobra assumes the condition of a character that will travel (map, history), analyze (theory, method) and enter in dialogue with the canon of the literary representation of the indigenous and with its contemporary inventions. This look of the Cobra also receives the name of wild reading, because it refers to a vision that attempts to assume the perspective of the perspectivismo ameríndio as it is proposed by the researchers inanthropology who took to the openings of the wild philosophy of Nietzsche, Deleuze, Derrida, Agamben, as well as Freud and Benjamin, among others.
Assunto: Indios Maue
Indianismo (Literatura)
Indios da America do Sul Amazonas
Escritores indígenas
Literatura comparada
Literatura História e crítica
Indios Escrita
Indios da America do Sul Acre
Indios Cashinawa
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-97NH6D
Data do documento: 10-Mai-2013
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