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Type: Dissertação de Mestrado
Title: Risco de infecção do sítio cirúrgico após colecistectomia laparoscópica comparado ao risco após colecistectomia laparotômica
Authors: Fernando Martin Biscione
First Advisor: Renato Camargos Couto
First Referee: Marco Tulio Costa Diniz
Second Referee: Marco Antonio Goncalves Rodrigues
Abstract: Introdução: existem poucos estudos comparativos com controles concorrentes avaliando o risco de infecção do sítio cirúrgico (ISC) em pacientes submetidos a colecistectomia laparoscópica (CL) ou laparotômica (CC).Objetivos: avaliar o impacto da via de abordagem e a contribuição das variáveis do componente cirúrgico NNIS (National Nosocomial Infections Surveillance) no risco global de ISC, infecção incisional e infecção de órgão/cavidade em pacientes colecistectomizados.Métodos: foi conduzido estudo de coorte histórica utilizando dados coletados entre janeiro de 1993 e maio de 2006 em cinco instituições de saúde (hospitais daqui em frente) de Belo Horizonte, Nova Lima e Contagem. Os hospitais participantes eram privados, de média ou alta complexidade e não universitários. A variável dependente foi o desenvolvimento de ISC até 30 dias após a cirurgia. As definições propostas pelos CDC (Centers for Disease Control and Prevention) em 1992 foram adotadas como critérios de definição de ISC. As ISC foram identificadas de forma prospectiva, tanto durante a permanência hospitalar do paciente quanto após a alta hospitalar. A variável de exposição foi a abordagem cirúrgica utilizada (i.e., laparoscópica vs. laparotômica). As variáveis independentes foram a idade e o sexo do paciente, o grau de contaminação do sítio cirúrgico, o estado físico do paciente segundo escore da American Society of Anesthesiologists (ASA), a duração do procedimento, a natureza da cirurgia (eletiva vs. urgente), o cirurgião principal, procedimentos adicionais através da mesma incisão, e o hospital e o ano (< 2000 vs. > 2000) da operação. A contribuição independente de cada variável na ocorrência de ISC foi avaliada utilizando-se análise de regressão logística binária.Resultados: 6.162 pacientes foram elegíveis, e dados completos estiveram disponíveis para 5.848 (94,9%) pacientes. A idade média + desvio padrão foi de 48,7 + 14,7 anos, e a razão de mulheres para homens foi 2,2:1; 59% das colecistectomias foram laparoscópicas. Em relação aos pacientes operados por laparotomia, os pacientes submetidos a CL foram mais jovens. As CL tiveram menor duração, porém neste grupo houve menor proporção de pacientes com escore da ASA > 3, de procedimentos urgentes, contaminados ou infectados, ou de procedimentos adicionais através da mesma incisão. Em pacientes submetidos a CL, a incidência global de ISC foi de 3,7% (IC 95%= 2,9-4,7%) [3,4% (IC 95%= 2,6-4,3%) para infecção incisional e 0,3% (IC 95%= 0,1-0,7%) para infecção de órgão/cavidade]. Para ambas as abordagens, a maior parte das infecções (> 80%) acometeu a parede abdominal. A contribuição independente das variáveis do componente cirúrgico NNIS no risco de ISC variou com a profundidade da infecção. Após o controle por outros fatores significativos, a chance global de ISC (OR= 0,62; IC 95%= 0,46-0,84) e de infecção incisional (OR= 0,56; IC 95%= 0,41-0,79) foi menor em pacientes submetidos a CL em relação aos submetidos a CC. Contrariamente, nenhuma diferença significativa na chance de desenvolvimento de infecção de órgão/cavidade foi demonstrada.Conclusões: comparada à CC, a CL está associada com menor risco global de ISC e de infecção incisional, mas não de infecção de órgão/cavidade. As variáveis do componente cirúrgico NNIS contribuíram de forma variável no risco de ISC.
Abstract: Background: few comparative studies with concurrent controls are available in the literature assessing the risk of surgical site infection (SSI) associated with the laparoscopic approach in patients undergoing cholecystectomy.Objectives: to assess the impact of the laparoscopic approach and the contribution of the NNIS (National Nosocomial Infections Surveillance) systems surgical component variables on the risk of overall SSI, incisional and organ/space infection in patients undergoing cholecystectomy.Methods: a historical cohort study was conducted using data collected from January 1993 through May 2006 in five healthcare facilities (hospitals hereafter) of Belo Horizonte, Nova Lima and Contagem. Participating hospitals are private, medium- to high-complexity, non-universitary centers. The outcome (i.e, dependent) variable was the development of an SSI within 30 days of the operation. The 1992 CDCs (Center for Disease Control and Prevention) criteria for SSI were adopted as case definition throughout the study. SSI were prospectively identified, both during hospital stay and after discharge. The exposure variable was the surgical approach used for cholecystectomy [i.e, laparoscopic (LC) vs. laparotomic (CC)]. Independent variables were age and gender of the patient, wound class, American Society of Anesthesiologists physical status (ASA-PS) classification, length of operation, type of surgery (elective vs. urgent), main surgeon, additional procedures though the same incision, and hospital and year (< 2000 vs. > 2000) of the operation. Binary logistic regression models were fit to assess the net effect of each independent variable on the odds of SSI.Results: 6.162 patients met eligibility criteria, and complete data were available for 5.848 (94,9%) patients. Mean age + SD was 48,7 + 14,7 years-old, and female-to-male ratio was 2,2:1; 59% of cholecystectomies were laparoscopic. As compared to CC, patients undergoing LC were younger and less likely to have an ASA-PS > 3, urgent procedures, contaminated or dirty procedures, or additional procedures though the same incision. LC were shorter in duration. In patients undergoing LC, overall SSI incidence was 3,7% (95% CI= 2,9-4,7%) [3,4% (95% CI= 2,6-4,3%) for incisional infections and 0,3% (95% CI= 0,1-0,7%) for organ/space infections]. For both LC and CC, most infections (> 80%) occurred at the incisions. The performance of the NNIS systems surgical component variables as predictors of SSI varied according to the depth of the infection. After controlling for other significant factors, the odds for overall SSI (OR= 0,62; 95% CI= 0,46-0,84) and incisional infection (OR= 0,56; 95% CI= 0,41-0,79) was lower in patients undergoing LC than in patients undergoing CC. Conversely, no significant reduction was demonstrated for organ/space infection.Conclusions: as compared to CC, LC is associated with a lower overall risk of SSI and incisional infection, but not organ/space infection. The NNIS systems surgical component variables performed variably as predictors of SSI.
Subject: Infecção da ferida operatória/epidemiologia
Estudo comparativo
Alta do paciente
Seguimentos
Estudos de coortes
Fatores de risco
Colecistectomia laparoscópica
Hospitais privados
Colecistectomia/métodos
Abscesso abdominal/epidemiologia
Infecção hospitalar/epidemiologia
Medicina tropical
Procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-6XWNY2
Issue Date: 6-Dec-2006
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado

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