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Type: Dissertação de Mestrado
Title: Endoscopia flexível como método diagnóstico do trauma de esôfago
Authors: Vitor Nunes Arantes
First Advisor: Luiz Gonzaga Vaz Coelho
First Referee: Walton Albuquerque
Second Referee: Joao Baptista de Rezende Neto
Abstract: Introdução: O sucesso na abordagem de pacientes que sofreram trauma esofagiano depende de um diagnóstico precoce e preciso. A detecção da lesão esofagiana pelo exame clínico ou por métodos de imagem (esofagograma e tomografia computadorizada) é limitada eimperfeita. Existem escassos dados de literatura acerca do papel da endoscopia flexível no trauma esofagiano Objetivo: Analisar o desempenho e utilidade clínica da endoscopia flexível na suspeita delesão esofagiana em pacientes vítimas de trauma. Descrever as lesões esofagianas traumáticas segundo o tipo de lesão encontrada à endoscopia e curso evolutivo. Métodos: Entre 1998 e 2005, foram admitidos no estudo todos os pacientes submetidos à endoscopia flexível de urgência conforme solicitação do traumatologista, devido a suspeita de trauma esofagiano. Entre 1998 e 2003 a coleta dos dados foi retrospectiva e de 2004 a 2005 os dados foram armazenados prospectivamente. Critérios de exclusão: morte ou transferênciaantes de 72 horas de admissão, estreitamento de esôfago impedindo exame completo. Trauma esofagiano foi definido como laceração da parede esofágica, perfuração, com ou sem hemorragia ativa, borbulhamento de ar, alteração da insuflação do órgão, hematoma,escoriação ou abrasão da parede esofágica, pontos de hematina, hiperemia e equimose, localizadas em topografia coincidente com o trajeto do agente agressor verificado por radiografia ou tomografia computadorizada. O diagnóstico endoscópico foi comparado comos achados cirúrgicos e a evolução clínica (padrão de referência).Resultados: 163 pacientes foram incluídos no estudo, 153 homens (93,9%) e 10 mulheres (6,1%), idade média 27 anos (7-78 anos). Mecanismo de trauma: arma de fogo em 131 casos (80,4%), arma branca em 27 (16,6%) e trauma contuso em 5 (3,1%). Tempo de realização da endoscopia flexível desde a admissão: 12 horas 70,5%, 12 a 24 horas 11,6%, após 24 horas 17,9%. Achados da endoscopia flexível: nenhuma lesão traumática em 139 pacientes (85,3%), trauma esofagiano em 23 casos (14,1%), exame inconclusivo (estenose de esôfago) em um caso (0,6%). Lacerações foram detectadas em 14 pacientes, todas confirmadas cirurgicamente. Contusão esofagiana, caracterizada por abrasão ou escoriação da mucosa com enantema, pontos de hematina, sem solução de continuidade, em topografia que coincide com o trajeto de projétil de arma de fogo, foi observada em 10 pacientes. Os primeiros seis casos foram operados e o dano às adjacências do esôfago sem perfuração da parede, decorrente dotrajeto percorrido pelo projétil foi confirmado. Os últimos quatro casos de contusão esofagiana sem sinais de perfuração foram conduzidos conservadoramente. O exame foi verdadeiro-positivo em 23 casos, verdadeiro-negativo em 119 pacientes, falso-negativo em um caso e não ocorreram exames falso-positivo. A endoscopia flexível demonstrou 95,8% de sensibilidade, 100% de especificidade, 100% de valor preditivo positivo, 99,2% de valor preditivo negativo e 99,3% de acurácia. Foi registrada uma complicação, aspiração pulmonar. Conclusão: A endoscopia flexível é um método diagnóstico altamente preciso e seguro no diagnóstico das lesões traumáticas do esôfago. Os endoscopistas devem estar atentos às duas lesões principais: laceração ou perfuração e contusão. Laceração esofagiana implica emsecção completa da parede esofágica e requer tratamento cirúrgico. Contusão esofagiana representa uma lesão não perfurativa da parede esofágica, decorrente da dissipação local de energia pelo projétil, cujo diagnóstico deve ser reforçado por métodos de imagem (radiologiaou tomografia computadorizada) e seguimento rigoroso. A conduta não operatória pode ser adotada na maioria dos casos de contusão esofagiana.
Abstract: Background: The successful management and clinical outcome of patients suffering esophageal trauma depends on a prompt diagnosis. The detection of esophageal injuries by clinical suspicion, esophagography or CT is far from perfect. There is scarce data on the role of flexible endoscopy (FE) in esophageal trauma.Aims: To assess the yield and clinical utility of FE on the diagnosis of suspected esophageal injuries, in trauma victims. To describe the esophageal injuries, according to the region within the esophagus, trauma mechanism, endoscopic findings and clinical outcome.Methods: Over a seven year period, we conducted a retrospective (1998 to 2003) and prospective (2003 to 2005) study of patients submitted to an urgent FE, requested by the attending traumatologist, due to suspected esophageal trauma. Exclusion criteria: death or transferal before 72 hours of clinical follow-up and esophageal strictures precluding completeexamination. Esophageal injury was defined as abnormalities not related to iatrogenic trauma, such as esophageal wall laceration or perforation, with or without active bleeding, associated with air leak, impaired luminal distension, hematoma, abrasion, hematin spots or ecchymose.The endoscopic diagnosis was compared to surgical findings or clinical follow-up. Results: 163 pts were enrolled, 153 males (93.9%) and 10 females (6.1%), mean age 27 years (7-78 years). Mechanism of injury: 131 gunshot wounds (80.4%), 27 stab wounds (16.6%) and 5 blunt trauma (3.1%). Time for FE from admission: 12 hours - 70.5%, 12 to 24 hours - 11.6%, after 24 hours 17.9%. FE findings: no traumatic lesion in 139 pts (85.3%), esophageal injuries in 23 pts (14.1%), inconclusive in one case (esophageal stricture, 0.6%). Lacerations were detected in 14 pts, all confirmed surgically. Contusions were observed in 10pts. The first six cases were operated, and esophageal wall damage from the bullet path without perforation was noted. The past four cases with esophageal contusion without signs of perforation were managed nonoperatively. True-positive procedures occurred for 23 pts, truenegativeresults for 119 pts, false-negative exam for one case, and no false-positive examination. Overall FE showed 95.8% sensitivity, 100% specificity, 100% positive predictive value, 99.2% negative predictive value, and 99.3% accuracy. One complication was registered (aspiration pneumonia). Conclusion: FE is a highly accurate and safe diagnostic tool in the assessment of esophageal injuries. Endoscopists should be alert on two main lesions: laceration or perforation and contusion. Laceration usually requires surgical repair. Esophageal contusion, which is a nonperforating damage to the esophageal wall related to the bullets energy dissipation, requires confirmation by CT, and may be managed by a non-operative approach with intensive clinical observation.
Subject: Ferimentos por arma de fogo/diagnóstico
Gastroenterologia
Esôfago/lesões
Acidentes de trânsito
Sensibilidade e especificidade
Homens
Valor preditivo dos testes
Técnicas de diagnóstico do sistema digestório/tendências
Ferimentos perfurantes/diagnóstico
Traumatologia
Esofagoscopia/métodos
Perfuração esofágica/diagnóstico
Adulto
Endoscopia
Evolução clínica
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-772NJ5
Issue Date: 27-Jul-2007
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