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Tipo: Dissertação de Mestrado
Título: Fatores de risco para incapacidade física anotados no momento do diagnóstico de 19.283 casos novos de hanseníase, no período de 2000 a 2005, em Minas Gerais, Brasil.
Autor(es): Cristiane Moschioni
Primeiro Orientador: Jose Roberto Lambertucci
Primeiro Coorientador: Carlos Mauricio de F Antunes
Primeiro membro da banca : Eugenio Marcos de Andrade Goulart
Segundo membro da banca: Francisco Carlos Felix Lana
Resumo: Há na literatura estudos que identificam os fatores associados à presença de incapacidade física nos casos novos de hanseníase. No entanto, são poucos os que analisaram o peso e o significado prognóstico dessa associação. Avaliamos, no presente trabalho, os fatores de risco para a incapacidade física e o peso de cada indicador no momento do diagnóstico. Analisamos ainda a proporção anual de casos com deformidades físicas entre os casos novos e o númerode casos que deixou de ser diagnosticado no período estudado (prevalência oculta). Trata-se de estudo retrospectivo, descritivo e exploratório de dados de 19.283 pacientes, contidos na ficha de notificação/investigação do Sistema Nacional de Informações de Agravo de Notificação (SINAN) dos casos novos de hanseníase no período de 2000 a 2005, em Minas Gerais, Brasil. As informações de interesse, contendo dados demográficos, epidemiológicos, clínicos e terapêuticos de cada paciente foram armazenadas em banco de dados do programaEPI-INFO, elaborado para o presente estudo. Os resultados foram apresentados em tabelas e gráficos e foram analisados utilizando-se o pacote estatístico SPSS. Todas as variáveis estudadas (sóciodemográficas e clínicas) apresentaram associação estatisticamente significativa com a presença de incapacidade no momento do diagnóstico. O risco de incapacidade grau II foi 16,5 vezes maior quando se identificou a forma clínica virchowiana e 12,8 vezes maior com a forma dimorfa no momento do diagnóstico quando comparado com a forma indeterminada. A presença de mais de um nervo acometido aumentou a chance de apresentar grau II em 8,4 vezes quando comparado com a presença de até um nervo acometido, e o caso novo com 15 anos ou mais de idade, em 7 vezes, quando comparado com os casos novos com até 15 anos de idade. Os multibacilares apresentaram 5,7 vezes mais chances de deformidades que os paucibacilares e o indivíduo sem escolaridade teve 5,6 vezesmais chances que o caso novo com 12 anos ou mais anos de estudos. A forma tuberculóide no momento do diagnóstico aumentou o risco de desenvolver grau II em 4,5 vezes quando comparado com a forma indeterminada, o modo de detecção através do exame de coletividadeaumentou em 1,98 vezes quando comparado ao exame de contato, o sexo masculino em 1,83 vezes quando comparado com o sexo feminino e a baciloscopia positiva em 1,7 vezes mais chance de ter grau II quando comparado com a baciloscopia negativa. A presença de mais de5 lesões cutâneas aumentou a chance de apresentar deformidades em 1,6 vezes quando comparada com a presença de até 5 lesões. A média da proporção de casos diagnosticados com grau de incapacidade II foi alta (10,1%) e a estimativa da prevalência oculta mostrou que6.407 casos (24,9%) deixaram de ser diagnosticados no período estudado. Concluímos que os fatores de risco mais importantes para a incapacidade física no momento do diagnóstico foram, em ordem decrescente: forma clínica virchowiana, forma dimorfa, a presença de mais de um nervo acometido, idade maior ou igual a 15 anos, paciente multibacilar, nenhuma escolaridade e a forma clínica tuberculóide, os quais devem ser considerados como sinais prognósticos para instalação e evolução da incapacidade desde o momento do diagnóstico. Os dados mostraram que houve pouca tendência de melhora nos marcadores de incapacidade física da doença no estado de Minas Gerais, no período de 2000 a 2005. Medidas de controlesmais intensivas devem ser realizadas para diminuir o risco de incapacidade física, ainda em patamares altos.
Abstract: The association between physical deformity and leprosy has often been described in the literature, although very few reports have analysed the magnitude and significance of such association with respect to the presence of physical incapacity. The present study is a retrospective, descriptive and exploratory analysis of a population of 19.283 patients whose medical condition was notified to the Sistema Nacional de Informações de Agravo de Notificação (SINAN, Minas Gerais, Brazil) during the period 2000-2005. The indicators associated with physical incapacity, and the weigh of each indicator on the resultant prognosishave been examined. Additionally, the proportion of new cases presenting physical deformities and the number of cases that were not diagnosed during the period of the study (hidden prevalence) were also estimated. The demographic, epidemiological, clinical andtherapeutic data related to each patient were analysed using the EPI-INFO software. The results were evaluated statistically and presented in graphical and tabular form using SPSS software. The demographic and clinical variables investigated were significantly associatedwith the existence of physical incapacity at the time of diagnosis. The risk of level II incapacity was 16.5 fold higher in patients with lepromatous leprosy, and 12.8 fold higher in patients presenting the borderline form. The occurrence of more than one injured nerve increased the chances of a patient developing level II incapacity 8.4 times, while an age of =15 years increased the probability 7 fold. Individuals presenting the multibacillary form were 5.7 times more vulnerable to deformities than patients presenting the paucibacillary form. The risk of deformities was 5.6 times higher amongst patients lacking formal education. The riskof developing level II incapacity increased 4.5 times when a tuberculoid leprosy was detected during diagnosis; and in cases in which detection of the disease was achieved by the examination of collectives groups the risk of level II incapacity increased 1.98 times. Males were 1.83 times more vulnerable than females. When bacilloscopy was positive at the time of diagnosis, the risk of acquiring level II incapacity was increased 1.7 times. The occurrence of more than five cutaneous lesions increased the chance of deformity by 1.6 times. The proportion of diagnosed cases with level II incapacity was high (10.1%). Moreover, an estimation of the hidden prevalence of the disease indicated that the diagnosis of leprosy was overlooked in 6.407 patients (24.9 %) during the period of study. The most important risk factors contributing to the prognosis of physical incapacity were, in decreasing order of frequency: presence of lepromatous leprosy, presence of borderline leprosy, more than oneinjured nerve, age equal or higher than 15 years, multibacillary classification, lack of formal education, presence of tuberculoid leprosy. These factors must be considered as strong indicators of the prognosis of physical incapacity. The results obtained indicate that very littleprogress has been made with regard to the application of physical incapacity indicators in the healthl services of the State of Minas Gerais, during the period 2000 2005. Since the risk of physical incapacity amongst patients remains very high, further intensive strategies must beemployed in order to address this problem.
Assunto: Hanseníase
Estudos retrospectivos
Pessoas portadoras de deficiência
Estudos transversais
Fatores de risco
Epidemiologia descritiva
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-77EN5C
Data do documento: 23-Mai-2007
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